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NOVO MODELO NO CAMPEONATO GERAL - I 21/09/2009

 

Numa perspectiva democrática, para não dizer educada, eu não devo colocar um rótulo depreciativo numa opinião de alguém só porque ela é diferente da minha. E pior fico na fotografia quando, ao colar esse rótulo, procuro chegar também à pessoa, e ainda remato o serviço afirmando que aquilo que eu expresso é que está bem, como se todos fossem obrigados a ver pelos meus olhos.

Algumas entradas feitas no fórum do Columbofilia.Net sobre o tema em título são exemplo dessa atitude menos polida. Mas, como sempre afirmei, faço parte do numeroso grupo de entusiastas da Columbofilia que, no calor da paixão que temos por este desporto, somos, não poucas vezes “traídos” pelo nosso próprio entusiasmo, e deixamos sair as nossas convicções em formato menos próximo daquilo que é a imagem que de nós gostamos de difundir. Por isso, dispenso a alguns que assim procedem toda a compreensão que deixei de tributar a outros, estes que, pelo contrário, são recorrentemente achados na deselegância, e no défice de respeito pelo seu semelhante.

Neste ambiente que pretendo de mutua compreensão peço àqueles que lendo este apontamento e depois puderem, façam uma reflexão honesta e ponderada sobre toda a envolvência da alteração operada no sistema de apuramento do campeão geral, este que para já parece ter sido eleito o tema de destaque de entre todas as alterações que o RDN sofreu por ocasião do último Congresso da FPC.

Desde logo lembrar que o assunto das pontuações foi objecto de muita discussão nos últimos tempos, e, inclusivamente, esteve presente nas pretéritas Jornadas de Columbofilia.  Sei ainda, como qualquer columbófilo sabe, que a Secção II do RDN tem estado em todos os Congressos Federativos onde se discutiram actualizações ou alterações ao nosso “catecismo”. Sendo os Congressistas, como sempre me pareceram, pessoas identificadas com o fenómeno da competição, e agindo em representação das Associações Distritais em actividade no nosso país, às quais estão associadas diferentes características e modelos competitivos em termos de quantidade de concursos e pombos encestados, não vejo em que medida alguém possa duvidar da qualidade do debate havido antes de cada alteração. Acresce ainda que tais Congressistas são, na sua maioria esmagadora para não dizer totalidade, pessoas que desempenham cargos nas suas Associações e Colectividades, o que lhes permite conhecer a realidade no terreno. Por tudo isso devemos considerar que o Congresso é um espaço onde estão reunidas pessoas conhecedoras do que estão a tratar – ou pelo menos tem obrigação para isso no que respeita ao seu distrito – com a vantagem de ainda ficarem a conhecer, pelos contactos que lá se estabelecem, as realidades e vivências dos columbófilos dos mais diversos pontos do país. Existirão melhores condições para tratar com seriedade um assunto como o RDN ? É difícil. Ora, já vimos que algumas pessoas que nos fóruns se pronunciam a favor de determinada opinião, além de não estarem muito familiarizados com o que é um Congresso federativo, também não tiveram acesso a informação importante, caso da diversidade de modelos competitivos existente no nosso país, e até se admiram quando ficam a saber que em alguns distritos, o limite máximo autorizado para encestamento difere de especialidade para especialidade, ou seja, não é permitido aos columbófilos encestar para Fundo a mesma quantidade que enviam a Velocidade. Isto não quer dizer que a ideia que cada um tem não seja melhor, apenas realçar que, quem tem decidido até aqui, não são pessoas distraídas, mal intencionadas ou simplesmente " a leste" do assunto. Quanto ao mito que alguns propagandeiam de que as grandes Associações é que mandam, bem... é um mito e por aqui me fico.

Também me quero referir a outro pormenor, que deve ser considerado a título de nota prévia. O Campeonato Geral está aí para durar, apesar de muitas opiniões contrárias à sua predominância na cultura competitiva da Columbofilia. Se existe, tem de ser regulamentado, e ponto final. Não vale a pena meter na discussão da sua regulamentação que o Campeonato Geral é bom, é mau, é actual ou é obsoleto. Deixemos a guerra Geral versus Especialidades para outra altura, sob pena de entrarmos em divagações, o que nos afastará do nosso principal objectivo.

Estabelecido o patamar de arranque, vou opinar sobre modelos de pontuação.

Luís Silva – 21/Set/2009