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IGUALDADE - II - PALAVRAS E ACTOS 09/06/2010

“Esses engenheiros e doctores, querem ganhar de alguma maneira. é uma data de comedores, nós columbofilos pagamos para isto... uma vergonha de todo tamanho. Ja ouvi muitos columbofilos a dizer que é o ultimo ano que vão voar, eles pensam que com esta lei estão a promover a columbofilia mas é uma pura mentira. só falta meterem o limite minimo de pombos para espanha "30" assim so ficam os grandes e os ricos.. eles tem de ouvir a opinião dos columbofilos, não é meia duzia de artolas decidirem por todos nós... pois se a gente não marcamos pombos esses da federação, e associações vão trabalhar para a contrução civil... somos nós que pagamos e eles fazem o que querem n pode ser assim. um abraço para todos “
Transcrição de um recado deixado no fórum do columbofilia.net por um  utilizador identificado.

É este o espírito com que muitos columbófilos extravasam o seu sentimento em relação à estrutura que administra a Columbofilia. É a libertação de um estado de espírito que, fora do ambiente columbófilo, acumula dia a dia desaires sobre frustrações, revoltas sobre indignações, e desânimo… muito desânimo. Não acredito que toda a revolta que demonstram resulte apenas e só do novo sistema de pontuação que os alegados engenheiros inventaram para o campeonato geral.

Mesmo discordando frontalmente da forma, sinto que começo a compreender quem age dessa maneira. Também me sinto assim quase todos os dias, sobretudo naqueles em que me obrigo a misturar o meu jantar com as notícias do horário nobre da TV. Hoje, por exemplo, o mesmo indivíduo que há dias atrás vendeu ao desbarato os valores que lhe ensinaram ao promulgar o casamento entre seres portadores de desvio de instinto, apelou, sem qualquer chama ou mesmo brio de quem é o que dizem que ele é, ao espírito empreendedor dos seus concidadãos. Assim, sem mais nem menos, lá do alto dos milhões que ele, parecendo nem saber, custa aos bolsos daqueles a quem procura desesperada e inutilmente incentivar. Pareceu-me um daqueles pregadores das religiões “evoluídas”. Coitados de nós… que ainda ficamos a saber que, afinal, ele só está a receber 2 – duas - pensões e nenhuma subvenção pelo exercício de cargos políticos. Às tantas também não está a receber ordenado… e, se assim fosse, estaria nas mesmas condições dos dirigentes da columbofilia. Não tem salário, mas só faz asneiras.

Evidentemente que ninguém me obriga a ver TV e muito menos a assumir responsabilidades enquanto membro dos corpos sociais das instituições ou colectividades columbófilas a que me dedico.

Só que… olhem são cismas !  No caso da TV, por exemplo, estou numa fase de grande curiosidade relativamente à última contratação do Benfica. Também quero ficar a saber quem são afinal os portugueses e brasileiros que, de entre aqueles que o professor escolheu para viajarem até ao continente onde ele nasceu para aí representarem Portugal no acontecimento desportivo do ano, estão de facto na posse das condições físicas minimamente exigíveis para uma fase final de um Mundial. Para ficar a saber isso, tenho de levar com o resto em cima.

Mas pior, pior, pior, pior, pior, é depois eu não ter em quem descarregar as minhas emoções, coisa que não aconteceria se eu fosse columbófilo, e não apenas um mero columbófilo dirigente.

“ É preciso inovar e empreender “ - diz o Cavaco da política, e também alguns colegas nossos preocupados com o futuro da nossa columbofilia.

Sobre inovações, ou apenas mudanças de hábitos, estamos todos conversados – digo eu.  Lá que são precisas … serão. Só que, pelos vistos, ninguém as quer.

Sem bater na mesma tecla do reclamante acima, recuperemos, por exemplo, os carregamentos em concentrações e a inscrição de pombos para as provas de fundo no início da campanha. Trata-se de mudanças de hábitos que num passado não muito longínquo originaram razoável instabilidade em alguns distritos. A adopção destas medidas, que hoje são indispensáveis à condução responsável de uma estrutura associativa seja ela grande ou dita pequena, nunca será pacífica, no verdadeiro sentido da palavra. Não é por acaso que, em algumas associações, uma delas ou mesmo ambas essas medidas são ainda objectivos na mente dos seus dirigentes. Pergunto agora: são mais inovadoras e empreendedoras as associações distritais que lograram “convencer” os seus filiados a adoptá-las ou, ao invés serão as outras porque, não as impondo, evitaram causar às suas colectividades e columbófilos os incómodos que elas na prática representam ?

Registo, mais nos tempos que correm do que até há uns anos atrás, o crescimento de uma estirpe de desigualdade. A que, em prejuízo do último, existe entre o columbófilo e o columbófilo dirigente.

Aqui sim reside, na minha opinião, o verdadeiro problema do nosso desporto. Acho que iremos sentir os seus efeitos nefastos ainda antes dos que de outros fenómenos provêm, e já foram vaticinados. A ver vamos.

Luis Silva

09/Maio/2010