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IGUALDADE - IV - OVO DE COLOMBO OU CAIXA DE PANDORA ? 20/09/2010

“…deixo aqui o meu apelo aos responsáveis para que devolvam a columbofilia aos columbófilos…”

(retirado de uma muito recente intervenção de um columbófilo campeão distrital numa festa de entrega de prémios da sua colectividade)

 

Não por acaso, eu estava lá, e pelas mesmíssimas razões, fui um dos destinatários daquele recado vindo de alguém que é realmente alguém na columbofilia.

E antes de mais convém esclarecer que considero a pessoa em causa alguém na columbofilia, não apenas porque é campeão. Outros que foram ou são isto, estão ainda longe de ser aquilo. Por isso dá que pensar … que quererá este columbófilo ter de volta ?

A columbofilia é, por certo, uma das modalidades desportivas em que os praticantes mais possibilidade tem de participar activamente na definição do futuro. Pode parecer que não, mas na verdade é isso que se tem passado. Recentemente, em consequência da aprovação de novos estatutos, essa capacidade foi potenciada, aumentando de modo muito significativo a quantidade de praticantes com assento no Congresso Federativo. É certo que lá aparecerão a representar diversos grupos de interesse institucional, mas, ao contrário do que se passa em outras modalidades, quase todos são, como no modelo anterior já eram, praticantes.

Poder-se-ia aqui colocar agora um “mas”:

-  Mas, o aumento do número de congressistas é um facto simultâneo a outra realidade, mais exactamente, a diminuição dos poderes do órgão em causa.

É verdade, mas eu não acredito que uma qualquer alteração regulamentar “sugerida” com clareza e quórum num Congresso, deixe de ser atendida por quem tem agora o poder “legislativo” - a Direcção da FPC - afinal, mais um grupo de apaixonados praticantes das “corridas de pombos”. 

Ora, se os praticantes de columbofilia são columbófilos, o homem do apelo está, no fim de contas, a pedir que lhe dêem o que ele já tem. Mas c’a ganda confusão esta !

 

Retorno agora à introdução do Igualdade III.

Que tem ela a ver com a reivindicação atrás estampada ?

E que tem o “imbróglio” criado pela alteração regulamentar ao sistema de apuramento do campeonato geral a ver com ambas ?

Acho que o tal “imbróglio”, porque existiu mesmo, é a prova de que a estrutura, mesmo agora, não consegue interagir com as bases, e estas, por sistema, desconfiam sempre, para não dizer repudiam sempre, o que quer que seja vindo “de cima”, ainda para mais quando vem com defeito muito visível. Descodificando, as alterações que alguém entender fazer no RDN como medida de salvação da pátria columbófila, tem de partir de experiências levadas a cabo no terreno. Indo mais longe:

- Que a FPC regulamente os Nacionais, que cada Associação regulamente o seu Distrital, e que os praticantes decidam nas suas colectividades, de que modo pretendem medir as suas capacidades de condutores de atletas, uns com os outros, e dentro desses muros.

O remédio está para cá de qualquer “imbróglio”.

Luis Silva, 20/Set/2010