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TRABALHAR - 7 – SER CAPAZ DE QUERER SABER 03/12/2010

 

FORMAÇÃO, usada há mais tempo, e PARCERIA, em voga mais recentemente , são palavras muito pronunciadas e escritas nas notícias nacionais, sobretudo quando o assunto tratado tem a ver com governantes e investidores.

À primeira vista deveriam ser por nós associadas a fenómenos perfeitamente pacíficos, mas são os próprios noticiários que nos obrigam a sentir calafrios,  depois náuseas e por fim revolta, quando divulgam acontecimentos relacionados com formação e parcerias. De facto, tanto uma coisa como outra, tem servido para que alguns espertalhões se apropriem de dinheiro que não lhes pertence, uma parte recebida do Fundo Social Europeu ou lá o que aquilo é, e outra, a que nos dói mais, retirada mais ou menos à força dos nossos bolsos. Sabemos que se trata de muitos milhares de milhões, e quem os recebeu e recebe nada tem a temer, desde a intervenção da autoridade até à aplicação da justiça. Trata-se de roubos previamente regulamentados, ou, se quisermos, assaltos institucionalmente permitidos. Resta-nos o que para alguns ainda representa certo consolo, a liberdade, que nos permite saber de algumas coisas, e depois reclamar, e falar. Não serve de nada, mas falamos como eu agora faço, sabendo que tudo continuará cada vez pior pois o panelão está vazio, e roubar continuará a ser no conceito de muitos mais fácil que trabalhar, até porque o tal trabalho não abunda, e os empregos muito menos.

Fica apenas mais uma nota, ou melhor mais um lamento. Alegadamente, os portugueses são pessoas com pouca formação, e também por via disso, somos pouco produtivos. Por outras palavras querem vender-nos que, a avaliar pela sua capacidade de produzir, qualquer operário chinês terá suficiente formação para dar aulas numa universidade lusitana. A ver vamos...

 

Para a Columbofilia, que é afinal o que mais me interessa e preocupa, a Formação e as Parcerias são, embora num contexto necessariamente díspar, coisas muitíssimo importantes.

Deixo por agora as parcerias de lado e falarei de Formação. Desde logo para dizer que, enquanto columbófilo, gostaria de ver divulgado pela estrutura – Associações e Federação – tudo o que terreno existe feito ou projectado para ser feito pelos Formadores/Treinadores/Juizes que enquanto classe elegeram de entre si os seus representantes com assento no Congresso. Essas pessoas, cinco ou seis por cada distrito, foram investidas nessa responsabilidade pelas suas Associações e aceitaram tal encargo. É certo que sem o apoio de quem os nomeou não terão grandes possibilidades de avançar com qualquer projecto pois, hoje em dia, diz-se que tudo é barato mas o que é verdade é que tudo se paga. Não podemos pois pedir aos Formadores que suportem do seu bolso gastos com materiais, equipamentos, ferramentas, deslocações, comunicações etc. etc, que necessitam para fazer o que quer que seja. Mas isso por si só não os deve inibir de exigirem esses meios, pois mais tarde, se alguém lhes perguntar “por contas” o dizerem que ninguém os chamou ou apoiou, irá sempre soar a desculpa esfarrapada. Se estão nomeados, eles próprios devem agir e ponto final, não se esquecendo que se trata de formar/treinar  praticantes de columbofilia. Até parece que já estou a ver uma sessão de formação... os alunos, de certeza, farão logo questão de deixar claro que sabem mais que os professores. Mas adiante... o que importa é que os nossos colegas treinadores/formadores consigam pôr a sua máquina em movimento, competindo-nos a todos nós, columbófilos e dirigentes, ajudá-los.

 

“Queimei” este feriado de 1º de Dezembro numa acção de formação, organizada pela FPC destinada a dirigentes associativos. Eu e mais 21 colegas das Associações do chamado grupo do norte aceitamos de novo prescindir do convívio das nossas famílias, e lá fomos até Coimbra. Além de nós sacrificaram gratuitamente o seu tempo livre diversas pessoas, desde o Presidente da FPC, a consultora jurídica da FPC, o director de serviços da FPC e o seu adjunto, o ROC da FPC e ainda dois profissionais do jornalismo/comunicação. Valeu a pena !

   - Legislação relacionada com o exercício do dirigismo amador, direitos, deveres, responsabilidade individual por actos praticados, procedimentos, comportamentos e perfil adequados, métodos de trabalho etc. etc.

   - O relacionamento com os orgãos de comunicação social, como despertar o interesse dos media pelas nossas notícias ou eventos, etc. etc.

   - O processo desportivo e o processo disciplinar, normas, regulamentos, estatutos, etc. etc.

   - Contabilidade, orçamentação, questões de âmbito fiscal no âmbito do IRC, do IRS, Segurança Social, etc. etc.

Foram 9 horas que se esgotaram depressa, ficando a sensação de saberem a pouco. Felizmente foi-nos garantida a disponibilidade de quem sabe ensinar,  para continuar... a trabalhar... com os columbófilos.

Valeu a pena esta iniciativa da FPC.

Valeu a pena termos sido capazes de querer aprender.

Luis Silva

03/Dez/2010