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ESPECIALIDADES - 1 20/10/2011

Como dizia aqui há dias, o fórum columbofilia.net esteve bastante participado nos últimos tempos, e sob cinco títulos diferentes, foi possível ver abordados alguns dos assuntos que podem considerar-se actuais no âmbito das preocupações mais mediáticas da estrutura, começando nos columbófilos e terminando na área técnico desportiva da FPC.

Ao significativo número de visualizações que se registaram deveria corresponder um maior número de intervenções. No entanto, acabaram por ser focados os pontos sensíveis de cada um dos temas desenvolvidos, e muitos colegas, vendo retratada a sua opinião através da participação de outro ou outros, poderão ter optado por ficar quietos evitando gastar tempo a dizer o que já havia sido dito. Evidentemente que ficamos sem saber quantos defendem uma, e quantos votariam na outra ou nas outras propostas implícitas nas diversas intervenções havidas. Mesmo assim dá para ver que, em vários aspectos, alguns intervenientes atingem longe na análise de determinados problemas, e atingir longe é, para mim, vislumbrar não só os benefícios imediatos de uma qualquer medida a tomar, mas também os efeitos colaterais da mesma a curto e a médio prazo. 

As ESPECIALIDADES versus CAMPEONATO GERAL foi um tema bastante participado. Tivemos intervenções defendendo o modelo praticado lá fora, em países cuja columbofilia é tida como melhor do que a nossa, e também opiniões discordantes relativamente àquelas. Houve até alguém que se deu ao trabalho de recuperar textos antigos afixados noutro local de discussão, e  transcrevê-los para o fórum,  fazendo-o sob o pretexto de que não tem tempo para “bater no ceguinho”. No fundo o que esse nosso colega pretendeu com isso foi lembrar a uns e mostrar a outros que o tema Especialidades já foi demoradamente “dissecado” por muitas pessoas em outras tantas ocasiões, o que lhe confere características de assunto merecedor de reflexão.

Todos estaremos de acordo que, optando por correr apenas a velocidade, um columbófilo não necessitaria de possuir uma colónia normal – pelas medidas portuguesas - em termos de quantidade de pombos. Bastaria ser dono de uma equipa reduzida, e poderia praticar a columbofilia atingindo logo à partida o objectivo de redução de custos que quase todos dizemos perseguir.  Primeiro problema: no meu distrito, para falar no que conheço, só existem 6 provas de velocidade por ano, e ser columbófilo para participar em apenas meia dúzia de corridas não é coisa muito apelativa. Que faria eu perante esta aparente falta de condições ?

 

            1- Começaria por procurar uma colectividade que estivesse autorizada a efectuar treinos semanais na sua viatura, e que tenha para o efeito um calendário superiormente aprovado que aproveite minimamente as distâncias autorizadas pela minha associação que, no caso, permite soltas até 160 Km em dias de concursos oficiais de meio-fundo e fundo.

            2-  Como as soltas organizadas por colectividades são, na sua quase totalidade, simples treinos colectivos, terei de pensar no que deve ser feito para transformar esses treinos em corridas;

            3- Para ser uma corrida tenho de enfrentar adversários logo, de entre os restantes utentes desses treinos, tenho de convencer um número aceitável deles das vantagens resultantes do aproveitamento dessas soltas de treino para o efeito por mim pretendido;

            4- Construo um regulamento baseado nas condições que tenho, e formo de entre os interessados na “brincadeira” um grupo de trabalho disponível para tratar dos encestamentos e do processo desportivo destas corridas “a brincar”, submetendo a aprovação do meu projecto aos responsáveis pela colectividade;

            6- Como tive o cuidado de idealizar algo que não vai criar prejuízos à colectividade, nem sobrecarregar os seus responsáveis com muito mais trabalho, não terei muita dificuldade em obter tanto a sua autorização como a sua disponibilidade para submeter o processo à apreciação da associação, a qual, na actual redacção do regulamento de treinos atrás referido, não inviabiliza de modo definitivo o meu projecto, sendo que, no que à FPC diz respeito, a solta esteve autorizada desde a pré-campanha.

 

Prevalece apenas um pequeno problema. No meu distrito as inscrições para velocidade e meio-fundo são efectuadas em conjunto, ou seja, existe uma única taxa a pagar à associação para as 12 provas dessas duas categorias. Se eu pretender apenas e só as provas de velocidade sairei prejudicado porque terei de comprar as inscrições de meio-fundo sem delas usufruir, e este prejuízo manter-se-á enquanto o meu projecto não passar à prática e depois ser conhecido por um número suficiente de columbófilos do meu distrito que, gostando e aderindo a ele um pouco por todo o lado, irão certamente motivar, pela sua representatividade, a atenção da minha associação. Por outras palavras, o meu prejuízo não duraria mais do que uma ou duas campanhas desportivas.

Para chegar ao meu objectivo só necessitei de estar interessado numa determinada coisa, de estar disponível para trabalhar nela e de encontrar um grupo de pessoas que comunguem da minha opinião, interesse e disponibilidade. Porque se trata de uma competição, ela só fará sentido se existirem adversários para competir. Se eu não conseguir despertar para o meu projecto pelo menos o interesse dos meus colegas de colectividade, não tenho moral para afirmar que a columbofilia está mal porque em vez do Campeonato Geral deviam ser adoptadas as Especialidades, e muito menos proclamar que as associações ou a federação as devem impor.

Luis Silva, 20/Out/2011