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TRABALHAR 17 – FACTOS, APENAS FACTOS 09/10/2013

No passado Domingo, conforme antecipadamente anunciado, teve lugar um Congresso da Federação Portuguesa de Columbofilia.

A ordem de trabalhos e a respectiva documentação foi remetida pela FPC através de correio registado para os congressistas, e afixada na página oficial internet à qual, com facilidade e habitualmente, acedem milhares de columbófilos.

Além de outras coisas, iriam ser discutidas e votadas propostas de alteração do estatuto federativo e do regulamento eleitoral, com grande impacto nos actuais figurinos do congresso e dos corpos sociais da própria Federação.

Como vinha sendo hábito, a esmagadora maioria das 85 cadeiras destinadas aos congressistas não foi ocupada pelas pessoas que assumiram a responsabilidade de o fazer.

Foi decidido pelos presentes aprovar as propostas da Direcção da FPC, dando também consequência à única leitura que pode retirar-se do comportamento dos ausentes, e assim, no próximo Congresso terão assento menos de metade dos tais 85 congressistas.

Não obstante a redução verificada, os 40 a quem competirá representar as associações, os clubes, os columbófilos, as colectividades, os conselhos técnicos, os formadores e juízes, correspondem quase ao dobro dos que compareceram às últimas sessões da nossa assembleia máxima.

Aparentemente interessados em outros temas ou eventos, os columbófilos em geral também não se mostraram interessados neste Congresso, nem sequer nas decisões que nele foram tomadas, pelo menos a avaliar pelo fluxo de intervenções no fórum do columbofilia.net relacionadas com o assunto.

Deixo assim, e enquanto espero sentado que alguém explique ou se explique, mudo de linha.

 

Segundo as declarações de um colega, “ a associação de Aveiro pratica os preços mais elevados nos concursos de fundo, incluindo mais elevados que as associações que apenas enviam 2 ou 3000 pombos”.

 

Não sei se é realmente um facto, nem me sinto motivado para gastar meios e tempo a apurar a verdade ou inverdade que tal declaração transporta. Parto do princípio que uma afirmação categórica como esta, motivou da parte do autor essa prévia pesquisa. Pena é que não tenha, no mesmo espaço ou noutro mais ou menos perto, divulgado os dados em que se baseou, completando-os com a identificação da ferramenta que usa quando se propõe comparar preços de serviços diferentes, prestados por entidades diferentes.

Por outro lado, não me escandaliza o valor que pago na minha colectividade para enviar um pombo a uma prova de fundo, até porque noutras colectividades do meu distrito essas quotas atingem mesmo montantes mais elevados, chegando ao dobro e até mais da quota cobrada pela própria Associação. Não considero pois que seja transversal ao meu distrito uma preocupação relacionada com tais encargos.

Ainda assim, entendi ser possível aprofundar um pouco mais este tema, e “agarrá-lo” numa perspectiva algo diferente. Para tal, apenas foi necessário jogar mais uma vez a mão a informação que guardo. Jornais, revistas, livros, e coisa rara porque poucos se interessaram por isso, as cópias das circulares emitidas pela minha Associação que, no final de cada ano, eram em dada época disponibilizadas aos columbófilos a preço simbólico. No “caderno” relativo à época de 1996 consta:

 

-        Preço por caixa provas nacionais – 16.000$00 (equivalente a 80 euros);

-        Preço por pombo nas provas de fundo – 180$00 (ou seja 0,90 euros);

-        Calendário de fundo – Linha Sul – 70 colectividades – Vejer I, Vejer II, Tarifa I, Tarifa II, Tarifa III e Tarifa IV – distância total média para o distrito, 3360 Km;

-        Calendário de fundo – Linha Leste – 11 colectividades – Sória I, Calatayud, Saragoça, Vinarós, Sória II e Lérida – distância média, 3760 Km.

 

 

Os factos sérios são:

 

1- A ACD Aveiro decidiu disponibilizar condições para os que seus columbófilos pudessem voar os seus pombos em duas linhas de voo distintas, a tradicional linha sul e a chamada linha leste;

2-Não obstante o preço das quotas de participação ser igual para as duas linhas, a drástica redução registada logo no ano seguinte nas inscrições da linha leste, inviabilizou a sua continuidade;

3-A linha sul, adoptada pela grande maioria das colectividades do distrito em 1996, tinha uma distância total nos concursos de fundo inferior à que excepcionalmente vai ser praticada em 2014;

4-A linha leste, adoptada há 18 anos atrás por apenas 11 colectividades e logo abandonada no ano seguinte tinha, apesar de tudo, uma distância total em fundo parecida com o calendário tipo da ACD Aveiro das últimas campanhas.

 

Os factos matematicamente confirmáveis são:

 

1- Nos últimos 18 anos o preço das quotas de participação nos concursos de velocidade e meio fundo organizados pela distrital de Aveiro sofre um aumento na casa dos 66 %;

2- No mesmo período as quotas para as provas de fundo ficaram mais caras apenas 11%;

3- Também no mesmo período o salário mínimo nacional sofreu um incremento para mais em 78 % - de 54.600$00 para 485 euros.

4- O coeficiente de desvalorização da moeda aplicável em 2012 (não tenho ainda o de 2013) por portaria do estado português é de 1,46, ou seja, em 17 anos, o património valorizou face à moeda 46%.

 

Os factos meramente circunstanciais são:

 

1- Participei na campanha desportiva de 1996 ainda no pombal existente em casa dos meus pais, e para adquirir conhecimento de causa para uma opção futura por uma delas, enviamos pombos para as duas linhas de voo, encestando em Valmaior para a linha sul e em Albergaria para a linha leste;

2- Eu era, na altura, titular do cargo de Vice-Presidente Desportivo da ACD Aveiro;

 

Por hoje chega de FACTOS à volta de coisas calas e balatas.

 

Luis Silva - 09/Out/2013