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PELO TELHADO 08/12/2014

Já vi uma casa ser construída a partir do telhado mas nenhum empreiteiro adoptou a técnica como regra, apenas a usa quando o cliente é suficientemente excêntrico e rico para o exigir.

Algumas eminentes personalidades que ainda se oferecem por aí, uns como articulistas nos periódicos da especialidade, outros nas redes sociais e demais espaços de discussão da temática columbófila, poderão ajudar a descodificar. Por isso, nada mais de mim sobre telhados.

E por falar em periódicos, não seria boa altura para os assinantes terem direito a reportagens com as entidades da estrutura, especialmente as Associações?

Não era essa uma forma de facilitar o acesso ao conhecimento e evitar muitas inverdades e patacoadas malparidas que depois se propagam como ervas daninhas em seara desprezada?

Terminei o apontamento anterior referindo duas situações que, para mim, foram nocivas para a Columbofilia portuguesa.

Os Campeonatos Nacionais estão “internados” e impõe-se deixá-los em repouso.

Quanto ao Congresso dos Columbófilos livres vamos até 2008, altura em que o governo da nação nos presenteou com a nova Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, e estabeleceu um prazo para nos adaptarmos a ela. Jamais esperei que dali saísse algo de bom para a Columbofilia, e nunca o escondi. Os resultados são conhecidos, e mesmo admitindo legitimidade às opiniões que da minha divergem, não tenho qualquer motivo para considerar benéfico o impacto daquela Lei na nossa modalidade. Entretanto já foram operadas alterações ao modelo inicial de Estatutos aprovado em 2009, sendo de realçar a do final do último mandato do Presidente José Tereso, que permitiu eliminar as várias dezenas de cadeiras que ficavam sempre vazias na sala da nossa máxima Assembleia. Estávamos em Outubro de 2013 e José Luis Jacinto, então o número dois no executivo da FPC, seria eleito como Presidente poucas semanas depois. Evidentemente que ele não poderia saber em Outubro que resultados iriam ser apurados nas eleições de Dezembro. Mas quiseram os delegados que ele ganhasse e por isso a sua Direcção seria a primeira a trabalhar com um Congresso menos numeroso, talvez menos dispendioso e, posso afirmá-lo agora sem qualquer dúvida, muito menos no que deveria ser a sua essência, ou seja, um espaço para pessoas conhecedoras dos problemas, conhecedoras do terreno onde está cada problema e, finalmente, pessoas capazes de abordar conscientemente cada problema da Columbofilia e estabelecer a melhor forma de o resolver.

Para que não pensem que sou indelicado e que estou para aqui a tentar chamar ignorantes aos outros, deixem-me lembrar que também sou delegado ao Congresso. Como tal considero-me incluído no grupo dos tantos que sabem tão pouco. Sei o suficiente sobre mim e sobre a minha colectividade. Sendo delegado pela minha Associação, tenho obrigação de saber o suficiente para representar o meu distrito.

Mas que sei eu dos outros distritos para, por exemplo, considerar-me habilitado a decidir quantos pombos devem viajar nos camiões deles em cada caixa ?   

Em que medida é que a Direcção da FPC poderia contribuir para que os delegados ao Congresso se sintam mais e melhor identificados com o que vão decidir ?

Luis Silva

2014/12/08