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QUANTO MAIS PERTO... 14/12/2014

Dou de barato que um ou outro artigo de opinião por mim produzido, se lido isoladamente por alguém que não me conheça, possa levar à conclusão que estou a atacar pessoas ou a competência dessas pessoas enquanto dirigentes da Columbofilia. Essa é uma ideia errada pois, se uma coisa tenho feito ao longo de muitos anos, em todos os lugares e ocasiões, quer enquanto columbófilo quer investido nessas mesmas funções de dirigente, é mostrar solidariedade para com todos os que trabalham para o bem da modalidade. E não foram poucas as ocasiões em que me senti só nessa tarefa interminável pois, nem sequer os que defendia, se dignaram por essas alturas aparecer ao lado de quem estava ao lado deles. Entretanto, convém não esquecer que solidário e crítico são posturas compatíveis numa pessoa séria.

Nos dois últimos artigos foquei duas situações que entendo terem corrido mal e que tem em comum o facto de eu ter discordado delas desde que foram apresentadas como projecto.

Uma foi imposta pelo governo aos Columbófilos e seus dirigentes, e por isso, sempre que a maldigo, não posso, como indevidamente pode pensar-se, estar a responsabilizar alguém do nosso dirigismo pela decisão. Não esqueço, no entanto, que da nossa gente alguns houveram que bateram palmas ao boneco. Bem… quando tiver disposição haverei de dissecar o imbróglio todo, e as consequências invisíveis que teve, já que as visíveis não será preciso.

Quanto à outra, os Campeonatos Nacionais, apenas refiro um facto que é do conhecimento de toda a gente, só que, em vez de colocar em causa a honestidade de dirigentes e columbófilos como muitos fazem nas redes sociais, frisei ou pelo menos tentei frisar que as pessoas não podiam imaginar como tudo iria precipitar-se a partir do momento em que, em 2012, se estabeleceu o limite de 15 pombos, numa altura em que os campeonatos eram, como ainda hoje são e na esmagadora maioria do país columbófilo, apurados com base em 30 pombos. Reafirmo que não duvidei nem duvido das boas intenções de quem assim decidiu. No entanto tendo visto confirmados alguns dos inconvenientes para os quais alertamos, sinto-me motivado a lamentar o que tem acontecido àquilo que considero ser uma das coisas mais importantes duma modalidade desportiva. Como muitas outras coisas da Columbofilia, os Campeonatos Nacionais tem um historial de demoradas e acaloradas discussões em torno de pormenores importantíssimos que, de repente foram desvalorizados. Custaram e custam à estrutura muitos milhares de euros. Tiveram impacto ao nível da própria organização das associações e colectividades mas esse impacto foi gradual, devidamente projectado e apoiado, tendo-se disponibilizado ferramentas e conhecimento para as usar. Foram evoluindo paulatina e cuidadosamente ponderando-se os prós e os contras de cada alteração, de modo a respeitar ao máximo as particularidades inerentes à realidade local dos distritos, prevalecendo o princípio de que o seu regulamento teria por objectivo apurar os melhores sem interferir ostensivamente no dia-a-dia de Columbófilos, Colectividades e Associações. E eis que, de repente, alguém faz prevalecer a necessidade de mudar.

Os entendidos e conhecidos jornalisteiros da nossa praça disseram ou escreveram na altura da decisão que se tratava de uma medida justa, e que a verdade desportiva ficaria agora ali ao virar da esquina. Que não era uma medida para combater os bons pois estes continuariam a ganhar, e blá blá blá, blá blá blá. Agora estão mudos e quedos !

Os que apresentaram as suas razões para duvidar, viram-se nas mãos do povo. Foram criticados e maldosamente colados a coisas que não existem e a alegados interesses instalados ou a instalar. Silenciada a sua opinião pela influência dos auto denominados autores esclarecidos, e vendo agora confirmadas as suas previsões, será que podem ao menos perguntar:

Os Campeonatos Nacionais estão agora melhor ou pior que antes ?

Para além do que se vê nos facebocas, quem dá uma palavra de conforto ou esclarecimento às colectividades e associações que sempre cumpriram com as obrigações regulamentares ?

E aos columbófilos que verdadeiramente se sacrificam para ganhar, ganhavam antes e continuaram a ganhar com honra, quem os vai tirar do caldeirão da desconfiança que se instalou, dentro e fora do império ?

Custaria muito a esses jornalisteiros virem aos mesmos sítios dizer que afinal se enganaram ?

 

Nunca deixarei de ser Columbófilo por causa dos 15 dos 30 ou dos 130, e por isso não tenho nenhum problema de consciência ao assumir esta crítica. Se entretanto algum dirigente se sentir melindrado pelas minhas palavras, que não permaneça com esse sentimento. Tenho a certeza absoluta que, seja ele quem for, sabendo procurar me encontrará, no passado e no futuro, muito mais vezes do seu lado do que qualquer um dos apoiantes de ocasião.

 

Luis Silva

2014/12/14