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EXPOSIÇÕES 1-SIM OU NÃO ? 11/01/2023

“ Pois é… a columbófila está a morrer... dizem “

Roberto Santos-Facebook 07/01/2023

 

Mais uma publicação despertadora, desta vez com a marca de um jovem columbófilo de mão cheia que aprendi a admirar e respeitar… porque ele é mesmo um columbófilo de mão cheia, muito mais do que alguns que por aí vejo vestidos da rocambolesca figura do “já ganhei tudo o que havia para ganhar”. Muito para além dos resultados desportivos, Roberto Santos é mesmo um intérprete à maneira do papel que eu sempre procurei representar no desporto da minha paixão. Trata-se de construir algo embalados na convicção de que a grandeza dessa obra decorre, directamente, do tamanho da multidão que dela vai usufruir.

E com a incomplexidade que lhe reconheço quis o Roberto desabafar sobre algo que se vê cada vez mais na columbofilia nacional: alguém faz coisa para benefício alheio, disponibiliza-a, mas não merece a atenção de quem apenas tinha de colher e usar. Mas centremo-nos no tema.

O problema mais sintomático das nossas exposições é essencialmente o défice de cultura desportiva de certos praticantes, quase sempre mascarada numa jactância que muito mal a disfarça. Ressalvemos ainda assim os casos de simples desinformação pois, misturada com a outra, são insuficiências abundantemente visíveis nos comentários que depois foram pendurados na referida publicação despertadora.

Mas exposições, sim ou não ? SIM.

Sou realmente adepto das exposições de pombos de corrida e tenho a mania que, se não fiz tudo por elas - como dizia o outro - fiz quase tudo o que esteve ao meu alcance, a começar pelo essencial: ir lá com os meus pombos.

Os que “já ganharam tudo o que havia para ganhar “ deixo-os no merecido desfrute das suas vitórias, sabendo eu que, muitos deles, nunca sequer participaram numa exposição columbófila. Os outros, querendo, poderão relembrar ou aprender que as exposições sempre tiveram na sua essência o propósito de estimular e diversificar a nossa competição multiplicando os nossos momentos de convivência, e diga-se em abono da verdade, quem alguma vez delas gostou o suficiente nunca delas se divorciou, ainda que pontualmente possa ter aparentado algum distanciamento.

As exposições de pombos de corrida realizadas em Portugal tem, pelo menos nas quatro últimas décadas, uma matriz bem identificada, na qual sai realçada a intenção da FPC em apurar todos os anos a melhor selecção, de modo a podermos, como por várias vezes fizemos, disputar os melhores lugares nas competições internacionais. Será isto tão difícil de entender ? Não será este afinal o propósito de todas as federações desportivas ?

Até aqui, eu e os que leram, podemos estar de acordo. Obviamente que nada é tão simples e a compreensão deste e de todos os fenómenos passa sempre pela capacidade de nos colocarmos nos papéis dos outros ou, se quisermos, em ambos os lados da barricada que ainda prevalece no imaginário colectivo. E já que alguém quis na publicação do Roberto encontrar no futebol um exemplo comparativo, importa percebermos qual o tamanho da frustração da equipa quando o ponta de lança se recusa a fazer o mais fácil que era, apenas e só, empurrar a bola para dentro da baliza. Possuir pombos com coeficientes ganhadores e recusar a sua presença numa exposição não é falhar um golo, é recusar-se a rematar, e assim sendo aceito como humano que alguém sinta vontade de penalizar quem o faz.

Luis Silva

11/Jan/2023