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DOENÇAS TRANSMISSIVEIS PROVOCADAS POR BACTÉRIAS 09-09-2014


DOENÇAS TRANSMISSIVEIS PROVOCADAS POR BACTÉRIAS

» AS ENTERITES BACTÉRIANAS OU ENTEROTOXÉMIA AVIÁRIA «

No interior do Intestino existem normalmente um sem número de Bactérias, que em nada prejudicam o bom funcionamento do Intestino do Pombo, por vezes até pelo contrário, são em geral benéficas em todo processo Digestivo.

Assim, se examinarmos ao Microscópio um pequenino fragmento do conteúdo Intestinal, que sejam as próprias Fezes poderemos verificar uma multidão dos mais variados Micróbios, alguns dos quais, por vezes, até nem são desejáveis, por serem agentes de certas Doenças, mas no entanto pela sua pequena quantidade, em nada prejudicam o normal funcionamento do Intestino do Pombo, assim como a sua própria Saúde.

A este conjunto Microbiano se dá o nome de Flora Intestinal, no entanto se o número de Micróbios aumentar demasiadamente, e se principalmente esse aumento se referir aos que reconhecemos como sendo indesejáveis, as paredes do Intestino reagem no sentido de uma Inflamação de onde resulta, exatamente a partir dessas paredes a produção de um excesso de liquido, estes que tornam as Fezes tão fluidas que elas assim aparecem no exterior sob o aspeto que se reconhece com o nome de Diarreia Bacteriana.

O Pombo nesta situação sente Dor Abdominal, depois a Febre surge com certa frequência, em breve passa a verificar-se um gradual emagrecimento, e por vezes se desencadeiam Hemorragias, mais ao menos abundante, mas que sempre se denunciam pelo aparecimento de Sangue no exterior conjuntamente com as Fezes, Sangue este que no entanto devido a mudança de vermelho vivo, passa para uma cor escura nem sempre se torna visível.

A este estado de Inflamação do Intestino se chama Enterite Bacteriana.      

A Enterite é um síndroma de muitas e variadas Doenças, mas a alteração pode verificar-se por si só, e portanto independentemente de qualquer agente específico relacionado com um Micróbio bem determinado, e para isso, bastará que surja a atuação de causas que seja propício a uma alteração na já mencionada Flora Intestinal normal, isto acontece muito e repentinamente nos Borrachos mais Jovens após o desmame, porque estes ao serem separados ficam com um défice de Alimentação, e com um Stress profundo, e muito confusos do seu novo habitat por falta de experiência, e aqui, o Intestino reage de maneira negativa ou seja inflamação total, com Diarreias esbranquiçadas por vezes com Sangue vivo, depois passando a Sangue mais escuro e seguidamente a Mortalidade, tudo isto, deve-se ao fabuloso Stresse e Medo apanhado pelos Jovens Borrachos.  

A existência de Parasitismo sempre predispõe o Pombo para a Enterite, já pela ação traumática ou mecânica que os agentes Parasitários exercem sobre as paredes internas do intestino, já pelas ações tóxicas e irritativas que desenvolvem no ambiente em que vivem, para o caso deste segmento do Aparelho Digestivo.

O Columbófilo por tudo o que foi dito, deve procurar antes de mais, evitar o aparecimento da Enterite Bacteriana, do que dispendiosamente ter que a tratar.

Os cuidados relativam-se especialmente á Alimentação dos Pombos, incluindo Água sempre limpa e fresquinha, porque, por vezes a Água está demasiado carregada de Anti Sépticos, como a Lixivia, os Nitritos, ou Nitratos ou outras impurezas Químicas, que podem originar certas irritações da Mucosa Intestinal, da qual podem despoletar algum tipo de Diarreias, entre elas as Enterites Bacterianas.

Aplicar sempre Ração de qualidade isenta de poeiras, ou bolores, com poucas leguminosas, ou as chamadas Sementes de aquecimento no caso muito vulgar da Semente de Colza, da Semente de Nabo, do fabuloso e perigoso Cânhamo, todas elas muito usadas nas Rações de Muda e Reprodução, por vezes, aqui existe um erro do Columbófilo, ao aperceber-se de uma simples e pequena Diarreia nos seus Pombos, parte logo para uma situação que nunca deveria fazer, a aplicação de Antibióticos altamente agressivos, e se a Mucosa está a ficar tóxica, e irritada, logo no imediato fica fragilizada, com pouco poder de assimilação e de recuperação.

Esta infeção pode afetar apenas um só Borracho de ninho, como os dois, ou até a própria Colónia, ou inclusive todos os Borrachos existentes no Pombal no desmame, como também pode infetar a Colónia de Adultos, por isso quando acontecer esta situação o Columbófilo deve procurar no imediato o Médico Veterinário para que possa fazer um exame minucioso para detetar qual a razão da existência desta Diarreia Bacteriana ou não.

Porque quando o Columbófilo parte para uma Terapêutica altamente agressiva sem razão de o ser, evidentemente que a Mortalidade surge no imediato, mas antes da mortalidade, temos os Pombos a ficarem Tristes, Débeis, com as Penas muito Enriçadas, com uma Depressão muito grande, e com as Carnes Peitorais Azuladas com muita Caspa, e um estado Febril muito alto, com um emagrecimento total.

Porque a Diarreia espontânea não significa logo uma Enterite, pois será preciso muita atenção, mas também não podemos ficar á espera que esta passe só pela graça de Deus, não, teremos que atuar no imediato e com urgência e inteligência. 

A primeira atitude a ter em atenção sobre uma Diarreia inespecifica ou chamada de normal, será olhar atentamente para esta, a ver se contem raios de Sangue, se será verde escura, ou verde clara, ou se será esbranquiçada tipo cal, ou se será única e exclusivamente água, aqui será um ponto de partida e orientação para o Columbófilo, e para o Técnico que acompanha toda a Colónia.

·        ENTÃO O QUE FAZER?

1º Colocar 1 litro de água ao lume e juntar 200gr de Arroz Cozinha, deixar este ferver até que o arroz se encontre cozido.

Depois retirar o arroz para um recipiente e aproveitar a Água, a esta acrescenta-se mais 1 litro de Água normal + 1 colher de Sopa de Açúcar Amarelo + 1 colher de sopa de Sal Marinho agitar tudo muito bem, e colocar a beber aos Pombos na refeição da Manhã e de Tarde, assim como o arroz previamente Cozido, juntamente com a Ração.

2º A Ração deve conter bastante Milho, assim como 50% de Granulado de Frangos A – 115 – este muito rico em Farináceos, em Proteína, e Aminoácidos, no conjunto grandes Protetores e Revitalizantes da Flora Intestinal na selagem das chamadas Células Epiteliais, fazer esta mezinha durante 5 dias seguidos, nada de aplicar Antibióticos, porque estes só destroem a Flora Intestinal.

3º Também conselho a utilizar um produto 100% Natural na Água de bebida, tendo como nome comercial ATYFLOR (carteiras) este produto será composto por Frutooligossacarideos e sete estirpes de Bactérias (pró bióticos) altamente benéficos na construção e reconstituição, pois ajudam a restabelecer a Microflora Intestinal muito Saudável do próprio Pombo.    

Mas caso não consiga eliminar a Diarreia no seu total, o melhor será consultar e denunciar a situação ao Médico Veterinário, ou a um Técnico que através da sua experiência no uso da Medicação apropriada na base dos Anti Diarreicos, dos Anti Sépticos Intestinais, dos Fermentos Lácticos, das Sulfamidas, ou dos Antibióticos caso necessário, ou de outros meios Terapêuticos para segurar a redução da Enterite Bacteriana, até porque, nos casos mais correntes o tratamento bem direcionado e aplicado é resultante nestas situações de uma grande satisfação pela positiva.

A Diarreia não significa logo uma Enterite pois será preciso muita atenção, mas teremos que atuar no imediato e com urgência, mas na primeira abordagem deveremos atuar conforme indiquei no método de Alimentação, com mais Celulose, e mais Fibra para a estagnação ser rápida e eficaz.

Porque como todos nós sabemos, no Intestino dos Animais e do ser Humano existem determinadas Bactérias que não causam normalmente qualquer perturbação ao seu hospedeiro, pois são muito benéficas.

 Mas no entanto, em certas circunstâncias essas mesmas Bactérias podem constituir-se como agentes capazes de comprometer a Saúde e levar repentinamente á Morte dos Borrachos, ou Pombos Adultos, a isto chama-se Enterotoxémia das Aves.

Isto acontece, porque o número de Bactérias por qualquer circunstância aumentou consideravelmente, quer porque houve algum fator que facilitou a entrada no Organismo das Bactérias, ou dos Tóxicos que estas produzem, na razão aparente, deve-se a uma debilidade Orgânica no estado de fraqueza Alimentar, ou a um Stress profundo da própria Ave.

O caso tem particular interesse para com o grupo de Bactérias do Intestino conhecidas e designadas de Clostridium, esta determinante de situações de Doença será conhecida por Enterotoxémia, as condições que permitem ou conduzem á exaltação da atividade destas Bactérias nos Pombos são várias por exemplo: Mudança brusca de instalações – a mudança e separação dos Pais isto nos Borrachos – a mudança de Alimentação – a adição de certos Fármacos ou Vitaminas em doses desajustadas – a adição e aplicação de Vinagre de Sidra regularmente que retira certas defesas importantes ao Organismo, e pode incrementar consideravelmente a proliferação de Bactérias, e portanto permitir a presença de maior quantidade de Toxinas que elas elaboram, a pobre Ave deixa de comer, e morre num pequeno espaço de tempo, por uma Toxina virulenta.

Há um aumento da permeabilidade Intestinal o que facilita a passagem da Toxina para a corrente Sanguina, dai resultando uma Toxémia a nível geral, nos Pombos a Morte ocorre repentinamente, e deixando por vezes lesões Nervosas irreversíveis no caso do Torcicolo (cabeça á roda). A patogenia da Enterotoxémia em Pombos é diferente em termos de efeitos Intestinais, assim, a Diarreia é um dos sinais mais predominante, mas passando por várias situações: 

1º Por vezes o Papo cheio de Ar – 2º Beber muita água e não fazer a Digestão, onde esta vai apodrecer com um cheiro muito desagradável a podre – 3º Não fazer a Digestão dos Alimentos durante alguns dias – 4º Vómitos consecutivos sem razão aparente – 5º Diarreia muito viscosa e esverdeada - 6º A Mortalidade em 24 a 48 horas impressionante. 

Nos Borrachos a Enterotoxémia pode apresentar-se sobre três formas: Hiperaguda, Aguda, e Crónica com Diarreias permanentes, a forma Hiperaguda é aquela que ocorre mais frequentemente nos Animais mais Jovens (Borrachos), a evolução é muito rápida, não há geralmente sinais clínicos, aparecendo de um dia para o outro Borrachos Mortos, por norma será sempre os mais robustos.

Na forma Aguda os sinais clínicos incluem logo perda de apetite súbita, depressão, desconforto abdominal, com fuga para o canto do Pombal, Fezes pastosas no início, e liquidas já na parte final, a maioria dos Pombos morrem ao fim de 4 a 5 dias se não forem logo bem tratados.

Na forma crónica os episódios da Doença podem ser observados durante várias Semanas, os Pombos Adultos neste caso, são os mais afetados, apresentando-se tristes, com perca de apetite, perda de peso, negando o Voo diário, e com episódios intermitentes de Diarreia ou seja: faz, depois deixa de fazer, depois volta a fazer, o que para o Columbófilo será difícil associar esta forma de Doença á Enterotoxémia, dai a razão de eu aconselhar consecutivamente para não se fazer tratamentos desajustados sem conselho Médico Veterinário, ou um Técnico, porque esta patologia aparece muitas vezes na época Desportiva, o que leva o Columbófilo a fazer erros consecutivos com vários tratamentos, e nada resulta, e lá vai a Campanha Desportiva por Água abaixo, sem qualquer tipo de resultados.

A Enterotoxémia é frequentemente referida por Produtores, Médicos Veterinários, Técnicos, entre outros, por todo Mundo como uma Doença muito importante nos Ovinos ou nos Caprinos, da qual existe muita informação da Doença nestes Animais.

No entanto, existe pouca ou nenhuma informação desta Doença em Aves, e para tal, tem que se estudar muito, mas na realidade pensa-se que ela exista á longos Anos nos Pombos-correios, porque nos anos de 1965 a 1970 a mortalidade de Pombos foi horrível, e nunca se sabendo a sua causa, em termos Virológicos ou Sorológicos.

 Os Columbófilos daquela época tentaram saber algo desta Mortalidade perante as entidades Oficiais da altura, (o silêncio foi total), passado alguns Meses motivo de tal situação, pois esta foi considerada uma Epidemia, pois na altura alguém ficou a ganhar com a venda de tantos Antibióticos, mas os resultados epidemiológicos foram todos negativos.

Depois passado algum tempo, de momento não me recordo quantos anos, mas provavelmente em 1980 estivemos uma norma da Federação Internacional de Columbofilia que os Pombos teriam que ser todos Vacinados pelo facto de existir uma Doença Mortal e muito perigosa a nível Mundial, a Doença da Newcastle e nós em Portugal como somos muito mansinhos, toca a Vacinar os Pombos, a torto e a direito, mas ainda bem que assim foi, hoje passados muitos e muitos Anos, a Vacina é obrigatória pela Federação, mas só na compra, porque temos que apresentar o registo da Vacina, a Validade e as Vinhetas na Coletividade, mas na realidade alguém sabe se eu vacinei ou não, até poderia colocar a Vacina no lixo, porque não uma Fiscalização Diretiva no ato de Vacinar, só assim se justificava a obrigatoriedade colocada pela própria Federação, em caso contrário nada justifica.

Infelizmente para todos nós Columbófilos, continuamos todos os Dias a receber noticias comunicando-nos a Morte de dezenas e dezenas de Pombos, sem que se vislumbre um sinal de esperança desta hecatombe que todos Anos afeta alguns dos melhores Pombais do nosso Pais.

Em termos futuros e numa perspetiva global, não se podem contabilizar os custos e os traumas Psicológicos causados por este flagelo que todos Anos assolam grandes Colonias, e onde os Columbófilos ficam imponentes no seu raciocínio sem saber o que fazer á própria Doença.

MAS QUE DOENÇA É ESTA? Uma Epidemia? Uma Peste Aviária? Ou a Doença de Newcastle?

1º Sobre a Doença da Newcastle nunca vi nenhum Pombo Morto nem sinais da Doença, talvez pelo fator da obrigação de Vacinar.

2º Sobre a Epidemia ou a Peste Aviária ou seja aquilo que for, pois já vi milhares de Pombos Mortos mas falta saber em concreto qual a designação da Doença, se será um Vírus ou uma Bactéria, para mim ao longo de Anos que venho acompanhando esta situação só poderá ser uma Enterotoxémia ou uma Ecolissepticémia, mas gostaria de saber em concreto, e algo mais sobre estas Mortalidades.

Por norma, e dentro de uma lógica de Raciocínio os Columbófilos recorrerem logo no imediato, a Antibióticos por vezes bastante agressivos na classe dos Macrólidos para tentar curar este tipo de Doenças, pois não o devem de fazer, porque só o próprio Médico Veterinário o deve aconselhar, pois só ele, será o conselheiro ideal dos nossos Pombos, desde o momento que seja a sua especialidade.   

Na defesa dos seus Pombos e na salvaguarda da Columbofilia Vacine as suas Aves, não rejeite, nem evite, faça este gesto bondoso, mas de consciência tranquila, quer com injetável, quer na Água de bebida, mas para mais informações consulte o Médico Veterinário.

Por tudo o exposto se poderá inferir que mais uma vez o melhor caminho será prevenir, e não tentar remediar, o que acontece muitas vezes, o que de certa maneira se consegue através dos Cuidados com a Higiene, a Alimentação, e o uso de um bom preparado Esquema de Nutrição 100% Natural, e uma boa Vacinação, não facilite.

Por favor nunca combata a Doença seja ela qual for, mas sim, faça a sua Prevenção com produtos 100% Naturais.

ALEXANDRE MARIA PEDRO

CRONISTA ESPECIALIZADO NO DESPORTO COLUMBOFILO