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VAMOS FALAR SÉRIO DA PARAMYXOVIROSE (NEWCASTLE) 30-04-2011

VAMOS FALAR SÉRIO DA

PARAMYXOVIROSE (NEWCASTLE)

Existem 3 tipos de Paramyxoviridae: a do Homem (exemplo o Sarampo) a Paramyxoviridae dos mamíferos (exemplo doença dos Cachorros) e Paramyxoviridae das Aves (exemplo doença de Newcastle).

O Vírus responsável pela Paramyxovirose do Pombo pertence evidentemente ao grupo dos Paramyxovirus, da família dos Paramyxoviridae.

Há uma grande variedade no poder patogénico que dá origem á doença nas infecções de P M V -1. Apelando para vários testes de Laboratório, as infecções são classificadas, segundo o seu poder patogénico, em: LENTOGÉNICAS – MESOGÉNICAS – e VELOGÉNICAS com o poder patogénico crescente.

As infecções Mesogénicas e Velogénicas são patogénicas pois elas provocam a doença. Algumas são pneumótropas se o Vírus prefere multiplicar-se nas células do aparelho respiratório ou Viscerótropas se o Vírus prefere multiplicar-se nas Células do aparelho digestivo ou ainda Neurótropas se o Vírus prefere multiplicar-se nas Células do sistema Nervoso.

As infecções Lentogénicas são muito pouco patogénicas, porque a infecção passa geralmente despercebida. Estas infecções são utilizadas como Vacinas, o PMV-1 – é responsável pela epidemia observada no Pombo, é essencialmente Viscerótropo e Neurótropo, por conseguinte, ele provoca principalmente Diarreia e perturbações Nervosas. Segundo o critério atrás definido, ele é classificado como sendo Mesogénico.

Até 1971 não se tinha detectado qualquer caso de infecção natural em Pombos-Correios provocada pelo PMV-1. De 1971 a 1973 uma terrível epidemia da doença de NEWCASTLE dizimou a Avicultura em todos os Países Europeus. Foi por essa altura que se detectaram os primeiros casos de infecção natural em Pombos-Correios na Holanda, Inglaterra, Bélgica e Alemanha. Os Pombos foram atingidos por perturbações respiratórias, digestivas e nervosas tendo sido contaminados por contacto directo com Aves de capoeira doentes. As infecções por Vírus isolado são infecções Velogénicas clássicas de PMV-1 ou Vírus da NEWCASTLE. Em 1980 infecções Lentogénicas clássicas de PMV-1 foram isoladas em Pombos atacados unicamente por problemas respiratórios, e estes apresentaram maus resultados Desportivos.

Logo que um Pombo entra em contacto com o PMV-1, o Vírus multiplica-se primeiramente nos acessos de entrada para o organismo, isto é, os Olhos, o Nariz e a Boca. Após o 2º e 3º dia, o Pombo começa por eliminar o Vírus para o meio exterior através das secreções dos Olhos, do Nariz e da Boca. Os sintomas respiratórios e oculares (conjuntivite) aparecem logo que tenha sido destruído um número suficiente de Células, geralmente após 5 a 6 dias que será o período de incubação. O Vírus propaga-se em seguida de Célula em Célula através da corrente sanguínea. Multiplica-se no tubo Digestivo e segue-se-lhe a aparição de sintomas Digestivos (diarreia). O Pombo pode por conseguinte eliminar o Vírus nos excrementos a partir do 4º dia após a infecção. O Vírus disseminado pela corrente Sanguínea pode ai atingir o Cérebro e multiplicar-se. Então aí aparecem os tais sintomas Nervosos que são típicos desta doença.

Recordo que o Vírus responsável por esta epidemia actual é Neurótropo e Viscerótropo, mas pouco Pneumótropo, em que os sintomas Respiratórios passam muitas vezes despercebidos. O período de incubação, isto é, o intervalo de tempo que ocorre entre o momento em que o Pombo é infectado pelo Vírus e aquele em que aparecem os primeiros sintomas, é muito variável poderá ir de alguns dias a algumas Semanas. No quadro clínico os sintomas Digestivos aparecem em primeiro lugar seguidos pelos sintomas Nervosos. Na forma actual da doença os sintomas Respiratórios e Oculares são praticamente inexistentes. As perturbações Digestivas, ao contrário, são muito acentuadas e manifestam-se através de uma Diarreia aquosa ou hemorrágica, consoante a importância da destruição das Células dos intestinos.

As perturbações nervosas são muito características:

1º Tremuras da cabeça: Torcicolo - Cabeça invertida - Paralisia de uma Asa e depois das duas (os pombos já não podem voar para os poleiros) ou pode existir paralisia das patas - perturbações no equilíbrio, passo cambaleante, com tendência em cair para trás ou para o lado - perturbações visuais, os Pombos debicam ao lado dos grãos.

Podem observar-se outras formas menos típicas da doença: o aparecimento repentino de perturbações nervosas, sem o aparecimento prévio de Diarreia ou aparecimento de Diarreia sem sintomas Nervosos.

Esta última eventualidade pode ser observada em Pombos vacinados, já algum tempo porque a sua imunidade diminui com o decorrer dos meses e torna-se demasiado fraco para impedir o Vírus de se multiplicar nos intestinos, mas suficiente forte para impedir a sua disseminação através do sangue até ao Cérebro. As vias naturais de entrada do Vírus no organismo são os Olhos, o Nariz e a Boca e a infecção transmite-se essencialmente por contágio directo nos encestamentos e nas exposições a partir das secreções e das excreções de Pombos Doentes.

Os columbófilos têm tendência para suprimir os seus Pombos doentes logo que a PARAMYXOVIROSE se declara nos seus pombais mas isso será um erro, sobretudo se os Pombos forem de qualidade. Na maioria dos Pombos atingidos por perturbações nervosas, mesmo muito acentuadas, estes curam-se após uma convalescença de 2 a 3 meses, na condição de que se possam alimentar e matar a sede. Caso contrário poderá o columbófilo alimentá-los artificialmente com sementes humedecidas e abebera-los com uma pipeta. Após a cura, estes Pombos conservarão intacto o seu sentido de orientação e recuperarão inteiramente as suas capacidades Desportivas.

Não existe qualquer tratamento específico, porque os Vírus não são sensíveis aos ANTIBIÓTICOS. Os tratamentos que podem ser feitos não têm por objectivo curar os Pombos, mas ajudá-los a dominar a doença, evitando ao máximo eventuais sintomas de perturbação. A gravidade da infecção vai depender do estado Sanitário da colónia e da presença de outras doenças no pombal: Tricomonas, Coccidiose, ou Vermes.

Todo o Columbófilo que deseje salvar os seus Pombos deverá, antes de tudo, fazer com que estes sejam examinados por um Médico Veterinário ou por um Técnico experiente e com maturidade neste tipo de Doenças, o que poderá ajudar os animais a vencerem a infecção Virosa o mais rápido possível. Os Pombos atingidos por Diarreia deverão ser Rehidratados através de Electrólitos com Magnésio na água de bebida, (exemplo ELECTROLYTE GOLD). Na ração deverá colocar-se uma Levedura Pré e Probiótica tipo ORGANEW altamente enriquecida com Aminoácidos. Para acompanhar deve-se utilizar o Óleo de Grainha de Uva ou Óleo de Linho altamente ricos em Gordura e Açúcares mas tudo de acordo com o quadro clínico das Aves, mas nunca será demais repetir que a escolha dos medicamentos e a sua dosagem são da competência da Medicina Veterinária, porque não existe nenhum tratamento milagroso para tratar esta DOENÇA. Cada Pombo atacado por esta doença é um caso particular, e deve ser examinado e tratado individualmente.

Aconselho os senhores Columbófilos que empiricamente enchem os seus Pombos com medicamentos que não o devem fazer, porque só intensificam as lesões do tubo Digestivo, do Fígado e dos Rins, agravando o quadro clínico e a evolução da DOENÇA.

Mas deve aplicar aos seus Reprodutores, aos Borrachos no desmame, e depois, já meio adultos, ao aduzir, os grandes reconstituintes orgânicos: PECUTRIN + PROPILENOGLICOL (veterinário) para não ver mais tarde os seus queridos Borrachos a morrerem sem nada poder fazer.

Sr. Columbófilo siga os meus conselhos, não SOFRA amanhã o que pode resolver hoje.

No Homem esta infecção responde com uma Conjuntivite, por isso o Columbófilo, quando trata um Pombo infectado, deve ter o cuidado de não levar as mãos aos Olhos ou Boca, nem receber projecções na Vista porque pode ser muito perigoso.

Mais uma vez penso ter contribuído para esclarecer alguns Columbófilos sobre esta Doença, pelo menos os mais Jovens.