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A UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS ANTI-INFECIOSOS 03-06-2011

A UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS ANTI-INFECIOSOS

A posologia é o estudo dos Medicamentos em relação à sua via de administração e ao estado do paciente.

O Columbófilo usa muitas vezes dosagens erradas ou já ultrapassadas, o que pode provocar que um tratamento seja completamente inútil ou, ao contrário, provocar algumas Intoxicações ao nível interno.

Este facto não tem nada de estranho uma vez que, só nos últimos anos, os centros de pesquisa de Medicina Veterinária começaram a publicar a nível mundial dados específicos para o Desporto de Pombos Correios.

As evoluções recentes demonstraram que, exactamente como nos Mamíferos, cada espécie de Aves tem a sua própria gama de terapêutica com farmacodinâmica e toxicologia específica e consequentemente com posologia adequada.

Podemos mencionar alguns exemplos:

- Existem algumas indicações de que os Antibióticos do grupo das Oxitetraciclinas podem ser inactivados pela Flora das Células do Papo do Pombo.

- Certos Vermífugos de largo espectro usados, por exemplo, em vários pássaros ou no ser humano, serão bastante tóxicos para o Pombo Correio. Normalmente o Columbófilo recorre a estes produtos sem avaliar as consequências.

- Outro exemplo é o Cloranfenicol. O Pombo elimina-o do seu organismo muito mais rapidamente que a maior parte das outras Aves.

Estas informações são baseadas em testes e estudos científicos recentes e em experiências.

Esperamos que os Columbófilos entendam que a complexidade dos problemas e a evolução sistemática do seu querido Desporto implicam sempre, e cada vez mais, uma regular assistência Técnica ou Veterinária, prontos e responsáveis, para dar as respostas justas e adequadas que a Columbofilia espera deles.

O Diagnóstico correcto de uma Doença é fundamental para o êxito na cura da mesma, embora na prática e face à habitual falta de meios Técnicos e Veterinários no meio Columbófilo, tal pretensão seja por vezes e frequentemente ilusória.

Existem poucos meios de identificação do agente ou agentes (cultura) e esta identificação é importantíssima para o grande êxito de quem assume essa responsabilidade. Por vezes a urgência das situações e a falta de bons Laboratórios na área da Columbofilia e no apoio desta, exige muitas vezes intervenções rápidas, porque o Columbófilo quer resultados no imediato, e para tal será necessário ter uma certa maturidade e uma grande experiência, acerca dos agentes Microbianos mais frequentes e presentes nos vários órgãos e do sistema imunitário do Pombo Correio, bem como relativamente aos Anti-Infecciosos mais interessantes para cobrir o leque na hipótese da cura.

Numa primeira fase usam-se associações de Antibióticos sinérgicos ou Antibióticos de largo espectro, numa segunda fase, por vezes já na posse de resultados Microbianos, haverá que instituir uma terapêutica mais especifica sobre os resultados e nunca fazer tratamentos desajustados, mas sim, aconselhados por alguém que seja entendido na matéria.

Muitas vezes, depois de fazermos e darmos de tudo aos nossos Pombos e nada resultar, é que procuramos as pessoas certas, já em desespero de causa, o que será um erro terrível.

Muitas vezes Infecções Bacterianas agudas são tratadas em 5 a 7 dias com sucesso utilizando os Antibióticos apropriados, mas se andarmos a inventar: aplicamos 5 dias com um, não resulta, depois mais 5 dias com outro, não resulta, depois pedimos conselhos ao vizinho lá vão mais uns dias e não chegamos a lado nenhum porque em todas as Doenças, não havendo melhoras significativas nos 2 a 3 primeiros dias, é sinal que o Diagnóstico está incorrecto ou a selecção do Antibiótico não foi o mais adequado.

Para evitar isso deve-se fazer uma revisão da situação, e não prosseguir com o Antibioterapêutico durante mais tempo.

Por vezes aplicamos este ou aquele medicamento não pelo conhecimento e pelo valor do Fármaco, mas pela influência do vizinho porque o produto tal deu resultados no Pombal A ou B - o que nem sempre se revela útil e eficaz, porque em Columbofilia cada caso é um caso (resistência, condições orgânicas, higiene, localização do Pombal, Sol, humidade), havendo um certo numero de situações a justificar que em alguns casos resulte e noutros não.

E como na Columbofilia, ao contrário dos outros desportos, sempre fomos os conselheiros uns dos outros e nunca recorremos aos sítios certos nem às pessoas certas e ao tomarmos esta atitude a factura, por vezes, sai cara, em termos monetários e Desportivos.

Quando começamos a marcar MAL, a perder Pombos, a ver as Aves a não terem aquela vivacidade habitual, o brilho normal da sua plumagem, a sua alegria dentro do Pombal, o voar de patas penduradas, então começamos a entender que algo vai mal, e então ai sim, procuramos tudo e mais alguma coisa.

Por vezes já será tarde, e tudo se torna mais complicado mas este será apenas o meu alerta, para uma Columbofilia melhor e mais competitiva, porque se uma colónia for acompanhada e avaliada mensalmente tudo se torna mais fácil e com menores custos.

Na adaptação da dosagem parte-se do princípio que a quantidade de água absorvida pelos Pombos será de mais ou menos 1 litro de água para 20 Pombos por dia. Este facto serve em geral para basear os cálculos, para Medicamentos.

Assim, é preciso adoptar as dosagens às variações de absorção de água de bebida: relativo ao consumo de água deve-se consequentemente diminuir a quantidade do produto por litro em períodos de Polidipisia quando existe muito calor ou Diarreia e aumentar o mesmo no Inverno.

 Em geral constata-se nos Pombos uma eliminação bastante rápida de certos Antibióticos ou outros Medicamentos pelo que é importante administrar os mesmos de maneira continua pelo menos 2 vezes por dia, manhã e tarde (dar e deixar ficar 2 horas, depois retirar e colocar água limpa, depois à noite voltar a dar). 

Por vezes administramos mais que uma substância Terapêutica sem termos conhecimento que podem existir algumas interferências entre elas. Por isso deve-se sempre adquirir Medicamentos que contenham rótulos e os seus princípios activos porque pode não existir interferência, existir sinergia, existir antagonismo ou existir alteração do efeito procurado.

Um outro ponto de crucial relevância a ter em conta é que a actividade dos Anti-Infecciosos pode ser neutralizada ou potenciada pela associação entre si ou pela administração concomitante de outros Medicamentos, perdendo-se o efeito ou atingindo-se níveis de risco que interessa evitar.

Antes de utilizar qualquer medicamento Anti-Infeccioso, ou no caso de dúvida, é indispensável a consulta prévia das informações relativas às interacções, efeitos secundários e contra indicações. O conhecimento das possibilidades de associação entre os vários agentes é assunto a nunca descurar.

Embora a mono terapia Anti-Infecciosa deva ser a opção desejável, por ser mais específica e com menor risco de efeitos secundários, em certos casos revela-se importante a combinação de vários agentes nas infecções Agudas por agentes desconhecidos ou presumivelmente polimicrobianos. No entanto não deverão ser arbitrários mas sim obedecer ao alargamento do espectro da actividade pretendida ( Gram + Gram – e Anaeróbico) e ao aumento do efeito (sinérgico melhor aditivo aceitável ou desinteressado) repudiando em absoluto o antagonismo e o reforço da toxicidade.

Entre os inconvenientes maiores das associações salientam-se a possibilidade de subdosagem, riscos tóxicos acrescidos e aumento da pressão de selecção a favor de estirpes Bacterianas multirresistentes, constituindo este ultimo um problema gravíssimo que está a alastrar com maior rapidez do que a investigação de novas fórmulas.

Mas também temos erros muito frequentes na administração de Medicamentos aos nossos Pombos porque ocorrem grandes acidentes pelos apaixonados dos injectáveis. Por vezes a falta de técnica ou desconhecimento total do produto a aplicar e as suas dosagens, toda a colónia vai por água abaixo, porque injectar só um dia ou dois dias e não fazer o seguimento ou tratamento completo não vale a pena, porque será só destruir.

Mas também acontece na preparação da água de bebida, ao ser medicada, porque o rigor farmacêutico prefere a expressão dos volumes e pesos em números métricos (ml – mg – e gr). Todavia existem sempre produtos que trazem indicações em colheres. Daqui pode surgir alguma confusão porque existem diferentes costumes alimentares dos diversos Países que podem induzir em erro. Por exemplo: 20 gotas será: + ou - = 1 ml: 1 colher de café: + ou – 2 ml em Portugal, mas se for na Bélgica, Holanda ou França será 5 ml: 1 colher de chá será 3 ml. Noutros países 5 ml: 1 colher de sobremesa 8 ml noutros países 10 ml : 1 colher de sopa 15 ml noutros países 18 ml.

Como podem reparar, existe uma grande diferença e aqui terá que haver muito cuidado na aplicação das dosagens de produtos que não venham identificados as suas dosagens e seus componentes porque na realidade temos que saber o que damos às nossas Aves, porque temos uma certeza, os nossos Pombos bebem água todos os dias o que por vezes não acontece em certos Países

Com este meu artigo apenas quero chamar a atenção dos Srs. Columbófilos, que por vezes não vale a pena inventar mas sim trabalhar com os pés bem assentes no Pombal, para ter bons resultados.

Mais uma vez penso ter esclarecido todos os Columbófilos mas em particular os mais JOVENS que serão o FUTURO.