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UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS ANTI-INFECCIOSOS - OS ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 16-10-2011

UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS ANTI-INFECCIOSOS

OS ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

O Diagnóstico Correcto da Doença é fundamental para o êxito da terapêutica, embora na prática, face à habitual falta de meios na Medicina Columbófila Portuguesa, tal pretensão seja frequentemente ilusória.

A identificação do agente (cultura) é importantíssimo, mas por vezes a urgência das situações e a falta de bons Laboratórios de apoio nesta área exige uma intervenção rápida, para o que é necessário ter uma ideia lúcida e muito conhecimento acerca dos agentes Microbianos mais habituais e presentes nas infecções dos vários órgãos e sistemas do Pombo Correio bem como relativamente aos Anti – Infecciosos mais interessantes para cobrir o leque de hipóteses na cura.

Geralmente numa primeira fase usam-se associações de Antibióticos sinérgicas ou Antibióticos de largo espectro e, numa segunda fase, por vezes já na posse dos resultados das culturas microbianas, haverá que instituir uma terapêutica mais específica. As infecções Bacterianas agudas são geralmente tratadas com grande sucesso em 5 ou 7 dias com os Antibióticos apropriados.

 Não havendo melhoras nos 2 a 3 primeiros dias, é sinal que o diagnóstico está incorrecto. Não haja ilusões, foi feita uma selecção inadequada do Antibiótico, devendo fazer-se uma revisão de toda a situação e não prosseguir aquela antibioterapia durante mais tempo. Por isso digo e aconselho que nunca se deve automedicar os Pombos, e deve-se obter o conselho do Médico Veterinário ou de um Técnico Especializado porque, mais uma vez este ano, se assistiu a milhares de Pombos mortos (lamentavelmente) por vários factores, e também pelo facto de haver a automedicação e falta de conhecimento dos Columbófilos, que só pedem ajuda quando os Pombos estão completamente Anémicos e Desidratados com percas Calóricas na ordem dos 80%. Por vezes nada mais há a fazer, o que será de lamentar ter havido provavelmente um erro ou uma estupidez. O Columbófilo pode pensar que sabe tudo, mas na realidade não sabe, terá que deixar certas coisas para outras pessoas competentes, porque esta minha revolta será apenas para colaborar e tentar ajudar a maioria dos Columbófilos de forma completa (grátis).

A escolha do Anti – Infeccioso poderá fazer-se pelo conhecimento da eficiência habitual, o que nem sempre se revela útil porque deveria ser avaliado (resistência, condições orgânicas, gerais e locais, etc. etc. por meios de testes de sensibilidade em disco (Antibiograma) ou, ainda melhor, através de testes para determinação da concentração inibidora mínima, ou concentração Bactericida mínima, que não só dão uma indicação qualitativa, mas também quantitativa. Mas como na Columbofilia neste aspecto tudo é negativo, temos que trabalhar com o que temos, porque a única coisa que vemos por parte dos Laboratórios de produtos para Pombos será o grande interesse COMERCIAL, ou seja, é preciso é vender. Mas haver alguém que ensine, que explique, que se responsabilize (nada, tudo é negativo) porque sendo a Columbofilia o segundo maior Desporto a nível Nacional, já merecíamos um Laboratório conceituado que fizesse Análises Clínicas, Radiografias, Operações, Ortopedia, Electrocardiogramas, Necrócias e outros. Ainda muita coisa há a fazer sobre a Columbofilia e a favor dos Columbófilos, porque sempre fomos apenas uns pagantes, em que damos tudo, e nada recebemos. Esta é a grande realidade, será aquilo que eu entendo e sinto como cidadão e Columbófilo.

A opção clássica pelos Anti – Infecciosos Bactericidas em detrimento dos Bacteriostáticos, em virtude daqueles serem habitualmente considerados mais eficazes, por via de regra não tem razão de ser, salvo nas Septicémias, Leptospiroses, Circoviroses, Pleuroses bacterianas e em situações de imunodepressão que muito acontece em Pombos Correios pelo facto de haver uma contaminação muito directa.

Para além destes e muito outros aspectos Técnicos determinantes da escolha dos Anti – Infecciosos, a selecção em medicina Veterinária deverá ainda ter em conta o preço, tentar procurar a melhor relação custo – eficácia, porque as coisas não estão nada fáceis, e a prevenção de antibioresistências múltiplas têm indesejáveis reflexos sobre o Pombo Correio. 

A dose e a via de administração destes, são aspectos de extrema importância. A dose depende do agente Microbiano e do local da infecção, neste último pela maior facilidade de penetração em determinados órgãos ou pela maior eliminação por certas vias como atrás já foi dito. As posologias referidas pelos fabricantes nas bulas ou informações médicas são geralmente valores médios por vezes não servindo para todas as situações, havendo casos em que o tipo de agente, a localização ou a gravidade do processo nosológico exigem por vezes doses mais altas, enquanto noutras será necessário diminuir ou espaçar as administrações, como sucede por exemplo no caso de insuficiência Hepática ou Renal para que não exista uma formalização de excesso de Ácido Láctico e Ácido Úrico que pode comprometer as prestações Desportivas do próprio Pombo. Por isso eu digo, e aconselho, que nunca se devem adquirir medicamentos que não contenham rótulos, ou determinado os seus princípios activos, com todas as indicações e posologia, porque pode ser muito grave para os seus Pombos, e ter pouca informação para o Columbófilo.

As interacções Medicamentosas é uma situação que praticamente ninguém respeita ou, provavelmente, poucos conhecem. Também será um ponto crucial de grande relevância, a actividade dos Anti – Infecciosos pode ser neutralizada ou potenciada pela associação entre si, ou pela administração concomitante de outros Medicamentos, perdendo-se o efeito ou atingindo-se níveis de risco que interessa evitar.

 Antes de aplicar qualquer Medicamento aos seus Pombos na classe dos Anti – Infecciosos e no caso de dúvida, é indispensável a consulta prévia das informações relativas às interacções, efeitos secundários que podem ser muitos e de grandes contra indicações. O conhecimento das possibilidades de associações entre A e B é assunto a nunca descurar, embora a monoterapia Anti- Infecciosa deva ser a opção desejável, por ser a mais específica e com menor riscos de efeito secundários. Em certos casos revela-se importante a combinação de A e B nas infecções agudas por agentes desconhecidos ou presumivelmente polimicrobianos no caso Écolissepticémias, Leptospiroses, Circoviroses, Cólera Aviária, entre outras.

 No entanto, não deverão ser arbitrárias mas sim obedecer ao alargamento do Espectro de actividade pretendido (Gram +Gram -/+ Anaeróbios) e ao aumento do efeito sinérgico = ao melhor aditivo, aceitável ou desinteressado, repudiando em absoluto o antagonismo e o reforço da toxicidade.

Entre os inconvenientes maiores das associações salientam-se a possibilidade de SUBDOSAGEM, risco tóxicos acrescidos e aumento de pressão de selecção a favor de estirpes Bacterianas multirresistentes, constituindo este ultimo um problema gravíssimo que está a alastrar com maior rapidez do que a investigação de novas fórmulas. São exemplo disto, aquilo que os Columbófilos chamam de PREVENTIVOS SEMANAIS porque só formaliza antibioresistência múltipla, o que será um erro terrível, aqui responsabilizamos todos os Laboratórios que têm nos seus catálogos anuais este tipo de aconselhamento, para fazer-se preventivos SEMANAIS. Penso que seja mais um marketing comercial, do que uma realidade.

Por vezes ocorrem acidentes injectando Pombos, talvez será por falta de técnica, ou desconhecimento da localização da aplicação, ou até das suas próprias dosagens. Mas a maior parte dos erros cometidos acontece na altura da preparação da água medicada.

O rigor farmacêutico prefere a expressão dos volumes e pesos em números métricos (ml – mg – ou gr). Todavia existem sempre produtos que trazem indicações em colheres. Daqui pode surgir uma certa confusão porque os diferentes costumes alimentares dos diversos Países podem induzir em erro: 20 gotas +/- 1 ml: 1 colher de café +/- 2 ml em Portugal, porque se for na Bélgica ou na Holanda já será 5 ml: 1 colher de chá em Portugal será +/- 3 ml se for na Bélgica ou Holanda será 5 ml: 1 colher de sobremesa em Portugal será +/- 8 ml – nos outros países será de 10ml e assim sucessivamente: Medicamentos em pó: 1 colher de chá em Portugal +/- 2 gr, se for noutro Pais, será de 5 gr, depende também do produto. Como os Srs. Columbófilos podem ver existe uma grande margem de erro o que poderá ser um pouco confuso, aqui poderá haver uma sobredosagem na aplicação de certos produtos será preciso muito cuidado e muita atenção.

Mas continuando o meu raciocínio, que ao longo de anos venho afirmando, é que acho que as Associações e as Colectividades têm um pouco de responsabilidade com a falta de informação Técnica aos Columbófilos, porque deveria de haver frequentemente PALESTRAS alargadas aos seus Associados sobre Doenças, Métodos, Tratamentos, Alimentação e outros, de interesse Columbófilo, e hoje será tudo tão fácil e tão perto, porque com a existências dos meios áudio visuais, isso facilitaria a divulgação das acções formativas pelas colectividades. Será apenas uma questão dos directores acederem a este desafio de grande interesse.

Apenas falo nesta questão porque sinto no dia-a-dia a necessidade de informar aqueles que precisam, e ser uma questão de ajudar o próximo, (gratuitamente) e colaborar com os Columbófilos neste belíssimo Desporto, que tanto Amo e GOSTO.

Mais uma vez com este meu artigo penso ter esclarecido e ajudado na evolução dos Columbófilos. Pelo menos os mais JOVENS, que são o futuro da Columbofilia Moderna. Ensinando sempre com Honestidade, Trabalho, Humildade e Respeito pelos Columbófilos sempre ao vosso dispor para qualquer informação este sempre amigo e Mestre.