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PASSEIO ÀS MINAS DE JALES EM CAMPO DE JALES - HISTÓRIA DAS MINAS 27/09/2011

Os caminheiros vão em 23 de Outubro visitar a aldeia de Campo de Jales, onde desde a época pré-romana até 1992 funcionaram as Minas de ouro, conhecidas como Minas de Jales ou "MINAS DOS MOUROS". Aqui apresentamos a sua história em forma de resumo:

MINAS DE CAMPO JALES 

Diz-se que as minas de Campo de Jales remontam à época pré-romana. No decorrer dos trabalhos de exploração, foram encontrados diversos objectos da época romana, tais como, machados de bronze, fivelas de bronze, lucernas de barro, uma roldana de madeira, um sarilho destinado a içar do fundo do poço os cestos de minério, um fragmento de casaco, bem como um colete de couro e um vaso ornamentado, de terra sigilata com a própria marca do oleiro "JULLUS", proveniente da oficina de Mantas, meados do século I A.c. Estas peças passaram para a posse da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar

Aqui eram extraídos essencialmente o ouro e a prata. A entrada para a mina era feita pela estrutura que ainda podemos apreciar e que manobrava dois elevadores no Poço de Santa Bárbara com 620 metros de profundidade. Esta estrutura, conhecida localmente como a Torre Eiffel de Jales. Próximo temos ainda a enorme e muito poluente escombreira, com uma área de cerca de 8 hectáres, onde foram lançados os estéreis da mina que se calculam em cerca de 5 milhões de toneladas com uma elevada acidez, falta de nutrientes e uma elevada toxicidade em metais pesados e metalóides (arsénio, chumbo, cádmio, zinco e prata).  Estes são alguns dos sinais ainda existentes do que foi outrora uma das mais importantes estruturas mineiras de Portugal 

Naqueles tempos a extracção do minério era feita manualmente, quer nos poços a céu aberto quer nas galerias que atingem as jazidas mais profundas. Na época as galerias de Campo de Jales eram abertas rebentando a rocha dura aquecendo-a e arrefecendo-a bruscamente com água e vinagre e ainda com a ajuda de cunhas de madeira. A média de produção rondava os 25 Kg por mês, nos últimos dois meses de actividade a produção chegou aos 35 Kg. Além do ouro também se extraiam outros metais, tais como, Prata, Chumbo e Enxonfre. A extracção no momento do encerramento atingia os 720 metros de profundidade, em 16 pisos.

O carácter altamente poluidor da extracção destes minérios teve o seu lado negativo, com as inúmeras mortes causadas pelo trabalho nas minas e pelos contaminantes que os afectavam de forma irremediável. É o lado triste e de muito sofrimento de quem ganhava a vida nestas minas e cujos resíduos continuam a afectar a zona que foi alvo de um projecto de requalificação ambiental em 2006. Trata-se de um dos maiores pontos de poluição do ambiente de Trás-os-Montes, com efeitos nocivos nas populações e na fauna, flora e recursos hídricos. A intervenção passou pelo controlo e monitorização de efluentes saídos das escombreiras, bem como a construção de bacias em betão armado para a recepção dos mesmos, afim de serem tratados. A finalidade destes autênticos depósitos destina-se a evitar a dispersão dos corrimentos das escombreiras dado que os resíduos líquidos da escombreira contaminavam terrenos, ribeiros e rios. O Tinhela foi o mais atingido e até no rio Douro foi detectada poluição oriunda das minas de Jales.

As minas foram desactivadas em 1992 derivado à descida da cotação do ouro, da sua baixa produtividade e da degradação dos equipamentos.