EntrevistasVisitas: Contador de Visitas 
ENTREVISTA AO JORNAL MUNDO COLUMBÓFILO 25-01-2010

ENTREVISTA AO JORNAL MUNDO COLUMBÓFILO

 

1 – Qual é a principal motivação que o leva a candidatar-se a presidente da FPC?

A motivação principal é desejar uma FPC dirigida para os columbófilos, transparente, musculada e dialogante, na defesa do pombo-correio.

 

2 – Perante o novo cenário imposto pela Lei de Bases quais são as suas ideias para trazer mais dirigentes para o activo? Será necessário profissionalizar alguns cargos? Que fazer com as colectividades que têm menos de 10 associados?

Deixemo-nos de filosofias. Se já era difícil ter dirigentes columbófilos, agora torna-se missão “quase impossível”. Tudo se prepara para que as cúpulas sejam dirigidas por não “columbófilos no activo”. As incompatibilidades levam a isso. Mas o problema é da lei de bases, não sendo exclusivo da columbofilia. Enquanto que na grande maioria dos outros desportos a longevidade desportiva é curta, na columbofilia é o inverso.

Para satisfazer a columbofilia actual em que todos queremos apurar responsáveis, é inevitável, podendo ser mesmo uma questão de tempo, o dirigente profissional.

Quanto à questão das colectividades que coloca, reconheçamos que a Lei geral define menos de dez elementos para fundar um clube ou associação. Perante este ou outro cenário guardaremos essa situação para mais tarde pois os números valem o que valem. O superior interesse da competição columbófila ditará as alterações a propor.

 

 3 – Considera que a organização da columbofilia nomeadamente a Campanha Desportiva deve encontrar um sistema que possa trazer uma certa igualdade na competição entre grandes e pequenas colónias?

Como columbófilo no activo à 35 anos já vi de tudo. Vi  60 pombos a competir contra 5 e acompanhei a quase “reforma agrária na columbofilia” no final dos anos 70 em que se obrigava a que todos enviassem o mesmo número de pombos. O resultado foi sempre o mesmo: os campeões do anterior foram de novo campeões, independentemente da fórmula que se aplique ganhará inevitavelmente sempre o que tiver melhores pombos e for mais aplicado. Em suma o melhor columbófilo na verdadeira acepção da palavra é aquele que melhor selecção faz dos seus pombos, mais se aplica e que tem, também, condições económicas. Já vi colónias de milhares de euros nunca ganharem. Não vale a pena procurar-se na secretaria o que não se consegue ganhar no ar. No entanto, não concordo que se enviem pombos só por enviar sem contar para a sua classificação. A pergunta que surge é competiu ou não competiu, ganhou ou não ganhou. Quem vai a uma prova tem que se lhe atribuir classificação. Pombos que vão a uma prova só por ir, não. Isso é negar a essência do pombo-correio. No apuramento do columbófilo, aí sim, terá que se encontrar uma fórmula diferente da actual. Às colectividades as suas leis de apuramento, às associações da mesma forma e à FPC idem, idem aspas, aspas. O problema só se tem posto porque a pirâmide dos números de pombos das classificações está invertida. Sé é para apurar o melhor columbófilo que se diminua os pombos a pontuar aumentando o grau de dificuldade à medida que se sobe na hierarquia institucional. Esta é a minha opinião, no entanto, como preconizo uma FPC dialogante, a vontade dos columbófilos é soberana.

 

4 – Já pensou num plano estratégico (em que se envolvam nomeadamente as Associações) que possa dar resultados a médio prazo no sentido de estancar o afastamento dos columbófilos e possa aliciar novos praticantes?

Penso que andamos todos demasiado obcecados com novos praticantes. A primeira fase é manter os que cá estão. A segunda é recuperar os que saíram, o que me parece uma missão extremamente difícil com esta conjectura económica. Tudo isto passa forçosamente por clarificar, ouvir os columbófilos e não unicamente os “fazedores de opinião”, legislar, fazer cumprir a legislação, responder em tempo oportuno a todas as questões apresentadas, divulgar as soltas e a columbofilia, reorganizar as soltas de pombos-correio, satisfazendo, assim, os que cá estão, tornando a columbofilia apelativa e só depois pensar em novos columbófilos. Como é que se pode pensar de outra maneira se nós, que cá estamos, passamos o tempo a discordar do clube, das associações e da federação?

 

5 – Nas II Jornadas Columbófilas vários columbófilos alertaram para os problemas que afectam o progresso do nosso desporto. Que acções vai tomar para colmatar tais deficiências?

Se analisarmos as segundas jornadas, os columbófilos intervenientes ou colaborantes não representaram mais de 1% da população columbófila, sendo a grande maioria dos presentes convidados pessoais de elementos da direcção da FPC, que perante tal convite não puderam dizer não. Apesar de terem surgido soluções, que, de algum modo, podem minimizar as desavenças e melhorar a columbofilia, não serão tomadas medidas nenhumas sem saber se a grande maioria dos amadores está ou não de acordo. A “nação columbófila” é soberana e cada distrito é um caso. Repare-se que a grande maioria dos columbófilos são pessoas que gostam de pombos, enviam pombos, não vivem dos pombos e não negoceiam com eles. Surgiu nos últimos tempos um grupo de novos columbófilos que assumem uma posição de mudança típica de uma sociedade do “quero agora e já”. Vivemos em democracia e como tal teremos que ouvir a “maioria silenciosa” dos columbófilos. Esses são a essência da mudança e não como alguns lhes chamam de velhos do Restelo. Poderão dizer que estão desactualizados, que não colaboram etc.. A esses posso-lhes dizer que o amor ao pombo-correio e a prática da columbofilia sem fins lucrativos, nunca está desactualizada, podendo e/ou devendo coexistir com a prática profissional, tem é que se separar as “águas”. Nada será mudado por interferência directa ou indirecta de “Lobbys”, tudo será mudado pela vontade do columbófilo e/ou seus representantes e na defesa do pombo-correio.

 

6 -  Se for eleito que conclusões retirará desse facto e que acções tomará de imediato?

Se for eleito fico com a certeza de que os representantes dos columbófilos fizeram a mudança necessária. A primeira acção será a de nomear os restantes elementos da equipa. A segunda será a de fazer várias análises e/ou estudos ao que se pretende mudar, para depois apresentar propostas aos columbófilos. É necessário arrumar primeiro a casa, saber o que se tem e com aquilo que se conta, para traçar o caminho e projectar até onde se pode ir.