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ENTREVISTA AO JORNAL PORTUGAL COLUMBÓFILO 25-01-2010

ENTREVISTA AO JORNAL PORTUGAL COLUMBÓFILO

 

1 – Quem é o candidato Fernando Garrido?

            É um columbófilo, na verdadeira acepção da palavra, no activo e com 35 anos de actividade desportiva. Militar e Meteorologista de formação fez parte de varias direcções de diversos clubes columbófilos. Trabalhou com a FPC desde 2002 no apoio meteorológico às soltas de pombos correio. Autor de vários trabalhos sobre meteorologia e columbofilia.

 

2 – Quais as razões que o levam a apresentar uma candidatura á presidência federativa?

Nos últimos anos tem-se avolumado reclamações, ideias, propostas e um mal-estar permanente entre os columbófilos e/ou associações que têm vindo a degradar a estrutura columbófila. Como diz o povo casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Penso que o pão neste provérbio representa a falta de responsabilidade, por um lado e a falta de liderança por outro, a que a sociedade se habituou: a culpa é sempre dos outros. Urge pois credibilizar a estrutura, em que cada um tem que assumir as suas responsabilidades enquanto dirigente e/ou responsável. Deixarmo-nos de consensos, que normalmente representam interesses locais, e optarmos por ideias que representem o interesse nacional.

 

3 – Em traços gerais, quais são as principais linhas programáticas desta candidatura?

Com esta candidatura pretende-se, ir ao encontro da vontade dos columbófilos, de se efectuar a viragem necessária e estabelecer um programa de inovação e consolidação, de modo a readaptar a columbofilia às necessidades dos actuais columbófilos, não descorando a realidade económica. Estabelecer as grandes linhas para o desenvolvimento da Columbofilia Nacional, suster o abandono da prática columbófila, mostrar o que fazemos e como fazemos à sociedade e acima de tudo valorizar os feitos, quer do columbófilo quer do pombo-correio português. Pretende-se no entanto, não abandonar projectos antigos só porque alguém os acha antiquados ou enveredar por uma mudança rápida e perturbadora só porque se quer copiar os modelos estrangeiros.

Sucintamente pode-se resumir o futuro programa eleitoral em quatro palavras, responsabilidade, transparência, inovação e dedicação.

 

4 – Que reacção sentiu nos círculos columbófilos, quando tornou pública a vontade de se candidatar á presidência da FPC?

Foi de alegria e esperança. Muitos foram os que me telefonaram a dar os parabéns e a prontificarem-se para ajudar. Outros pelas posições que ocupam e pelo dever que têm de cooperação com o grupo em que estão inseridos não puderam dar a cara, mas irão aparecer mais tarde. Eu conto com todos os que querem uma columbofilia cujos pilares fundamentais sejam a defesa do pombo-correio e do columbófilo. Tudo o resto é acessório.

 

5 – Sendo conhecido no meio columbófilo como Técnico de meteorologia da Federação, não receia poder ser apontado como parte integrante do poder instituído, o qual se propõe agora enfrentar?

            A minha ligação com a direcção da FPC foi uma ligação “laboral” e uma ligação de amizade. Quando se trabalha numa equipa faz-se parte integrante dessa equipa. É um dever de cooperação, lealdade e de trabalho de grupo mesmo que com o avançar do tempo não se concorde com a política seguida. Traição não, falar nas reuniões uma coisa e por fora dizer outra, não! Se não concordamos com as ideias que a equipa tem para a columbofilia, ou julgamos ter equipa para tentar solucionar as divergências, assumimos o nosso dever de as expor à sociedade columbófila numa altura que não destabilize a organização, ou seja, o período eleitoral.

 

6 – Houve-se dizer de que tem pouca experiência para o cargo. O que pensa sobre isto?

A experiência é útil em todas as funções. No entanto esta verdade assumia maiores proporções quando não havia mudanças constantes na sociedade. Hoje trabalhamos a uma velocidade muito maior pelo que a capacidade de adaptação a novas situações torna-se factor crucial em detrimento da experiência. Realce-se que o excesso de experiência é altamente prejudicial pelo acomodo que gera.

O não estar fisicamente presente nas reuniões ou nos eventos não quer dizer de que não se tenha conhecimento de como fazer. Por outro lado, o não ter feito parte de direcções da federação ou associação tem vantagens porque, se por um lado não se tem “defeitos” por outro tem-se visão estratégica e independente da vontade dos columbófilos.

 

7 – Como sabe o Decreto-lei nº 248-B/2008 introduziu alterações significativas á Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto. Em seu entender estas alterações, nomeadamente na constituição do Colégio Eleitoral do Congresso federativo, são potenciadoras para a criação de um novo modelo da columbofilia?

Penso que trouxe alterações interessantes, mas que na sua grande maioria tornou a “máquina” mais pesada e burocrática. A existência de maior número de delegados no congresso é teoricamente uma mais valia e uma maior realidade democrática. No entanto, conhecendo a situação nacional penso que as associações, aquém esta reestruturação retira poder, se vão organizar e colocar as suas influências na eleição dos representantes extra associações. Isto deve-se necessariamente à falta de interesse dos columbófilos, pela estrutura desportiva em que estão inseridos e ao ser mais fácil dizer mal do que actuar para que haja a tal mudança que todos dizem necessária. Deste modo, não tenho dúvidas que esta nova formação do congresso, apesar de ter fundamentos inovadores, se vai aproximar da anterior.

 

8 – Qual a sua opinião sobre o novo modelo de candidatura uninominal para a presidência da FPC, e sobre o reforço dos poderes presidenciais concedidos pelos novos estatutos federativos?

            Penso que se poderia ter ido mais longe mais a lei de bases não o permitiu. O reforço de poderes é um factor de desenvolvimento porque facilita ao minimizar a burocracia e está a todo o tempo sob controlo quer do conselho de arbitragem quer do congresso. Com este novo modelo estão reunidas condições reais para que se aplique as mudanças necessárias e fundamentais para a columbofilia. Assim o futuro presidente e a sua equipa o queira.

 

9 – Existe algo mais que queira transmitir e partilhar com os leitores do “Portugal Columbófilo”? 

Tenho vindo a constatar que todos os columbófilos se lamentam. Quero-lhes transmitir esperança e dizer-lhes que chegou a hora de parar os choradinhos e lamentações. Vamos acreditar que é possível mudar para uma columbófila melhor, mais justa, mais transparente e mais unida. Uma columbofilia dirigida por columbófilos e para columbófilos.

Os futuros projectos e alterações serão tomadas com base na vontade dos columbófilos de cada distrito e não com percentagens dos que respondem a inquéritos representando menos de 1% da população columbófila.

Acreditem que é possível algo mais, porque se é para continuar assim basta de lamentações aceitem-na e resignem-se.