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IR UM POUCO MAIS ALÉM NOS TREINOS 14-11-2006

 

 

 

IR UM POUCO MAIS ALÉM NOS TREINOS

 

 

 

 

            Quem me conhece sabe que não sou apologista da forma como se organizam o presentes calendários desportivos. Estes não beneficiam os columbofilos, nem beneficiam os pombos. A forma rígida com que nos são impostos não permitem apresentarmos performances capazes de ofuscar a hegemonia dos Belgas, Holandeses e Alemães. Porém a qualidade também grassa entre nós mas como em tudo, merecemos sempre nota negativa no que respeita à organização.

            A tudo se fazer correctamente cada um dos concursos deveria ser precedido de treinos que levassem o pombo a evoluir de uma forma base a uma forma máxima. Porém  com o tipo de calendário nada disso é viável e então os nossos treinos, porque não somos profissionais, resumem-se a três tipos.

 

 

 

 

OS TREINOS DE PRÉ CAMPANHA

 

 

            Com o terminar da muda e o aproximar da campanha torna-se inevitável que se proceda a recuperação da forma dos pombos adultos e à preparação dos  yearlings para atingirem as performances dos adultos.

            A questão aqui é simples, mas só na aparência. Obviamente que o primeiro esforço é no sentido de proporcionar uma capacidade muscular a todos os pombos, colectivamente mas também individualmente.

            Para isso iremos progressivamente aumentando o tempo de voo à volta do pombal, de forma lenta mas inflexível, permitindo por um lado que as gorduras acumuladas por alguns meses de inactividade desportiva, sejam queimadas e que os músculos ganhem tonicidade.

            Algum tempo depois desta prática diária e rotineira, somente entrecortada pela cautela devida aos famigerados dias de caça, e quando todo o bando voa alegremente pelo menos uns 30 minutos começam-se então os tão esperados e necessários treinos de orientação. Nestes treinos, úteis para os yearlings, e verdadeiras recapitulações para os adultos, deveremos começa-los sempre em curtas distâncias e em condições climatéricas que de modo algum nos façam prever que o treino passará dos 30 minutos.

            Começar-se-á com treinos de não mais de 5 quilómetros, escolhendo locais cuja localização forme um leque, tendo como ponto equidistante o pombal e na direcção dos locais de solta para concurso. Na forma de uma escala alguns dos pombos do ano anterior deverão ser incorporados nestes treinos de forma a não só novamente estimularem o seu sentido de orientação, mas também para quando o bando de yearlings se sentir desnorteado os trazer para casa, fazendo os yearlings perceberem que são possuidores de uma maravilhoso e útil, nessas circunstâncias, sentido de orientação. Efectuados estes pequenos mas persistentes treinos, e sempre na mesma direcção passaremos também a treinos de 10, 20 e 40 quilómetros, sempre em bando. Depois, e pacientemente reduziremos as distancias para 15 a 20 quilómetros e soltamos dois a dois os yearlings e um a um os pombos do ano anterior.

            É aqui que se irão fazer sentir algumas percas, mas nada de importante, pois todos aqueles que se perderem não fazem falta à equipa.

            Alcançado esta etapa passemos a fazer treinos semanais de 60 /80 quilómetros, reservando pelo menos, a meio da semana um treino individual na ordem dos 40 quilómetros, para todos.

            O ultimo dos treinos antes do inicio dos treinos oficiais deverá ser no limite máximo dos treinos colectivos já efectuados, mas desta vez individualmente.

 

            Depois segue-se uma cada vez maior exigência a nível de preparação muscular levando os pombos até a voarem, no máximo, cerca de 50 minutos bi-diários.

 

 

 

OS TREINOS DIÁRIOS DURANTE A CAMPANHA

 

 

            Durante a campanha efectuar-se-ão os habituais treinos em volta do pombal, seguindo um padrão de trabalho semanal e crescente e um curto repouso antes do enviar para concurso.

            Esporadicamente durante a campanha deveremos fazer um treino em linha de uma distância e condições meteorológicas que estimemos produzirem um tempo de voo igual aos treinos diários à volta do pombal.

            No planeamento deveremos compreender que o voo no dia seguinte à chegada é meramente um voo de recuperação muscular, para auxilio na eliminação do acido láctico, que se forma nos tecidos musculares, e que deveremos auxiliar a eliminar recorrendo a banhos quentes tão prolongados quanto possível, complementados por alimentação adequada.

            Também é importante manter o pombal quente e sossegado , pois o papel do repouso é também importante.

            Isso somente é possível se todos os pombos tiverem sido submetidos a actividade física desportiva embora de distâncias diferentes. Em dia de concurso que não vai concorrer pelo menos um treino de 100 ou mais quilómetros têm que fazer, pois para alem do  mais permite uma limpeza mais profunda ao pombal.

 

 

OS TREINOS ESPECIAIS DURANTE A CAMPANHA

 

 

            Estes treinos são diferentes dos outros. Não se destinam a preparar fisicamente os pombos. Também não se dedicam a orienta-los. O seu objectivo mais não é que os fazer decidir por si, dar-lhes autonomia relativamente ao bando.

            A forma como é feita depende do engenho individual.

            Eu concebi a minha forma de os estimular a terem personalidade independente da seguinte forma:

            Nas primeiras vezes que levo um pombo a efectuar estes treinos não os levo a mais de 15 / 30 quilómetros do pombal. Levo-os junto do pombal de um columbofilo amigo e quando este solta os seus pombos para o treino diário solto de cada vez dois ou três pombos, de forma a que o numero de pombos soltos nunca seja mais do que a quarta parte do numero de pombos do bando do meu amigo.

 

            O que é normal é o bando “engolir” estes pombos e faze-los voar à volta do pombal do meu amigo até que terminem o treino. Quando aqueles entram, os restantes apercebem-se que ainda não estão em casa e têm ainda que fazer, para além do treino diário dos pombos do meu amigo, o trajecto de regresso ao seu pombal. Alguns, mais raros e menos atentos, deixam-se mesmo arrastar pelo bando e entram no pombal do meu amigo, e aí levam outra lição. São de imediato apanhados pelo meu amigo, não lhes dando tempo de comer ou beber e são de imediato soltos, após terem sidos apanhados com rudeza. Convém mesmo obriga-los a fugir dentro do pombal de forma a que ganhem medo.

            Com o repetir destes treinos verão que à segunda e à terceira vez os pombos mais espertos já não vão em cantigas e quer o bando do meu amigo queira quer não eles tentam por tudo fugir e chegam mesmo a arrastar o bando na direcção do meu pombal.

 

            Ficam com a lição aprendida.

            Esses e os outros que já a tinham sabido de anos anteriores, são submetidos no fim de semana que antecede um concurso a um treino em tudo idêntico ao anterior, mas desta vez de um pombal mais longe, entre os 60 e os 100Km de linha de voo, mas sempre de manhã muito cedo, com o intuito de prevenir imprevistos climatéricos.

 

            Os que assim procederem verão que esses pombos vêm mais motivados para casa e que não querem saber de voar à volta de lado algum. Com isso ensinam-lhes à partida a ganharem alguns preciosos minutos. Tanto mais preciosos quanto mais curtos forem os quilometro do concurso em que participam.

 

            Dois ou três treinos destes por campanha são mais do que o suficiente, se tivermos cuidado de nunca passar da proporção de 25% dos pombos soltos relativamente aos pombos de “casa”.

 

            E neste jogo não são só vocês a beneficiar. Os pombos do “bando da casa” sofrem estirão, após estirão, dos que querem fugir e vêem-se forçados a efectuar pequenos sprints para tentarem acompanhar os visitantes.

 

 

            Benéfico para ambas as partes.

 

 

            A todos vós bom inicio de campanha!!!!