A columbofilia “é linda” termo utilizado nos últimos tempos eleitorais. Na verdade a columbofilia não é linda é mais que linda quando se é columbófilo, na verdadeira acepção da palavra, e se conhece os pombos e os columbófilos. Soltar pombos e esperar pombos é das coisas mais maravilhosas que há para quem efectivamente ama este desporto. Mas só se pode amar aquilo que verdadeiramente se conhece. E quando se ama defende-se o objecto do amor até com a própria vida. Não basta parecer tem que se ser. Para se ser tem que se defender em toda a “largura do campo” o desporto que efectivamente se ama. Não é só apresentar concursos internacionais, dando a ideia que está tudo bem com os nossos vizinhos espanhóis, não é só apresentar grandes festas de distribuição de prémios, não é só o “show off” de Mira e muito menos mudar as regras a meio do jogo, medidas avulso à vontade do freguês, ou dos amigos: “Dura lex, sed lex”. Se algo está mal, pela expressão da maioria, deve-se alterar mas no fim do jogo.

Para que efectivamente se projecte o final tem que se solidificar as bases e para que isso aconteça, tem que se conhecer como tudo funciona, as dificuldades que columbófilos, os delegados e coordenadores de solta e, acima de tudo o pombo-correio têm, sanando todos estes problemas, para que se possa festejar, deitando foguetes e até apanhando as canas, com o sentido de dever cumprido. Para quê deitar azeite e pão castelo fora se estamos com fome por dentro dos muros?

Dizem, os mais informados, que existe um acordo com a Real Federação Espanhola para soltas de pombos-correio em território Ibérico. O que se passou no fim-de-semana de 17 e 18 de Abril de 2010, onde a grande maioria das associações fizeram provas de fundo veio comprovar que efectivamente se esse acordo existe ele é desconhecido pelas associações. Qual a intenção em ter na gaveta o acordo?

Estas provas estavam calendarizadas para sábado dia 17, tendo, algumas associações que soltaram neste dia, provas muito difíceis. Mas o cerne da questão é a situação que se verificou às 6 hora da madrugada do dia 17, perante uma situação meteorológica impeditiva de efectuar a solta em segurança, ninguém sabia oficialmente se poderia ficar para Domingo dia 18. Houve associações que estiveram prestes a regressar a casa porque não tinham conhecimento, nem ainda hoje têm, oficialmente, do acordo que a FPC diz ter feito com a Real Federação Espanhola o ano passado, aquando da greve dos camionistas. Diz-se, de boca a boca, que se pode ficar para o dia seguinte se não se alterar o local de solta. Mas uma instituição que superintende a columbofilia nacional, não pode e não deve ter uma postura destas! É também dito que depois de Abril os Espanhóis soltam ao Sábado e os Portugueses ao Domingo, alternadamente até ao fim da campanha. Quem viu a solta de Requena para o distrito de Santarém (http://www.youtube.com/watch?v=AzBAXXdbgKI) pode verificar que neste dia, calendarizado para os portugueses, estavam dois carros espanhóis ao lado da galera portuguesa. Então que acordo é este? Será que é só um acordo com os amigos da Galiza? Ou será que as outras federações espanholas não obedecem ao acordo da Real Federação Espanhola com a FPC. Pelo que sei existem federações espanholas que desconhecem esse acordo, nomeadamente a da Andaluzia e a da Catalunha. Algo se passa e uma coisa é certa quem fica a perder é o pombo-correio porque mesmo que se queira defender as condições em que se efectuam as soltas, não existe base legal palpável. É o diz que disse. A columbofilia é linda mas é nas festas. Não é que não sejam importantes e/ou necessárias mas festas, em qualquer casa, só se efectuam quando há harmonia e todos estão satisfeitos. Com esta postura, pela parte da FPC, o pombo-correio não passa de um patinho feio, em que parece que só se visa o lucro através dele.

O Pombo-correio de corrida não é lindo é maravilhoso!