NotíciasVisitas: Contador de Visitas 
UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR.......ao pombo correio 05/08/2013

Murça é uma vila portuguesa no Distrito de Vila Real, Região Norte e sub-região do Douro, com cerca de 2 100 habitantes. A Porca de Murça, monumento celebre da Vila é o seu ex-libris; escultura celta que representa uma das divindades deste povo, o javali. Estas esculturas existem aos milhares não só por toda a região como por todo o Noroeste da Península Ibérica.

E foi aqui nesta Vila meus amigos que se passou a "história" que vos vou contar. Um belo dia em 12 de Junho, a dona de uma Casa de Móveis & Decorações  "LILIMARI", foi alertada para a existência de uma ave na entrada da sua loja. Verificando tratar-se de um pombo e apercebendo-se do seu estado de fraqueza, arranjou um pouco de água que o pombo ràpidamente bebeu e comprou um pequeno bolo na pastelaria vizinha que o mesmo pombo começou a debicar. Em voz alta foi dizendo:

- Óh bichinho que vou fazer de ti?

Um Senhor ao lado logo acrescentou:

- Esse vai dar uma boa arrozada!!!

Ràpidamente a Senhora retorquiu dizendo que isso nunca até porque ele deveria ter dono como era visível na anilha que o identificava. A oferta de 50,00€ não conseguiu demover a Senhora que o convidou a pôr-se ao fresco, depois da trocas de algumas palavras!!!

A realidade porém era outra e como a pequena ave, mesmo depois de bem bebida não quiz voar, a Senhora pegou nela e colocou-a numa caixa que lhe foi emprestada, depois de anotar o número de identidade. Informou-se e entrou em contacto com uma Associação ou Federação que não pode precisar, a quem contou a história. Disseram-lhe então(uma Senhora) que o melhor seria alimentar o pombo e depois de um descanso de alguns dias libertá-lo que ele iria para sua casa. Como as condições numa caixa de papelão não eram as melhores adquiriu uma gaiola de pássaros e lá colocou o dito pombo. Volvidos alguns dias, despediu-se do "seu pombinho" e pediu que o soltassem em Vila Real. Mas passado 1 dia e poucas horas, o raio do pombo estava nòvamente a bater-lhe à porta. Mais uns dias de comida que adquiriu no comércio local e sempre com disponibilidade de água num bebedouro improvisado, o pombo voltou a Vila Real com uma pessoa de sua confiança que ia a essa localidade de camioneta e a história repetiu-se. O pombo foi nòvamente ter à porta da sua loja. Passados mais alguns dias a Senhora teve de deslocar-se a Valpaços e fez-se acompanhar do pombinho para o soltar dessa localidade, certa que desta vez ele encontraria o rumo certo pois já estava bem gordinho. Depois dos seus afazeres, regressou a sua casa, uma terra a alguns kms de Murça e quando estava a descansar recebeu um telefonema de uma Senhora que lhe comunicava que o tal pombinho andava ali junto à sua loja em Murça, a querer entrar. A Senhora imediatamente chamou um táxi e deslocando-se ao local da sua loja procedeu à recolha do pombo mais uma vez. Ao outro dia telefonou nòvamente para a tal Associação a quem contou toda esta história e pedindo o favor de lhe darem o contacto do seu dono pois queria colocar ponto final nesta história. Segundo me disse foi complicado por razões que não entende darem-lhe esses dados, mas depois de dizer que iria apresentar o caso às autoridades e Policia Judiciária, lá foi informada do telefone do proprietário a quem estava atribuido o pombo.

Tratava-se de FRANCISCO PEREIRA MURTA do Algarve, com quem entrou em contacto tendo o pedido de recolha sido feito a mim por Rui Casimiro de CARVOEIRO - LAGOA.

A D. Dalila que o recolheu esteve assim quase 2 meses a tratar um pombinho, tendo tudo feito para que ele um dia chegasse às mãos do seu legítimo proprietário que recebeu na véspera dos seus anos a melhor das prendas que lhe poderia ser dada, tal a sua categoria enquanto atleta. Naturalmente que ao recolhê-lho perguntei quais os custos que a Senhora teve de suportar. Paguei pela gaiola 45,00€, mais 5,00€ de comida e mais 10,00€ da sua deslocação de táxi para me entregar o pombo que estava no sábado à tarde na sua loja, bem alimentado e abeberado. Sei agora que houve outras viajens, outras despesas(táxis, telefonemas,etc) que a Senhora não quiz referenciar. Lá veio na sua gaoila para o meu pombal, certo que tendo mais espaço estará um pouco melhor até que em 15 deste mês possa enfim voltar à sua gaiola para em viajem de meu filho até ao Algarve ser feito o reencontro com o seu legítimo proprietário.

Provàvelmente esta será mais uma história de pombos-correio, mas uma história que com toda a certeza muitos e muitos columbófilos gostariam de viver. GRANDE LIÇÃO QUE ESTA nobre Senhora dá, especialmente a tantos "pombeiros" espalhados por este País. Tornando-a pública, quem sabe ela não serve para sensibilizar tantas pessoas como aquele que não teve o previlégio de o saborear, qual cabidela de frango!!! Como moral da história, a certeza que a sorte é a melhor dádiva que um columbófilo deve ter. E outra certeza, tenho mais uma amiga e vou ter mais amigos. Obrigado D. Dalila e que Deus lhe dê tudo do melhor, pois o seu coração merece.

Hernâni Carvalho - VILA REAL