Tal como prevíamos, o ar quente que se sentiu no último sábado e se tem sentido em Vila Real, obrigou a que os nossos pombos fossem arrastados mais para o litoral aumentando as suas dificuldades para vencer as serras circundantes à cidade depois de desgastantes kms voados numa espécie de circulo que um vento fraco mas quente de Leste obrigou a percorrer. Chegaram assim dos lados do Marão que nada tem a ver com a linha de voo, pombos em pequenos grupos ou isolados separados por longos intervalos sendo necessárias quase 2 horas para se classificarem os 93 pombos dos 373 encestados(redução significativa dos enviados tendo em conta os 803 inscritos). Conforme o calor se acentuava mais espaços havia entre pombos, aparecendo no final do dia muitos dos enviados.Quatro horas para recebermos 10 pombos e os restantes 8 em breves minutos depois das 20 horas demonstram claramente a inteligência dos pombos a aguardar o fresco da noite. Acabamos por classificar 5 pombos em 1 hora e 39 minutos o que é sintomático das dificuldades encontradas e da pressão e stress que estes acontecimentos causam nos praticantes da modalidade. Valerá a pena sofrer tanto? Se analisarmos classificações mais da zona do mar, são gritantes as diferenças de tempo de constatações e médias obtidas.

Confirma-se assim e mais uma vez que ser columbófilo em Trás-os-Montes é extremamente complicado, considerando-se mesmo um acto de autêntica coragem pela exigência de colónias com maior número de pombos e custos acrescidos por efeito das despesas de manutenção de excesso de pombos e deslocações aos locais de concentração. Veja-se por exemplo em Chaves o tempo necessário de tempo de constatação. É caro, muito exigente, desgastante e até desmotivador pois a nível de Distrito e até de bloco as esperanças de uma razoável prestação são praticamente nulas. A não haver mudanças de linha de voo será difícil mantermos aceso o gosto por uma prática desportiva onde não seja apenas importante o amor à columbofilia.

Mas no próximo domingo a campanha desportiva será em princípio concluida com uma prova de velocidade de FRONTEIRA (250 km) e a expectativa é que se mantenha a previsão de vento da componente OESTE ainda que fraco para que os pombos venham mais pelo interior e não da zona mar. Ainda é cedo para uma previsão final mas é evidente que ninguém espera por alterações significativas. Para lá seguirão em princípio os nossos 17 resistentes agora numa fase de relaxe total em voo livre com pequenos borrachos que iniciam a sua fase de voo suicida, tal a intensidade que colocam.

Esta semana estaremos atentos à evolução dos treinos dos derbies da A.C.D.Porto e Aveiro, onde temos pombos depois de um nos últimos treinos termos sido bem sucedidos (2º pela 2ª vez no Porto e 48º em Aveiro).