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BALANÇO FINAL 2018 - Artigo iserido no MC de 7 /01/2019 08/01/2019

DO MEU POMBAL

             Considerações 2018 (artigo para quem sabe ler)

Já lá vai um ano após a “minha loucura” em decidir editar um livro. Sabemos dos hábitos (maus) de leitura dos portugueses e, mesmo assim, a edição foi praticamente toda vendida. Foi um livro essencialmente voltado para os columbófilos menos experientes.  Foi um trabalho onde foram versados os mais variados temas. Conseguiu, de algum modo, aceitação excelente de vários quadrantes, tendo-me sido endereçados os parabéns pelo trabalho desde Espanha, Brasil, México e obviamente Portugal.

Como é habitual, nestes casos, o editor envia alguns exemplares àqueles que considera amigos, mas neste caso o feedback de alguns foi igual a zero. Nem uma palavra, nem um “eu recebi”, “a obra é muito fraca ou é razoável”, obrigado, …. nada. Enfim, afinal “amigos” que não o são. Consideramos que fizemos um trabalho positivo, honesto, e afinal mais uma publicação de língua portuguesa de uma obra sobre o desporto columbófilo.

A campanha desportiva, nestes últimos anos, caracterizou-se pela instabilidade do tempo. Como sabemos as condições meteorológicas condicionam, e de que maneira, o bom desenrolar das provas. Algumas foram anuladas, o que implicou a reconfiguração do calendário. No que respeita às soltas na ACDAveiro, e de alguma forma na maioria das Associações, pautou-se a sua atuação cuidadosa e até, de certo modo, com algum exagero, pois entendemos que as nossas aves em concursos curtos poderão voar perante algumas dificuldades, que lhes permitirão uma maior experiência em provas mais difíceis. São opções muito discutíveis e que poderiam alongar esta prosa com outros considerandos. Mas, a finalidade deste artigo, a solicitação do estimado Mundo Columbófilo, é escrever alguns comentários sobre a atividade columbófila.

A manchar a campanha, infelizmente, foram as provas efetuadas no fim-de-semana de 7 / 8 de Abril de 2018. Algumas provas previstas, dentro do País, com soltas anuladas e a totalidade das Associações a disputar um concurso de fundo. A meteorologia previa um tempo frio, chuvoso e com vento de bico, e por tal muitas soltas foram transferidas para domingo, aguardando que as condições meteorológicas melhorassem. Mas intrigante ou curiosamente, a meteorologia, no site da Federação, para dia 8 de Abril não apresentava a previsão. Estranho! Quereriam esconder alguma coisa? Estaria a previsão tão má que alguém impediu a sua publicação para não agitar os amadores? As condições do tempo, nesse domingo (8 de Abril) especialmente na zona fronteiriça, apresentavam-se muito más. Mesmo assim, as soltas de fundo foram efetuadas, de forma muito negligente. Sabemos que as decisões são difíceis de tomar, mas em caso de dúvidas que fiquem as dúvidas.  As perdas de pombos foram enormes, rondaram os 40%, com a maior incidência na região Centro/Norte. Devo referir que o primeiro distrital de Aveiro fez a média de 1 087 metros/min nessa prova de Villareboledo. Colónias muito fatigadas no que respeita aos pombos de fundo, provocaram inclusive a anulação do primeiro concurso nacional (?). Pergunta-se: como foi possível,  logo a Associação de Aveiro, soltar pombos em péssimas condições, atendendo aos cuidados adotados nas soltas no País? Percebemos que os pombos teriam de ter “asa ” para realizarem o concurso de Valência Nacional (anulado), mas esta argumentação não encaixa no principal pressuposto, “ Defender o Pombo Correio ”. Afinal acabaram mesmo em suprimir o Valência 1º. Foi grave, muito grave ….E que poderia, face à legislação vigente e se alguém o denunciasse, ser considerado um mau trato a milhares de animais. Não percebemos. Deveremos flexibilizar a regulamentação no que concerne à obrigatoriedade do número de provas.

Mas, o que está escrito no site da FPC, pela AC de Aveiro, parece contraditório. Devo referir que pessoalmente nada nos move contra esses dirigentes, só que foco aqui esta situação porque a conheço bem. Lendo cuidadosamente o quadro anexo:

 

 

Afinal, depois destes cuidados, alocados no portal da Meteorologia, a defesa das aves não foi prioritária.

Este “ desastre ” que prejudicou imensos columbófilos,  obriga-nos a questionar a Federação Portuguesa de Columbofilia, pois lamentavelmente não ajudou os amadores. Ou seja deveremos sancionar  o alheamento da Federação que nada comentou e nem se dignou solicitar à imprensa a divulgação deste incidente, fornecendo instruções precisas para a recuperação das aves junto das pessoas.

Acho que deveremos justamente, esquecer o acidente daquele fatídico fim de semana, para que sirva de exemplo a não repetir. Existem atualmente muitas ferramentas tecnológicas ao dispor, poderemos sempre saber na hora o desenrolar das condições do tempo. Começamos a ficar muito condicionados pelas condições meteorológicas, pelo  que, é necessário bastas vezes proceder a alteração dos locais de solta. Nestes casos, temos alguma dificuldade em perceber o que se passa com as soltas em território espanhol, face às poucas hipóteses em deslocar os pombos para outras zonas, não consignadas. Aqui a Direção da FPC deverá continuar a exercer uma maior e melhor pressão na RFC Espanha, para sensibilização junto das regiões autonómicas.

O departamento de meteorologia da FP Columbofilia, tem executado um trabalho francamente positivo, com o senão de, em 8 de Abri, ter fechado para férias.

 

Continuamos a assistir à saída de muitos columbófilos da atividade desportiva, uns por saturação, outros por motivos financeiros ou falta de tempo e outros por falecimento. Alguns casos de desistências bem poderiam ser recuperáveis se houvese o cuidado em alterar a regulamentação. Propomos que se acabem  os campeonatos gerais e  a criação das provas de  borrachos bem como a realização de provas ao sábado, tendo em vista libertar o domingo para a família. Atualmente, são as provas de borrachos que aguentam a columbofilia Belga, face à grande diminuição de praticantes.

 

Derbis, um tema que consegue dividir os amadores portugueses. Portugal pequeno país, com ceca de 8.500 praticantes, possui seis derbis! Bem ou mal é o que temos. Existem já muitos criadores que declinam a responsabilidade em apurar os seus pombos, enviando somente a derbis, para o efeito. Discutível, atendendo ao que tem acontecido. Ou seja, se partirmos do pressuposto que os pombos participantes são a fina flor dos respetivos amadores , o que é afirmado por muitos aficionados, como se pode compreender que as perdas atinjam, em média, os 70% ?  Não somos contra os derbis, mas não posso deixar de questionar a época da sua realização. Normalmente realizados a partir de julho, época de forte calor e com as jovens aves a ficarem muito depenadas, pois como sabemos, entramos na época da muda da pena. Por outro lado, temos o aspeto sanitário. Pombos muitas vezes doentes e alguns derbis a carregá-los de antibióticos. Sem o mínimo respeito pelas aves, meras máquinas de um sorteio a realizar com uma festança da degola dos meninos (pombos). Simplesmente lamentável a enorme perda de pombos.  Analisemos o quadro abaixo relativo a alguns derbis realizados em 2018.

 

DERBIS

INSCRITOS

FINAL

% PERDAS

DERBY DOS RIACHOS

817

166

67 %

ALGARVE GREAT DERBY

1992

633

69 %

ALGARVE PIGEON GOLD

4952

1264

75 %

MIRA ONE LOFT RACE

1856

351

81 %

 

E….neste caso a Federação Portuguesa de Columbofilia   dá o  ( mau ) exemplo. Não vou comentar a solta final de Mira 2018, pois tenho vergonha.

Depois o senhor Presidente vem explicar o …..inexplicável. Na minha opinião, sem perdão, pois sabemos que foi aconselhado a não executar a solta.

Mas lá vamos, cantando e rindo com as Associações dos Animais a começarem a ver como é e com as declarações da efetivação do Controlo Anti Doping dos nossos pombos a apresentar na Olimpíada da Polónia, a colocarem-nos em mais uma embrulhada. Estou convencido que as “toupeiras” vão começar a trabalhar…..

 

Bom Ano