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JOÃO NUNES - UM COLUMBÓFILO NO REINO DO ASSOCIATIVISMO 22/07/2010

Desde muito novo que o trabalho para a comunidade completa a sua vida
João Nunes um columbófilo no reino do associativismo

 João Nunes é o presidente da Direcção do Grupo Columbófilo do Cartaxo, mas desde muito novo que vive o associativismo com paixão. Uma paixão igual à que tem para com os pombos correio. "Sou, acima de tudo, um praticante de columbófilia e por acaso, sou presidente do Grupo Columbófilo do Cartaxo. Mas sou sobretudo um cidadão que vive o associativismo com intensidade", diz em conversa com O Mirante. 


 Sede Própria – Inaugurada em 18 de Maio de 2003 * Sítio das Pratas – Junto à Estação Elevatória de Águas 
2070 – 000 Cartaxo * 
Telefone / Fax: 243 70 40 15
 "Medalha Dourada da Federação Portuguesa de Columbofilia  por "Relevantes Serviços Prestados à Columbofilia"

 

É presidente do Grupo Columbófilo do Cartaxo por ser praticante da modalidade? Ou por amor ao associativismo?

Ser columbófilo foi importante, mas não foi determinante. A minha dedicação ao associativismo já vem de há muitos anos. Ainda muito jovem, em Salvaterra de Magos, fui dirigente de várias instituições e também da columbofilia.

É columbófilo há muitos anos?

Comecei a lidar com pombos correio quando tinha 11 anos em Salvaterra de Magos, a minha terra natal. Até hoje, aos 54 anos, fui tendo pombos com alguns interregnos, mas a columbofilia esteve sempre presente.

Começou como dirigente em Salvaterra?

Sim, quando regressei da tropa alguns amigos columbófilos quase me obrigaram a voltar a ter pombos, e logo a seguir arranjaram maneira de me colocar numa direcção, então como secretário.

Aí começou o seu bom trabalho como dirigente?

É verdade. Empenhei-me com os restantes companheiros de direcção e conseguimos levar por diante o projecto de construção de uma sede condigna para o Grupo Columbófilo de Salvaterra. Foi fruto de muito trabalho.

Como é que surge no Cartaxo?

Foi fruto do casamento. A minha esposa é do Cartaxo, tem afinidades com algumas pessoas de Salvaterra, mas quando casámos decidimos vir viver para o Cartaxo.

Trouxe os pombos consigo?

Não. Embora em Salvaterra fosse um dos bons columbófilos, na altura já tinha acabado com os pombos.

Então como é que voltou à columbofilia no Cartaxo?

No emprego havia um colega que era columbófilo e voltou a entusiasmar-me para a modalidade. Voltei e comecei a competir aqui no Cartaxo. Alguns dos columbófilos cartaxenses sabiam do trabalho que tinha feito em Salvaterra e rapidamente me empurraram para uma comissão de construção da sede. Aceitei o lugar e o repto, e deixei logo a competição um pouco para trás.

A construção da sede foi o seu primeiro grande desafio?

Sim. Foi um desafio que peguei de caras. O clube vivia, há sessenta anos, numa sede cedida por um sócio, que na altura já não reunia o mínimo de condições. Procurei pessoas que me podiam ajudar e deitámos mãos à obra, fizemos dezenas de leilões de pombos, fizemos festas, e conseguimos amealhar verbas interessantes, que nos deram para começar a obra. Depois empenhei-me junto das autarquias para levar o projecto da sede por diante, e como viram que as coisas estavam a avançar bem, tanto a junta de freguesia como a câmara deram-nos um bom apoio. E em 2003 inaugurámos a sede.

" Inauguração da Sede - em 18 de Maio de 2003 "

Nasceu e cresceu a sede, decresceu o João Nunes como columbófilo?

Sim, é verdade. Como columbófilo o João Nunes ficou muito àquem do que podia ser. Entretanto fui eleito presidente e isso obriga a dar ainda mais tempo à colectividade. Depois tenho o trabalho, sobra pouco tempo para tratar dos pombos como deve ser, e isso reflecte-se nas classificações. Posso dizer que sou um columbófilo de meia tigela.

Não foi difícil fazer essa opção?

Não. Gosto também do dirigismo, gosto de trabalhar para a comunidade. E dá-me imenso prazer quando vejo os projectos concretizados.

Nunca se colocou a hipótese de enveredar por outras situações políticas ou sociais?

Embora seja vogal na Assembleia de Freguesia do Cartaxo, a política não me seduz. Sou mais solidário, por isso já fui tesoureiro do Lar de S. João, aqui no Cartaxo. Em Salvaterra, fui tesoureiro da Santa Casa da Misericórdia, participei activamente na construção do lar. Há um segundo amor que é o trabalho nas misericórdias. Um trabalho na área social que divido com a minha esposa.

Onde é que arranja tempo para a família?

É fácil. A minha esposa também gosta muito da terra, gosta de colaborar e ajudar, também faz parte da Santa Casa da Misericórdia e de outras organizações. É compreensiva nesse aspecto. Como eu, considera a nossa dedicação às colectividades e instituições, como os filhos que não tivemos.

De qualquer modo já é presidente do Grupo Columbófilo do Cartaxo há quantos anos?

Há 18 anos.

São muitos anos?

Sim são muitos anos, mas pelo que vejo é habitual que os presidentes do Grupo estejam aqui muitos anos, o meu antecessor foi presidente durante 40 anos.

Porque é que isso acontece?

Porque há uma boa união entre os sócios da colectividade que acreditam nas pessoas que colocam à frente do Grupo e geralmente reconduzem os gestores. As rivalidades não são fáceis de gerir, mas o facto de eu não ser um grande columbófilo joga a meu favor na altura de dirimir alguns conflitos que vão surgindo.

Como cidadão do Cartaxo, como é que vê a obra no centro da cidade, que não anda nem desanda?

Como cidadão sou completamente a favor da obra. Creio que não só vai embelezar a zona, como a construção do parque de estacionamento subterrâneo vai ser muito útil para a população. A demora é outra questão, nem sempre as coisas correm como os responsáveis querem, e quem critica muitas vezes não sabe o que se passa. Mas acredito que o Cartaxo está no bom caminho.

Um ano de ouro para o Grupo Columbófilo do Cartaxo

O Grupo Columbófilo do Cartaxo está a comemorar 75 anos de vida. Uma vida fácil?

Nada é fácil nesta vida. Contudo, aos 75 anos o Grupo Columbófilo do Cartaxo está de boa saúde. Neste momento tem cerca de seis dezenas de sócios a competir, e 150 sócios efectivos. Parece pouco, mas dentro das colectividades columbófilas é um grupo grande e forte.

Isso quer dizer que estão recenseados no Grupo quantos pombos?

Posso dizer que há columbófilos pequenos que têm 20 ou 30 pombos, mas há também os grandes, que têm 200 ou 300 pombos. É difícil dizer quantos pombos temos recenseados são vários milhares. Vendemos entre dois a três mil anilhas por ano.

O Grupo tem por missão a organização de provas?

O Grupo tem como missão cumprir o calendário desportivo da Associação de Columbofilia de Santarém. São sete provas de velocidade, que vão até aos 300 quilómetros. Três provas de meio fundo, que vão dos 301 aos 500 quilómetros e três provas de fundo, que têm uma quilometragem superior aos 501 quilómetros. Temos ainda os campeonatos de borrachos.

Como correram as coisas no Grupo do Cartaxo?

Tivemos um ano de ouro. Fomos campeões distritais de zona, na velocidade e no meio fundo. Tivemos um pombo campeão distrital de meio fundo e o vice-campeão de velocidade.

Num ano de comemoração dos 75 anos foi ouro sobre azul?

É verdade. Foi um ano muito bom. Que de certeza ficará na história do Grupo.

O Grupo Columbófilo do Cartaxo tem excelentes instalações. É um clube sólido?

É um clube muito sólido. Trabalhamos muito para conseguirmos uma sede como a que temos aqui. É uma das melhores a nível nacional. Está aqui empregue muito capital humano e muita ajuda das autarquias e instituições. Orgulhamo-nos do espaço que temos.

Como é a frequência dos sócios e amigos?

Habitualmente as colectividades columbófilas passam metade do ano fechadas. Nós aqui abrimos todos os dias, os dirigentes tomam conta do bar e os sócios em maior ou menor quantidade vão aparecendo e convivendo uns com os outros.

Como é que fazem a gestão do espaço?

Neste momento temos uma sala grande alugada para um curso de formação. O nosso salão é muito solicitado para várias festas. Não cedemos mais vezes porque na época desportiva isso não é possível. Mas são uma boa fonte de receita para o grupo.

Como é que o Grupo está financeiramente?

Estamos bem. A nossa gestão tem sido voltada para a auto-suficiência. Não queremos estar dependentes dos subsídios das autarquias, queremos que sobreviva pelos seus próprios meios, temos conseguido e o futuro está assegurado.

A tendência do número de sócios é para aumentar ou diminuir?

Na generalidade a columbofilia tem perdido associados. No Cartaxo, felizmente os sócios têm-se mantido, e tem aparecido um ou outro columbófilo novo.

Já estão a preparar a próxima campanha?

Isto nunca pára. Agora estamos com o Derby. Mas a nova época está sempre em equação, estamos a registar os pombos novos. Só no início do ano é que as coisas começam mais a sério.

Ser columbófilo é caro?

Se quisermos ser columbófilos para ganhar é caro, se for para ir competindo sem grandes ambições é acessível a todas as bolsas.

Derby Internacional do Cartaxo é mais uma marca de sucesso

O Derby Internacional do Cartaxo é agora a marca de maior sucesso do Grupo Columbófilo do Cartaxo. Disputou-se este ano pela segunda vez, o aumento de participantes foi exponencial e a garantia de que o primeiro disputado o ano passado foi um sucesso.

O Derby é uma prova extremamente curiosa, é disputado por columbófilos portugueses e estrangeiros. Numa prova deste género os pombos são soltos num determinado local e vão chegar todos ao mesmo sítio, o pombal do Grupo Columbófilo do Cartaxo.

No primeiro derby realizado em 2009, tiveram vinte pombos vindos da Bélgica, Holanda e Alemanha. Este ano participaram mais de 200 pombos vindos do estrangeiro. Isto prova o êxito da primeira prova do género disputada no Cartaxo.

Os pombos têm que se ambientar ao local de chegada, por isso são ali colocados ainda em borrachos, e durante três meses ambientam-se ao local. “A vinda dos pombos do estrangeiro para aqui é feita através de uma empresa de transportes que nos dá apoio. Temos um columbófilo que faz os contactos com os estrangeiros, que colocam os pombos nos locais por onde passam os carros da empresa, que os trazem até aqui”, explica João Nunes.

A prova é deveras interessante e o Grupo Columbófilo do Cartaxo tem um espaço com excelentes condições para este género de provas. Este ano já foi necessário limitar o número de pombos para o derby. “No máximo cada columbófilo só podia colocar aqui seis pombos”.

Os pombos que participam na prova passam a ser propriedade do Grupo Columbófilo do Cartaxo. No final são leiloados. Por iniciativa da direcção do grupo a verba obtida por cada pombo é dividida em partes iguais pela colectividade e pelo columbófilo que ali o colocou. “Isto para além do prémio normal que este ano é de cinco mil euros para o primeiro classificado”.

Este ano, foram muitos os columbófilos, portugueses e estrangeiros presentes no Cartaxo. “A presença de columbófilos e pessoas anónimas superou as nossas melhores expectativas”.

O derby é já uma boa fonte de receitas para o Grupo. “Fizemos um investimento grande em instalações para os pombos. Com estes dois derbys o investimento ficou praticamente liquidado. Agora pensamos que podemos vir a tirar um bom proveito do investimento”.

"O Mirante" Edição 22-07-2010

Vídeo Prova Final Derby Cartaxo 2010

Vídeo Prova Final Derby Cartaxo 2010

Stand Derby do Cartaxo - Exposição Nacional Caldas da Rainha 2012

Agradecimento do GC Cartaxo (Derby Cartaxo) a Manuel Ideias e ao seu filho

Os primeiros cinco classificados da Prova Final do Derby do Cartaxo 2011

Vencedores dos treinos e os primeiros classificados

Dutch Day Racers (Holanda) - 3º Class. Derby Cartxo 2011 (em sua representação o columbófilo português radicado na Holanda - Sérgio Ferreira)

Carlos Paixim - Vencedor do Derby do Cartaxo 2011