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O PÓS-CAMPANHA 19-09-2013

O pós-campanha

Após a campanha findar, tenho por hábito dar um "prémio" aos voadores que o merecem, prémio este que os viúvos apreciam e que faz farte da sua natureza, como seres vivos - a criação de um borracho.

Assim, todos os pombos seleccionados para a campanha seguinte criam um filhote, factor que vai dar mais confiança aos pombos de ano, torná-los menos medrosos e aos adultos vai servir como descompressão de todo o stress provocado pelo sistema da viuvez, pela ausência quase constante do seu par. È o momento que melhor apreciam durante o ano, pelo que aconselho a todos os columbófilos a fazerem o mesmo com os seus pombos, até porque destes borrachos, oriundos dos voadores, saiem bons atletas, talvez até devido ao facto dos seus progenitores estarem num bom estado de saúde, caso contrário não estariam a concursar...

Após mais uma postura e chôco de 12 dias, retiro os ninhos e ovos, fecho os casulos, ficando os casais na patilha dos mesmos. Antigamente, os meus viúvos faziam a grande muda separados, mas no ano passado experimentei juntá-los e os resultados não foram piores. Na minha opinião é muito stressante para os animais estarem privados daquilo que mais gostam e já basta o tempo que passam separados na época do jogo. Nesta época alimento com uma boa ração de muda (Mutine Plus), administro muitos banhos e produtos naturais (óleo alho, levedura de cerveja, vinagre de sidra) e uma vitamina diferente daquela que utilizei na campanha.

De referir que não efectuo nenhum tratamento com antibióticos aos voadores, pois os pombos não podem adoecer só pelo facto de criarem um filhote, caso contrário são eliminados. Na minha opinião, há columbófilos que administram aos seus pombos antibióticos em demasia, pensando que os estão a ajudar e é precisamente o contrário o seu efeito, pois o pombo-correio tem um sistema imunitário bastante forte e por vezes tratamo-los como "coitadinhos", o que é errado. Ao mesmo tempo, é muito sensível a produtos tóxicos, pois considero que os antibióticos deixam sempre marcas, principalmente no fígado, orgão muito importante do seu sistema e nesta fase da muda das suas penas, penso que é prejudicial darmos antibióticos e só se deve tratar os pombos quando eles precisam mesmo, que é quando eles estão doentes e, neste caso, há que saber decifrar qual o problema existente através dos sintomas para poder, então, administrar o medicamento respectivo e nunca fazer tratamentos ás cegas.

Os adultos, no período da grande muda só saiem uma vez por semana, ao sábado, onde tomam banho no exterior do pombal. Quanto aos borrachos, após o desmame, são colocados num compartimento com acesso a voliére, onde apanham muito sol e todos os dias são soltos, ao fim da tarde. Após a equipa estar completa, efectuo um tratamento aos vermes, repetido passados 14 dias. Reposta a flora intestinal, tenho por hábito efectuar um tratamento durante 5/6 dias ás tricomonas/salmonelas e problemas respiratórios, que nesta idade entram mais fácilmente no seu sistema e mais nada. Após este tratamento, são submetidos a voos mais regulares pois não nos podemos esquecer que nesta fase de crescimento, os borrachos precisam de exercício, sem o qual os seus músculos ficarão flácidos, não se desenvolvem e nós precisamos de atletas possuidores de uma boa musculatura que não se ganha sómente nas semanas que antecedem os treinos oficiais, mas sim nesta fase de crescimento.

È por estes motivos que nesta fase do ano perco mais tempo e me dedico mais aos borrachos, até para eles se familiarizarem comigo.

Este ano vou tentar fazer com os meus borrachos algo que nunca fiz anteriormente, que é fazer alguns treinos em linha. Então, nós não vemos o que se faz nos derbys por aí fora? –Os borrachos vão para lá a piar e depois de aduzidos e submetidos a treinos diários não fazem provas que chegam aos 300/400 kms com a idade de 4/5 meses???

Comecei já a puxar um pouco por eles à volta do pombal e o mês de Setembro vai ser assim, até se aguentarem ¾ hora no ar sem dificuldade. Depois, em Outubro e Novembro, se o tempo o permitir vou metê-los no cesto e largá-los pertinho, inicialmente, até chegar a 60 kms no máximo. Penso que é o suficiente, pois estes treinos servirão somente para os borrachos desenvolverem as suas capacidades de orientação e ao mesmo tempo servirão como escola de aprendizagem para a sua futura carreira como voadores, além de servir também para seleccionar os mais aptos e eles saberem o quanto custa a vida…

Setembro /2010