NotíciasVisitas: Contador de Visitas 
Entrevista de Regal Lofts ao Mundo Columbofilo - Novembro de 2014 27/11/2014

Equipa Regal Lofts – Campeões Distritais de Fundo - Porto

Foi um prazer enorme visitar o Porto, reencontrar alguns amigos, visitar pela primeira vez as instalações do Mundo Columbofilo, conviver com esta família que reúne dois predicados muito importantes, em primeiro dedica-se de corpo e alma á columbofilia e em segundo lugar sempre muito simpáticos e acolhedores para comigo. Grande parte do prazer que tive nesta viagem vem do facto de me deslocar para entre outros afazeres, entrevistar um grande amigo, companheiro de viagens, uma daquelas pessoas que quando ja não sabemos a quem ligar, pensamos vou ligar ao... e neste meu caso falo de Candido Regal da equipa regaloft. Ainda a campanha não tinha terminado e começou a pairar aqui na minha áurea que esta equipa estaria num excelente caminho para vencer o campeonato de fundo numa sociedade super competitiva como é Vilar Paraíso, que para alem de ser competitiva consegue reunir um lote de columbofilos de topo, extremamente interessante de acompanhar. Nesta altura falei como sr Moura e solicitei-lhe que no caso desta equipa vencer este campeonato e quiçá o distrital de fundo, que fazia questão, embora a viagem fosse longa, de ser eu a fazê-la e caros leitores assim foi, esta equipa é a actual vencedora do campeonato Distrital de Fundo do  Porto.

A equipa Regal Lofts é composta por Cândido Regal, Anselmo Teixeira e Miguel Soares. A licença desportiva, tem data de finais de 2011 (recenseamento para época de 2012), mas só em 2013 acabaram, como concorrentes, Cândido Regal e Anselmo Teixeira, e começou Regal Lofts a concursar.

O Cândido Regal sempre teve dificuldades em conduzir a equipa nas épocas desportivas, pois não tinha tempo para soltar e alimentar os pombos como desejaria.
Os Asas da Madalena (Anselmo Teixeira e Miguel Soares) sempre estiveram limitados pela pequenas dimensões dos seus pombais e pelo facto do pombal de voo estar em casa do pai do Anselmo Teixeira e por este espaço ser arrendado.
Como o Cândido Regal necessitava de alguém que, pelo menos, fizesse o que nunca pôde fazer – soltar, alimentar duas vezes ao dia e criar metodologias de alta competição – decidiu fazer o convite ao Anselmo e também proporcionar-lhe uma “força de ataque” que ele nunca tinha tido.

Peço-lhe uma breve descrição das vossas instalações.

As instalações de voo têm cerca de 6,5 metros de comprimento (2 pombais de 2,5 nos extremos e uma a meio de 1.5 m) e cerca de 3,5 de profundidade (dividida em pombal e “centro de dia”). Há ainda um outro espaço ao qual chamamos “adega”, dividido a meio e que tem cerca de 2,5 x 3,5 metros e que, embora não o queiramos usar, está pronto para receber pombos.
O pombal de reprodução tem cerca de 7 metros e divide-se: 1 pombal com poleiros com cerca de 1,2 m, um pombal com cerca de 2,5 metros com 20 casulos e um outro pombal com um pouco de 3,5 m e 30 ninhos que embora não seja usado por nós, é usado pelo TPP Group.

Quais os pombos que mais se destacaram nesta campanha de 2014?

Uma campanha desportiva como a que fizemos não poderia, de forma alguma, depender de poucos pombos. A equipa esteve muito consistente, muitos pombos fizeram grandes proezas, mas, claro está, destaco se calhar a “1592” que nos dois últimos anos foi a nossa melhor pomba da geral, a “Montellana” que venceu a prova distrital de Montellano II contra 15500 pombos e, com maior destaque merece ainda a “REGAL@”, pomba que este ano foi campeã de fundo do Bloco 1, do Bloco 2 e do Distrito do Porto.

Onde encestam e onde fazem doublagem?

A colectividade onde somos directores, Sociedade Columbófila da Madalena, esteve inactiva em 2014 e, por isso mesmo, encestámos a primeira equipa na Sociedade Columbófila de Vilar do Paraíso e decidimos experimentar o que nunca tínhamos feito – encestar em dois blocos diferentes – e encestámos a 2ª equipa no Bloco 2, na Sociedade Columbófila de Vilar de Andorinho.

Quais os objectivos para a próxima campanha, e quais os objectivos a médio prazo?

O ano de 2014 foi muito bom desportivamente e vem no seguimento de dois/três anos de trabalho sempre em grande. No entanto, as vicissitudes da vida levaram-nos a tomar decisões que, quer se queiram quer não, travaram o nosso crescimento e ambição. A determinada altura, quase que fomos obrigados a desfazermo-nos dos pombos todos, embora, numa fase inicial, o tenhamos feito com os reprodutores. Felizmente, agora, o ânimo é diferente, mas tivemos de dar um passo atrás e, por isso mesmo, a pensar precisamente no futuro, passamos para a reprodução os nossos 10/11 melhores voadores. Assim, sabemos que a próxima campanha será muito mais difícil…. Faremos, com certeza, bons concursos, mas não temos equipa para ombrear com os melhores. No entanto, também com certeza, sabemos que em breve, a médio prazo como nos pergunta, estaremos outra vez nos lugares cimeiros da columbofilia do distrito.

Quando iniciaram a campanha em 2014 pensavam que se podiam sagrar já este ano, campeões distritais de fundo? A partir de quando começaram a achar que era possível e estava ao alcance?

Ganhar o distrital não é fácil em lado nenhum! No Porto, isso é muito menos do que em qualquer outro lado e a prova disso é que só há um columbófilo vivo que tenha repetido essa proeza. No entanto, tínhamos consciência que se não houvesse grandes falhas, iríamos fazer uma boa época pois já no ano passado, nas provas mais duras que fizemos, ninguém nos tinha ganho no somatório dos pontos das mesmas.
Este ano, decidimos apostar no Fundo desde a primeira prova. Ao segundo concurso (concurso memorável onde fizemos 1º e 21º distrital e onde tivemos outros nos 100 primeiros) subimos logo para o top 5 e a poucos pontos do primeiro. Ao 3º concurso mantivemos a boa performance e convencemo-nos que seria possível!

Fale me sobre o jogo utilizado na motivações dos pombos?

Em 2014 tínhamos cerca de 50 fêmeas num pombal, cerca de 45 machos noutro e tínhamos, inicialmente, cerca de 80 borrachos na “adega”. Os pombos não foram acasalados na pré-época. Quando chegavam, tinham os ninhos abertos e andavam à vontade pelo pombal e só se viam, precisamente, nessa altura.

Qual o método que utilizam na condução da vossa colónia?

Viuvez à Regal Lofts! Os pombos não se vêem durante a semana, mas também não se vêem no encestamento. Voam separados e só se vêem quando chegam. Têm os ninhos abertos (30 ninhos) mas não sabem quais os seus ninhos e nem são fechados neles. No pombal estão os pombos todos e 2/3 deles nem sabem o que é um ninho nem tempo e espaço têm para ocupar um.

Quais as principais linhas cultivadas de maior sucesso no vosso pombal?

Hoje em dia, há uma mescla de linhas pois os reprodutores que tínhamos em 2013 já não existem. No entanto há pelo menos duas linhas que nos acompanham desde meados da década de 90. 
O Cândido Regal tem/tinha uma linha própria à qual chama(va) de “Buranos”. Esta linha nasceu de um trabalho de anos, tendo como base 3 pombos de columbófilos diferentes. Foi feito muita consanguinidade, linebreeding e hibridação e, é por isso mesmo, que Cândido Regal diz, com toda a certeza, que tem uma linha própria. Ao longo dos anos, introduziu muitos pombos que, quase sempre, eram cruzados com os seus. Destes destacam-se os de SG Steffl.
O Anselmo Teixeira teve um reprodutor que esteve na base de quase todos os grandes pombos que lhe passaram no pombal, o “Lilás Cluster Velho”.

Fale-me um pouco sobre uma semana de preparação de um concurso no vosso pombal.

É importante seguir uma lógica e atingir um certo equilíbrio. Os pombos têm de ser bem recuperados à chegada, mantidos na primeira parte da semana e espicaçados na parte final da semana. Encontrei nos produtos Tollisan e nos Probac,  o que julgo que os pombos precisam. Mas, antes disso e de pensar no que dar diariamente, é extremamente importante levar os pombos a uma saúde exemplar e, profilaticamente, não encontro no mercado nada melhor que os produtos Tollisan.

 

Para os concursos de Fundo fazem muitas alterações?

 

Para o as provas de Fundo temos de nos adaptar um pouco às semanas mais curtas, mas a Génesis é a mesma, embora se adeqúe a alimentação.

 

Qual o segredo do vosso sucesso?

O segredo está na lógica atribuída às coisas e no equilíbrio que, depois de encontrado, tem de ser mantido. Não há formulas milagrosas. Há um bom plano profilático, um bom plano suplementarmas é certo que há dias em que os pombos bebem/comem 5 ou 6 coisas diferentes, não há agua limpa, excepto em alguns dias de encestamento.

 

O que acha  do campeonato de pombos de ano, ou a falta desta campeonato no nosso país?

A columbofilia portuguesa, vá-se lá saber porquê, nunca poderá estar na vanguarda enquanto não concorrermos com borrachos nascidos no ano. Não consigo perceber como é que Portugal é o único país do Mundo onde não se concorre com borrachos e não venham os pseudo-entendidos dizer que é por causa do clima porque até se ridicularizam… então países como a Austrália, África do Sul têm climas melhores que o nosso?... Enfim, não há um iluminado que consiga responder cabalmente a isto e não há nenhum iluminado que se lembre de implementar os concursos de borrachos… Nós, columbófilos, teríamos tanto a ganhar!!...

Espero que o futuro nos traga certezas e que ninguém tenha medo de mudança, pois mudança é sinónimo de movimento e movimento é sinal de vida. Se mudamos, mesmo que erroneamente, é sinal que estamos vivos… logo que haja discernimento para corrigir os erros e habilidade para melhorar o que está bem!”

 

Concorda com as novas medidas aprovadas no ultimo congresso da FPC ?

Concordo com a mudança e concordo com medidas equânimes e, face à minha realidade columbófila, nenhuma dessas medidas me afecta ou valoriza. Há uma, no entanto, que acho totalmente desproporcional pois quiseram limitar os recenseamentos para 130 (não me oponho) e, ao mesmo tempo, desnivelaram desportivamente as coisas com a imposição de limite de 15 pombos a enviar a provas de fundo… Se é só para enviar 15 a Fundo, um limite de recenseamento de 90 ou 100 pombos chegava perfeitamente. Assim, será uma columbofilia de pesos mortos, onde muitos pombos nunca poderão ser testados em provas de fundo… É tudo uma questão de proporção e esta medida é, visivelmente, desproporcional.

O que acha do novo campeonato nacional de fundo? Concordaria com o alargamento do numero de provas a contar para este campeonato?

Concordo com o campeonato e também concordaria com o alargamento. É óbvio que Portugal (ao contrário de outros países europeus), pelas suas características e localização, está sujeito a mais “inverdades”… mas é o que temos e a isso não podemos fugir.

Antes de terminarmos algum agradecimento especial?A columbofilia é, hoje em dia, muito mais do que mandar pombos a concurso! Por isso, todos quantos se cruzam connosco merecem agradecimentos pois, mal ou bem, quer se queira quer não, contribuíram percentual mente para o nosso background columbófilo.

Candido Regal tem sido um columbofilo que tem feito um trabalho invisível para muitos,  em prol na columbofilias portuguesa, nomeadamente na sua promoção alem fronteiras, desde 2001 que tem visitado vários países e tem sido um embaixador durante essas viagens, nomeadamente na Alemanha, Filipinas, Canadá, Bélgica, Holanda, tem apoiado o desenvolvimento do Derby de portugal na Alemanha, um campeonato no qual os columbofilos alemães compram em cada ano 5 anilhas portuguesas e na campanha seguinte existe um campeonato muito bem organizado disputado apenas com esses pombos, os melhores columbofilos nacionais fazem questão de participar e hoje em dia se um pombo na Alemanha tem uma anilha portuguesa é porque é do melhor que o columbofilo tem em casa pois todos querem vencer estes campeonatos e escolhem na sua opinião os melhores 5 borrachos para serem anilhados com estas anilhas. Foi muito prazeiroso fazer este trabalho e todas as viagens que temos feito juntos, obrigado pela tua amizade e por contribuires para a mudança da mentalidade la fora sobre a columbofilia Portuguesas. Um bem aja a todos os leitores e... até breve...hgalveias@gmail.com


--
Helder Galveia

hgalveias@gmail.com
Até breve...
 
 
In Mundo Columbofilo, Ano 67, Nº 1080, 24 de Novembro de 2014
 
By Hélder Galveia