Henrique Manuel Costa Dias

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QUANTO VALE UM CAMPEÃO NACIONAL? 05-04-2011
Quanto vale um Campeão Nacional?

A columbofilia é um desporto amador, concordarão. Mas será mesmo assim? Não podemos esconder, nem interessa, que a columbofilia movimenta hoje, uns milhões largos de euros. Falo na venda de produtos (rações, medicamentos, complementos, acessórios, mobiliário), pombais, pombos, etc.… O comércio e indústria, ligada directa ou indirectamente à columbofilia, não é de todo amador. Se noutros aspectos a columbofilia não progrediu (até regrediu) neste aspecto, floresceu.
É precisamente na prática pura e dura da columbofilia que a estagnação se verifica, na minha opinião, pela relutância à mudança. Seja na estrutura organizativa (assim como no pais já se discute a junção de Freguesias, porque não o fazer com as Colectividades?), na atitude da Federação (deveria ser mais pró activa evitando que questões de ordem técnica e jurídica caíssem no domínio publico pois está em causa a sua imagem e da columbofilia no seu todo), na metodologia de classificação, no tipo de campeonatos, na actualização de prémios associativos e federativos… A columbofilia tem de se actualizar. Foram dados alguns passos importantes, mas não chega.
Por incrível que pareça, na sua maioria, os columbófilos tornam mais rentáveis os seus esforços financeiros, ao nível dos prémios monetários atribuídos pelas colectividades do que pelas suas prestações desportivas ao nível Distrital e Nacional. Só a título de exemplo, numa colectividade que distribua bons prémios monetários um pombo campeão, habilita-se normalmente a ganhar uma, duas, três ou quatro anilhas de ouro, acrescido dos prémios monetários que conquistou ao longo das 18 provas. E um campeão nacional?
Quando analisamos as classificações das colectividades, distritais, e nacionais, estamos a comparar resultados com graus de dificuldade diferentes. Parece-me lógico.
Como é óbvio os campeões distritais estão um patamar acima das colectividades, assim como os campeões nacionais deveriam estar dos distritais. E, de acordo com este princípio a valorização do pombo e do columbófilo deveria ser gradual. Claro que esta valorização não pode ser só moral…
Vejam o exemplo dos derbys, e, como é possível distribuir tantos e bons prémios e, o mediatismo que os vencedores têm.
E os columbófilos que tratam, a expensas suas, todo o ano os seus pombos? O que ganham com isso?
É caso para perguntar se compensa ou justifica investir tanto na columbofilia, para tão pouco! Não vale a pena lembrar quanto custa uma época desportiva, nem tão pouco quanto custa sustentar uma colónia todo o ano, nem façam agora as contas… porque, com a crise que vai, ainda encerram o pombal para obras!!!
Sei bem que o problema é mais profundo e que outras questões poderia aqui levantar mas, por agora, vale a pena reflectir, isso sim, e analisar porque desistem tantos columbófilos quando têm dificuldades. Certamente as razões nem sempre serão as mesmas, mas, se a columbofilia desse a possibilidade aos columbófilos de rentabilizar o seu esforço quanto mais não fosse pelos resultados desportivos, estou convicto que os abandonos eram bem menos!
Um abraço,

Henrique Dias