Henrique Manuel Costa Dias

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SERÁ QUE OS POMBOS PERDEM O SENTIDO DE ORIENTAÇÃO 26-05-2011

Será que os pombos perdem o sentido de orientação de um dia para o outro? Será que “decoram” um ou mais percursos e a partir daí não se sabem orientar? Penso que não. O sentido de orientação é inato sujeito a aprendizagem é certo, mas inato. No entanto o sentido de orientação dos pombos, é difícil de explicar. Existem inclusivamente várias teorias, mas fico-me por aqui.

Mas acho que é evidente que quando o pombo é solto, depois de acalmar da viagem, traça nesse momento (ou até no cesto) a rota mais curta para regressar ao seu pombal, e isso é suposto saber fazer quer esteja a norte, sul, este…

As dificuldades encontradas no percurso de regresso, é que podem ser bem diferentes e isso sim, fará toda a diferença.

Quem me conhece sabe que sou apologista de fazer treinos, mesmo que curtos, em qualquer um dos pontos cardeais. Não vejo razões para que não se possam fazer. É uma forma de ensinar os pombos, pelo menos os mais jovens, pois também acho que com essa prática, aprendem a orientar-se bem melhor.

Assim, quando ouço ou leio que é a mudança de “linha” que faz com que os pombos se percam, discordo completamente.

O que acontece é que o relevo acidentado não favorece nada o voo dos pombos. Todos sabemos que o norte, também de Espanha, é mais montanhoso que o sul, e que me parece evidente que existem locais mais favoráveis para soltar, desde logo aqueles com altitudes abaixo dos 500 metros. Entrando para o interior de Espanha as altitudes são entre os 500 e acima dos 1000 metros. Se a isto associarmos 700 e mais km a percorrer, numa rota mal traça pelo próprio pombo, pode ser o seu fim, quer na classificação quer no regresso ao seu pombal. Depois temos ainda o magnetismo, que interfere na orientação do pombo, que pode ser mais acentuado em determinadas zonas, principalmente em solo granítico e Espanha também o tem, e muito!.

Como já referi e está provado que existem locais, a sul, em que as dificuldades para o regresso dos pombos são menores. É bom não esquecer que existem pombos que ultrapassam barreiras que outros não ultrapassam. Mas o que queremos? Pombos rápidos com dificuldades reduzias a fazer médias excelentes a que chamamos fundistas, que na verdade não o são? Ou, verdadeiros pombos de fundo que em condições normais fazem concursos acima dos 800 Kms?

Lembram-se da célebre “Gripe das aves” e o que isso provocou nos campeonatos de fundo? Em 2006, os 6 concursos de fundo que se fizeram no distrito de Braga, foi pouco mais de 500 Km. Não se terão criado falsas expectativas em pombos que não fazem com a mesma facilidade 700 ou mais Kms? Agravados, como já referi, por condições de relevo e clima nada favorável?

Mas não é só isso. Desde 2007 que se fazem 6 concursos de fundo em que apenas um ultrapassa os 700 Km mais o facultativo de Barcelona.

O que me parece, e sem querer generalizar, é que se está a apostar no fundo, pelo menos estes últimos anos, pombos sem essas características, ou seja, de verdadeiros fundistas! Como já o referi noutro artigo, há pombos com essas características que não fazem as médias espectaculares que um velocista ou meio fundista faz. No entanto, quando se trata de demonstrar a resistência ou aptidão para voar 10, 12 ou mais horas eles aparecem!

Claro que para um campeonato de fundo mais justo ainda se poderiam fazer outros considerandos. Fica para a próxima.

É a minha opinião.

Henrique Dias