Henrique Manuel Costa Dias

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Entrevista à médica veterinária Sara Dias, recentemente distinguida pela Federação Portuguesa de Columbófilia 02-02-2015

 

Entrevista a Sara Dias

 

 

Por: Henrique Dias  |   20 Janeiro 2015

 

Sara Dias, natural de Barcelos é, desde 12 de Dezembro de 2014, médica veterinária, com o grau académico de Mestre, conferido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Recentemente reconhecida pela FPC, pelo trabalho académico que desenvolveu na Associação Columbófila do Distrito do Porto, tem pela frente uma tarefa, no que à columbofilia diz respeito, que não é fácil: o de fazer a diferença entre o Veterinário e o Columbófilo/Veterinário, demonstrando pela qualidade dos serviços prestados, que o médico veterinário tem um papel importante e, como tal, deve ser parte integrante, neste desporto.

A entrevista que amavelmente nos concedeu, e que partilhamos, deixa-nos convictos que reúne todas as condições para ter sucesso profissional nesta grande família, como é seu desejo…

 

 

 

 

0. Sara Dias (Mestre Veterinária) e o seu pai, Arlindo Dias (Mestre Columbófilo!).

 

 

 

        0.  Quer identificar-se e falar um pouco da sua infância numa família de columbófilos?

O meu pai (Arlindo Dias) e o meu tio (Manuel Dias) recomeçaram na columbofilia em 1996, ou seja, quando eu tinha 6 anos, começando a voar em 1997 e foi nessa altura que comecei a ter ligação à columbofilia. Digo “recomeçaram” porque já em miúdos corriam com meia dúzia de pombos oferecidos por columbófilos da zona, e já nessa altura conseguiam um prémio bom de vez em quando. Sempre fui muito ligada ao meu pai e por isso seguia-o para todo o lado e não foi diferente quando começou com este hobby. Ia para os encestamentos, fechos do relógio e esperava ansiosamente pela classificação quando se pensava que seria boa, no tempo em que pouca coisa era informatizada e muitas vezes não tínhamos acesso à classificação no dia. Até ao secundário ia todos os dias com o meu pai ver os pombos (o nosso pombal é em casa dos meus avós, a cerca de 1 km da minha casa) e aos fins-de-semana ajudava-os a fazer limpeza, claro que enquanto eu limpava um pombal, eles limpavam dois. . . Tornou-se uma rotina que fazia parte da nossa vida. Os fins-de-semana eram para as pombas, e as provas eram o culminar da semana. Quando fui para a Universidade a limpeza ficou unicamente para eles e a minha única preocupação era conciliar os estudos com as provas e por isso vinha todos os fins-de-semana a casa mesmo que tivesse alguma frequência ou exame na segunda-feira, ou até mesmo num sábado de manhã em que teria de voltar no domingo à noite, por exemplo. Eu era uma espécie de “mascote” na equipa e que vinha para dar sorte.

 

1.    Em que sentido o hobby de família contribuiu para a escolha da profissão de médica veterinária? Foi por vocação, paixão ou a combinação das duas?

Não sei se por coincidência ou não, mas a primeira que me lembro de me perguntarem o que queria ser “quando fosse grande” foi quando estava no meu 2º ano, ou seja, com 7 anos (1997) e lembro-me que respondi que queria ser veterinária. Desde aí sempre foi essa a minha resposta sempre que me perguntavam o mesmo. Sei que sou das poucas que é aquilo que disse que queria ser com 7, 10, 15 ou 17 anos. Não sei definir se isso foi vocação, paixão ou as duas, apenas fui seguindo aquilo que queria.

 

2.    Qual a sua área de especialidade e porque escolheu essa área?

Escolhi para tema geral da minha dissertação de mestrado a “columbofilia” e tenho como objetivo trabalhar com pequenos animais e pombos-correio. No entanto, o termo “especialista” em Portugal ainda está em processamento, contudo não consta no Anexo I do Regulamento n.º 529/2014, referente á distinção do título de especialista por parte da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) àqueles que pela sua formação e prática demonstrem habilitação específica em determinada área da Medicina Veterinária, algo como “Medicina Desportiva em Columbofilia” semelhante ao que acontece com os cavalos com “Medicina Desportiva Equina”. Ou seja, há aqui um “esquecimento” por parte da OMV, daí que especialidade em columbofilia é algo que ainda não se possa falar.

 

3.    Aquilo que foi aprendendo com o seu pai e por contacto com outros columbófilos, contribuiu de alguma forma para uma boa formação académica?

Na verdade não porque na faculdade nunca dei nada relacionado com columbofilia. Uma vez ou outra quando se falava em aves pode ter sido referido que determinado medicamento também pudesse ser usado em pombos mas nada muito específico. Ia fazendo analogias para entender determinados processos bioquímicos e fisiológicos do pombo mas sempre por vontade própria e para perceber porque todos os columbófilos faziam determinados tratamentos. O contacto com o meu pai e outros columbófilos contribuiu sim para o que sei hoje sobre columbofilia, assim como estágio que realizei com o Dr. Carlos Paulos.

 

4.    Quer-nos dizer como surgiu a ideia de desenvolver o trabalho de investigação na ACDP e descreve lo em traços muito gerais? O que procurou? Quanto tempo durou a investigação e quais as principais dificuldades encontradas, se é que as encontrou?

No início do meu 5º ano contactei o Dr. Paulos para ser meu orientador na minha dissertação de mestrado e fazer o estágio na ACD Porto. A partir daí fomos desenvolvendo várias ideias e, mais na altura do estágio (6º ano) surgiu a ideia de usarmos então os pombos do derby, uma vez que seria uma boa amostra tanto em termos de quantidade como em “qualidade”, pois estaríamos a utilizar pombos de diferentes proveniências de Portugal e até Espanha e Bélgica. O objetivo era pesquisar 3 dos principais vírus nos borrachos (herpesvírus, circovírus e adenovírus) com uma técnica que nos permitisse detetar os 3 em simultâneo a partir de amostras obtidas por zaragatoas cloacais, ou seja, um método pouco invasivo (não havendo necessidade, por exemplo, de recolha de sangue nem eutanásia do animal) e rápido. Foi também realizado um questionário aos columbófilos, para no caso de haver resultados positivos, podermos associar determinadas situações à presença destas infeções. No entanto, não obtivemos nenhum resultado positivo, o que não nos permitiu fazer essa relação. Mas também não significa que estes agentes não estivessem presentes, pois esta técnica está descrita para utilizar amostras de fígado (ou seja, o animal teria de estar morto). Contudo, aproveitamos para fazer zaragatoas (“cotonetes”) do papo a todos os borrachos que recolhemos amostras e 100% estavam parasitados com Trichomonas, quer com formas comuns (com movimento quando visíveis ao microscópio), quer com formas enquistadas, estas últimas muito associadas à utilização de vinagre, por exemplo. E juntamente com a casuística observada nas consultas realizadas durante todo o período quer na ACD Porto quer na Bélgica (quando acompanhei dois médicos veterinários que trabalham na PIPA, Dr. Ruben Lanckriet e Dr. Pascal Lanneau) pudemos concluir que foi a parasitose mais comum em 2014.

 

5.    O reconhecimento da qualidade do trabalho é importante. Mas é possível viver da investigação em Portugal, e no caso seguir uma carreira profissional ligada á columbofilia?

Sim, é possível. Apesar da crise que ainda vivemos, antes de apresentar a minha dissertação de mestrado recebi 3 propostas de trabalho para começar com estágio profissional e depois continuar no corpo clínico. Nestas 3 havia uma ligada à columbofilia e é lá que começarei assim que toda a burocracia estiver resolvida, apesar de uma dessas propostas até ter sido de um clínica próxima de minha casa e de outra ser de um hospital de referência veterinária em Portugal. Mas o gosto falou mais alto e vou trabalhar com o Dr. Carlos Paulos na sua clínica na Maia (Clínica Veterinária do Castêlo) em pequenos animais e pombos-correio. Claro que trabalhar exclusivamente em columbofilia será complicado mas também não é esse o meu objetivo, uma vez que também gosto muito de trabalhar em pequenos animais. Para mim, trabalhar na CV do Castêlo e poder trabalhar com pequenos animais e pombos-correio será a cereja no topo do bolo.

 

6.    A columbofilia é constituída por partes que no fim formam um todo. O pombal é uma dessas partes. O que considera essencial num pombal de competição? E reprodução?

Quer no pombal de competição quer no pombal de reprodução há, na minha opinião, critérios básicos que devem ser seguidos e que são os seguintes: deve ser seco, deve minimizar variações extremas de temperatura e humidade, sem correntes de ar e ser fácil de limpar e desinfetar. Aliado a estes deve-se também evitar a sobrepopulação. Pela minha experiência parece-me que este último e a presença de humidade são os principais problemas nos pombais portugueses. Não significa com isto que não seja possível ganhar se não respeitarmos todas estas situações, até porque há pombos que ganham de qualquer maneira e feitio. Numa situação em que não podemos controlar tudo, “estar em cima do acontecimento” reforçando as medidas de higiene e de ventilação ajudam a manter o nível de infeção o mais baixo possível.

 

7.    A reprodução é outra das partes. Qual a sua opinião, pela experiencia que tem, e com algum conhecimento de genética, em relação a selecção dos reprodutores? Como proceder para tirar o melhor partido dos reprodutores: consanguinidade, cruzamentos?

No meu estágio realizado na Bélgica, pude observar que já é comum alguns columbófilos fazerem testes genéticos para avaliar a presença de determinados genes. Por exemplo, o gene LDHA está presente na maioria dos pombos de topo daí a curiosidade sobre a sua presença ou não. Esta poderá ser uma ferramenta importante para decidir alguns cruzamentos, no entanto, poderá não estar acessível a todos por uma questão económica.

Em relação à consanguinidade, ou seja, ao cruzamento de indivíduos da mesma família (com ancestral em comum), esta é comum para “apurar” determinadas características, ou seja, torna-las mais frequentes. Contudo quanto maior o grau de consanguinidade, maior a probabilidade do casal compartilhar os mesmos genes recessivos, aumentando assim a possibilidade do aparecimento de uma doença ou característica recessiva, que muitas vezes é indesejável. Os genes recessivos são “genes fracos” daí que para manifestarem a sua característica tenham de estar presentes quer no pai quer na mãe. Por exemplo, no caso da cor “vermelha” num pombo ser uma característica recessiva, será necessário que este gene recessivo tenha uma origem materna e uma origem paterna. Enquanto que em cruzamentos não consanguíneos, a probabilidade de uma doença ou característica relacionada com genes recessivos é bastante baixa. Ou seja, inicialmente para se conseguir o aparecimento de determinada característica a consanguinidade possa ser importante na columbofilia, no entanto a longo prazo poderá trazer resultados pouco simpáticos.

 

8.    Para além da administração da medicina curativa ou preventiva, em que sentido o Médico-Veterinário pode ajudar o columbófilo na gestão de uma colónia, como por exemplo aconselhamento de treino, jogo, forma de alimentar? Como é evidente, para isso é necessário que o veterinário tenha uma experiencia extra ligada a columbofilia…Concorda?

Sim, é preciso compreender o desporto para poder aconselhar nesse sentido. Claro que é mais fácil se houver essa ligação extra mas não significa que um veterinário que nunca esteve ligado a este desporto não possa com os anos entender e evoluir na sua interpretação destas matérias.

 

9.    Concordará que o pombo é um atleta de alta competição. Quer-nos falar um pouco de um método alimentar correto para pombos-correio de competição?

A alimentação do pombo dependerá muito do tipo de treino, do tipo de provas e do tipo de pombos. Na realidade não há um método alimentar correto, existem vários, existem aqueles que resultam para cada colónia. Nesse aspeto penso que o columbófilo melhor que ninguém percebe o que é o melhor.

 

10. Sabemos que existem posições defendidas por campeões columbófilos que defendem higiene extrema nos pombais e outros campeões que utilizam outros métodos (por ex. fezes secas nos pombais por largos períodos) que no fundo abdicam da limpeza diária dos pombais. Do seu ponto de vista, o que acha destas duas posições? São compatíveis?

Na minha opinião, a resposta a esta questão gira à volta das características do pombal. Por exemplo, um pombal com elevados níveis de humidade a higienização é extremamente importante e essencial. Se falarmos de um pombal seco, ventilado, sem excesso de pombos por m3 então sim podemos considerar que a questão da limpeza e o contacto com as fezes possa ser importante até para estimulação e desenvolvimento do sistema imunitário. Por isso, para mim depende muita da situação em questão.

 

11. Hoje os columbófilos tem á sua disposição informação variada sobre inúmeros medicamentos, preventivos, suplementos etc., que nem sempre serão aconselhados em aves saudáveis, pelo menos por quem tem conhecimento cientifico. Mas o desejo de vencer é grande por isso é cada vez mais frequente o uso exagerado de medicamentos. Por exemplo, o uso de antibióticos antes e durante a época desportiva mesmo sem existirem sintomas de doença na colónia. O que acha disso?

É verdade que o uso excessivo de antibióticos é algo que preocupa toda a comunidade médica em geral, pois haverá o dia em que realmente precisaremos de usar estas moléculas e poderão não ser eficazes devido às resistências que tem vindo a surgir. Há mesmo quem defenda que um dia morrer-se-á mais de infeções, por não haver antibióticos eficazes, do que de cancro. No entanto compreendo que na columbofilia não se pode esperar que haja quebra de performances para se fazer alguma coisa. Defendo que cada caso é um caso e há mais opções para além dos antibióticos em que os columbófilos podem pensar, como por exemplo, os estimuladores do sistema imunitário, uma vez que muitas vezes é isso que os columbófilos querem fazer e acabam por ataca-lo. Contudo, sempre que utilizem antibióticos é imperativo a utilização de probióticos após o tratamento.

 

12. Sabemos que os columbófilos (maioria) são também “veterinários”, isto é, procuram resolver os problemas da colonia por conhecimento empírico, que nem sempre é compatível com o conhecimento científico. O que acha do pouco recurso a veterinários, no caso da columbofilia, coisa que não se passa com outros animais por exemplo cães ou gatos etc.. Será por falta de reconhecimento dos columbófilos, da capacidade técnica dos veterinários no âmbito da columbofilia ou, realmente eles não existem para esta área específica (columbofilia), em Portugal?

O desenvolvimento do conhecimento dos columbófilos deveu-se à incapacidade de dar resposta por parte da comunidade veterinária a este desporto. É normal que se tenham habituado a saberem mais, mesmo que não conseguindo explicar o porquê, do que os veterinários. Por este motivo, tem sido difícil os columbófilos darem oportunidade ao veterinários que tem vindo a investir e a demonstrar interesse na área. Mas hoje em dia existem veterinários competentes em columbofilia em Portugal, são os casos do Dr.Carlos Paulos e o Dr. Marc Ryon.

 

13. Nesta perspectiva (pergunta anterior) o que haveria a mudar na veterinária em Portugal? Acha que os veterinários deviam ‘preocupar-se’ em informar a “sociedade columbófila”, sobre a importância e utilidade do seu trabalho para, de facto, fosse importante o recurso aos seus serviços de veterinário na gestão da colónia?

Sim claro. Está nas mãos dos veterinários mudar essa mentalidade e fazer entender a sua importância e está na cabeça dos columbófilos entenderem que houve evolução e que já existem veterinários que os possam ajudar. Mas só explicando o que fazemos é que nos poderão dar valor.

 

14. A questão do bem-estar animal é algo que me preocupa principalmente aquando do transporte para provas com mais de um dia de cesto. Era importante que os atletas, na hora da partida estivessem na posse de todas as suas faculdades para vencerem as dificuldades da prova. O cesto e a viagem não deveria ser, de todo, fator de grande desgaste mas sabemos que nem sempre é assim por variadíssimas razões. Tem opinião sobre esta matéria?

O bem-estar animal é sem dúvida um dos temas mais atuais na veterinária. A lotação dos cestos, o fornecimento de água, a comida que não é a mesma, as variações de temperatura e o contacto com diversos “colegas de corridas desconhecidos” são fatores de stresse para os pombos e aumentam o risco de transmissão de doenças. No entanto são situações que os pombos têm de ser capazes de ultrapassar, adaptando-se, pois é assim que se dá a evolução e os mais fortes resistem. Daí que seja necessário ir habituando os borrachos aos “grandes camiões” mesmo que não estejam designados nas provas (ou seja, a treino). No entanto, as associações distritais devem sempre fornecer as melhores condições possíveis aos pombos, reduzindo os fatores de stresse.

 

15. Quais são os seus projetos para o futuro? Qual o trabalho/projecto que gostaria de desenvolver?

Ainda tenho muito para aprender e esse é o meu principal objetivo para os próximos anos, aprender. Tenho algumas coisas que gostaria de fazer mas ainda é cedo para falar disso. Espero um dia ser uma referência na columbofilia e que dessa forma possa ajudar muitos columbófilos.

 

16. Que conselhos poderá dar aos columbófilos menos bem-sucedidos?

Sou muito nova para ter conselhos para dar, mas uma coisa eu sei, para ganhar é preciso dedicação, muito sacrifício e força de vontade.

 

17. Que futuro prevê para a columbofilia portuguesa?

Prevejo algo semelhante ao que acontece neste momento na Bélgica e que é, neste momento, o que nos distancia deste país – o acompanhamento médico-veterinário regular. Ou seja, haver uma rotina de ir veterinário ou de requisitar os seus serviços ao seu pombal, se assim for mais comodo, por exemplo, 1x/mês. Criar uma rotina entre o columbófilo e o veterinário e, se os belgas que já andam há mais tempo nisto do que nós e dão essa oportunidade aos veterinários porque é que nós, portugueses, não fazemos o mesmo?

 

18. Quer deixar mais alguma mensagem ou comentário?

Infelizmente, devido à situação económica que se tem vindo a registar nos últimos anos, o número de columbófilos tem vindo a reduzir cada vez mais e os que ficam tem menos capacidade financeira É necessário incentivar a prática da columbofilia, como por exemplo, com a construção de aldeias columbófilas por parte dos municípios como já alguns fizeram. E se é dos desportos mais praticados em Portugal porque não há esse destaque na imprensa nacional?

Mesmo tendo consciência de todas as dificuldades, olho para o futuro com otimismo.

 

 

 

 1. Reconhecimento público da FPC a Sara Dias, pelo trabalho desenvolvido na ACDP.

        Extrato do jornal "Mundo Columbófilo", Janeiro 2015

 

 

 

 2. Sara Dias na entrega de prémios da ACDB, 2014, em representação da equipa

     "IRMÃOS DIAS" 

 

 

 

3. Sara Dias na companhia do tio, Manuel Dias e do seu pai

    Arlindo Dias,  na entrega de prémios em S. Martinho, 2012

 

 

 

 

 

3. Manuel Dias, Sara Dias, e Arlindo Dias, na entrega de prémios em S. Martinho, 2010

 

 

 

 

4. A equipa "IRMÃOS DIAS", uma referência na columbófilia do Distrito de Braga.