NotíciasVisitas: Contador de Visitas 
" Para onde caminhamos ...." 13/04/2015

Fui durante muitos anos dirigente columbófilo, tanto a nível local como no âmbito distrital. Também e porque o meu amigo Gustavo Moura e familia me aceitaram durante cerca de 20 anos fui colocando alguma ideias no Jornal Mundo Columbófilo.

Quando me retirei destes cargos directivos, entendi faze-lo porque pensava a achava que não me devia eternizar nos cargos e por outro lado entendia que no meu distrito havia pessoas mais jovens e capazes de fazer toda a gestão e como tal deveria dar-lhe lugar e ficar recatado apenas e só como columbófilo. O voltar a exercer algum cargo directivo não está nem esteve nos meus horizontes , nem mesmo a nível local estarei disposto a exercer qualquer cargo de direção .Estou neste momento ligado á Arraiolense mas numa conjuntura em que apenas dei o nome para que fosse possivel uma lista mas, isto só o fiz para a minha colectividade e para pessoas por que tenho enorme amizade.  

A nível distrital   o tempo deu-me razão porque  na minha opinião, o distrito tem sido bem dirigido tanto no plano directivo como no plano desportivo!

Sobre o jornal Mundo Columbófilo também entendi por volta de 2008/ 2009 que estava na altura exata de parar porque já tinham sido muitos anos e não queria de modo algum tornar-me maçador . Além de que os assuntos que normalmente abordava ou eram de âmbito desportivo, directivo, ou algo semelhante porque nunca me aventuraria a falar de prática columbófila e discutir metódos de voo e tratamento que no meu caso seria uma desgraça. Ainda hoje só sei reconhecer  se um pombo é bom ou não,- depois de ir várias vezes ás provas.

Nunca soube  ver como vai ser um pombo só a olhar para ele, ou a ver o pedigree dos pais, ou a olhar nos olhos do mesmo. Tudo isto para mim é zero. Nunca aprendi, e não é agora que concerteza vou aprender. Nesse aspecto sou um desastre.

Há cerca de dois três meses e com a agradabilissima colaboração do amigo Orlando Santos - LoftGest , criou-me e fez nascer uma pagina na qual eu tentei enquadrar a terra onde nasci, algumas vivências columbófilas, e onde pontualmente fui escrevendo o que me pareciam ser tópicos que eu não queria " perdidos" pela voragem dos tempos. Tive apoios de diversas pessoas umas conhecidas outras que eu não conhecia e foi agradável constatar que alguns ainda tinham paciencia para me ler.

Motivado por esta iniciativa e porque tenho algum tempo livre ( agora aposentado ) andei estes dias a ver na Net os diversos calendários que as Associações ( oito) que tem página aqui, os apresentaram. Apenas a análise de Setubal foi feito numa colectividade desta cidade.  Tudo isto porque me parecia e parece que o meu distrito está a ir "longe demais ". Quando refiro este "longe demais " é no âmbito de distâncias tanto no meio fundo ( também aqui), como no fundo.

Sei perfeitamente que os calendários em Évora há muito muitos anos sempre foram e são apresentados ás colectividades e votados em Assembleia Geral. Não quero questionar nada disto , muito menos questionar as pessoas que estão a dirigir os destinos da minha Associação . São minhas amigas , tenho por todos eles o máximo de respeito , são pessoas dedicadas, capazes e que tem feito um bom trabalho.

As razões de algumas ideias que apresento prendem-se com apenas e só o obrigar a pensar tanto a nivel de dirigentes como até a nivel de praticantes e principalmente dos delegados das colectividades nas Assembleias. São apenas mecanismos de reflexão de uma pessoa que está de fora mas entendo que posso pensar! É certo que o faço ( não poderia ser de outro modo ) na minha página .

Na leitura dos diversos calendários o que vi:

      - Apenas duas Associações continuam a realizar sete provas de fundo , Beja e Setubal

      - A nível de distâncias os distritos do denominado sul do país tem sempre mais kilometros a disputar que os distritos do norte ( é certo que os nacionais em Valencia del Cid vieram aqui a criar mecanismos diferentes e atenuaram um pouco essa diferença).

     - Em termos de médias são mais uma vez os distritos de Évora e Lisboa quem maior distancia tem de percorrer por prova . Évora tem uma média de 668 Km por prova, Lisboa cerca de 677 km e Setubal está nos 660 Km ( é certo que tem sete provas mas falo em médias). Todos os outros distritos ( 5 ) dos quais vi os dados ,apresentam valores mais baixos.

     - As distancias que analisei basearam-se sempre para a capital de distrito e neste caso Lisboa e Évora vencem todos os outros na realização de concursos de fundo sempre para além dos 600 Km em todas as provas. ´Nos dois distritos a primeira prova de fundo situa-se nos 600 Kms mas enquanto Évora não volta a ter mais nenhuma prova nesta distãncia , tudo se situa nos 660 e uma nos 750 km, Lisboa volta aparecer no final com outro concurso semelhante ao primeiro, seiscentos e poucos quilometros.

     - Uma das questões que eu já deixaria é  "o porquê de o fundo ter que ser sempre em distancias superioes a 600 km?"

    - Évora também alterou a linha de voo,  deixámos a linha de Madrid/ Ariza/ Calatayud deixando de beneficiar dos ventos de NE e viemos sempre mais  para baixo , talvez devido a Portalegre ( penso que vão no nosso carro) , talvez devido aos Nacionais o que é certo é que estamos sempre  na área de Valencia com a única excepção da terceira prova de Vinarós. Não entendo o seu porquê mas deve de ter havidos razões para  se ir fazer 750 Km á terceira prova e tendo o calendário já mais quatro provas de 670/ 660 km.

    - Sei perfeitamente que a criação dos dois concursos Nacionais desencadeou estratégias diferentes nos diversos distritos mas não me vou pronunciar sobre esta temática porque é muito cedo para o fazer e não tenho dados se este tipo de provas é para a grande maioria dos columbófilos portugueses , ou é apenas e só para alguns ou .... deixemos apenas ficar tudo como está e depois veremos quando da sua realização

    - Voltando ao meu distrito também sei que a colaboração com Portalegre veio criar mecanismos de intercâmbio que são sempre dificieis de se conseguir . Se esta colaboração ( o que quer dizer que deve ser benéfico para os dois), for efectuada em todas as provas tenho já muitas duvidas na mesma. Colaboração sim, mas nas provas onde a distancia é maior porque torna-se util para os dois distritos. Se este intercâmbio for feito em todas as provas então aquilo a que a columbofilia deve dar resposta a parte desportiva passa a ser descurada a favor  da vertente financeira. Sei perfeitamente que diminuimos os pombos voados mas o patamar aceitável de inscrições  para fundo no meu distrito ainda se mantem . Todos sabemos que quando as inscrições descem para valores de 2000 pombos por prova entra-se em dificuldade mas com valores entre 2500/ 3000 estamos á vontade.

   - É necessário ver a realidade e hoje vejo-a bem ,tenho o gosto e o prazer de estar a enviar pombos na colectividade ( pasme-se....) que a nível de pombos enviados a velocidade e meio fundo , inscritos em maior numero   é a Arraiolense ( vidé as classificações das diversas colectividade). Assisti agora que na segunda prova de fundo algo correu mal e os columbófilos ficaram apenas sem pombos. Mas será que isto não obriga ninguém a pensar ? Sei perfeitamente que a Arraiolense não vai ter ninguem a discutir lugares cimeiros a nível do distrito,( já os não tinha antes desta prova), mas temos de ter ponderação porque os campeões são sempre os melhores e os mais capazes . Não podemos aceitar é que se criem mecanismos para que os campeões surjam por cansaço e desistencia de outros e esta é uma situação que me vai preocupando...

   São apenas alguns reparos/ pensamentos . Se dois ou três columbófilos do meu distrito os lerem já me dou por satisfeito. Se esses dois falarem de pombos com mais alguns esse trocar de opinião será para mim muito mais positivo. Torno a dizer não há aqui pessoas, não há aqui dirigentes , não há aqui alguem que é do contra  muito menos alguem que quer ganhar alguma coisa nos pombos muito menos,  alguem  que queira ser dirigente do que quer que seja. Há apenas aqui alguem que gosta de pensar e neste caso em voz alta perguntar-vos.

       Não estaremos a a ir longe demais ?