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As mentalidades são difíceis de alterar ! 26/10/2016

 

 

As mentalidades são difíceis de alterar !

 

José F. Coxo – Évora

 

 

Todos sentimos e constatamos que nos últimos anos temos tido “ picos “ de calor que são de um modo significativo bem marcantes nesta área sul onde nos inserimos ( área mediterrânea).

 dias  li, com muito agrado, uma jornalista do Público ( Ana Dias Cordeiro) que abordava esta temática do aquecimento focando essencialmente o nosso país de um modo rigoroso e científico.

Há hoje sinais preocupantes em todo o globo referentes a este aumento de temperatura e ás consequências que o mesmo pode vir a  ter , tanto a nível físico dos próprios países, como nas influências climáticas que poderão desencadear mecanismos complicados para muitas populações  e para o seu modo de vida .

Sabemos que a Península Ibérica tem uma localização especifíca , numa faixa adjacente à denominada área sub- tropical , já com situações de aridez e securas bem marcadas, e com uma proximidade relativa ao maior deserto mundial , o Saara, e como tal “ levamos por tabela “ se este aumento se vier a concretizar ao ritmo a que já está de há cerca de dezasseis anos  para cá.

Cito alguns exemplos extraídos dessa leitura :

-“ Este verão foi o segundo mais quente desde 1931, de acordo com os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera”.

-“É a partir da década de setenta que se começou a sentir o aumento do aquecimento mas, este acentuou-se fortemente desde 2000. Seis do dez verões  mais  quentes desde o ano de 1930 foram registados depois da viragem do século”.

- “A NASA confirmou há dias que o mês de Agosto foi o mais quente a nível global , dos últimos 136 anos , o mesmo acontecendo com o valor de Julho de 2016.( Estes 136 anos é o período desde que há registos fidedignos).”

A Columbofilia que praticamos e que a partir dos anos de noventa virámos totalmente para Espanha está seriamente condicionada e influenciada  com este aumento de temperatura. Sem sombra de dúvidas, será todo o interior e sul do nosso país vizinho onde vão sentir-se os piores efeitos. Já hoje é a área denominada mais quente da península.

Quer , queiramos  ou não, temos de ler e repensar as palavras que o Dr. Ryon escreveu neste jornal sobre “ os riscos vermelhos “ quando, as temperaturas mínimas não descem abaixo dos 15º e as temperaturas exteriores se situam nos 29º, são causadores de enormes perdas nos pombos. Há necessidade urgente de não ser apenas a Holanda a estipular as condições de solta ou não dos pombos mas, no caso português temos na minha opinião uma necessidade premente de se legislar nesse sentido porque, nada existe em termos de realização de soltas. ( o meu amigo Pedro Pimentel do monte da Coelha tem mais que razão !).

Durante muitos anos a preocupação dos delegados e dirigentes que controlavam as soltas cingia-se apenas á verificação do denominado tempo “mau” , com ventos e chuva. Neste momento e nos últimos anos temos assistido a uma mudança deste paradigma e, é, com o calor que sofremos as piores perdas. Este ano por sorte nossa  o mês de Maio foi mais fresco e até chuvoso e o Junho veio de um modo diferente de 2015.

As denominadas clássicas e todas as provas situadas abaixo da linha de Madrid estão sujeitas a este aquecimento e em qualquer delas poderemos de um dia para o outro assistir a algum desastre “ columbófilo”. É imperioso alterar ou os locais das clássicas ou as datas das mesmas porque se o não fizermos sujeitamo-nos a jogar “ na roleta russa”…. Toda a área de Valencia é das mais quentes do território espanhol e isto durante todo o ano.

Por outro lado mesmo em concursos de menor kilometragem podemos estar sujeitos a este tipo de condições meteorológicas e, poderemos na mesma ser afectados de modo significativo.

Ao fazer esta abordagem não me refiro ao calendário da minha associação, era deselegante fazê-lo e, este tipo de tempo não afecta apenas e só Évora. Não podemos é continuar com posturas dos anos 60/70 ,  a “assobiar para o lado” e falar depois quando as coisas acontecem pela negativa. Até porque hoje há um conjunto de entidades de defesa dos animais com as quais temos de ter enormes cuidados porque, se eles sonharem que soltámos pombos em Valencia  como em 2015 sairemos, mal dessa fotografia.

Foi apenas e só uma mera opinião … 

 ( Publicado no jornal Mundo Columbófilo do dia 27 Outubro 2016 )