NotíciasVisitas: Contador de Visitas 
Paulo Franco - Mito / realidade 03/02/2015

  Ao escrever numa página pessoal sobre um outro columbófilo e nomeadamente como é o caso, de Paulo Franco , convêm esclarecer alguns aspectos, para melhor termos todo um enquadramento desta temática.

   Nada me foi "encomendado" por este columbófilo e, quem me conhece sabe de antemão que isto nunca poderia ser possível , nem dele , nem de quem quer que fosse. Estive e estou,  sempre nos pombos  com príncipios, com ética, e acima de tudo com honradez. Sei perfeitamente que estes sentimentos estão hoje em "desuso " na nossa sociedade mas eu fui educado por principios dos quais nunca abdico. 

Lembro apenas que nos tempos em que escrevia ( melhor falava em voz mais alta ) no Jornal Mundo Columbófilo e isso aconteceu de 1989, até ao ano de 2009, só duas a três vezes fiz " entrevistas " a columbófilos e tinha de ter a absoluta certeza que estes o mereciam pelas suas práticas, posturas e acima de tudo por serem exemplos no nosso desporto. Estas entrevistas nunca em momento algum foram encomendadas ou indicadas por alguém.

    Ao, Paulo Franco ,em termos de pombos e em aspectos de vida particular e de convivência entre pessoas , não "devo" nem tenho nenhum favor a pagar ou a ajustar. Nunca tive deste columbófilo um único pombo. Mesmo no período em que foi praticante na Arraiolense tinhamos um pelo outro o respeito que as pessoas devem ter umas pelas outras e neste caso o meu reconhecimento por tudo aquilo que ele já tinha feito em termos de resultados desportivos e que se ia ouvindo dizer diversas vezes. Nunca em tempo algum fomos " mais chegados " que isto que está escrito nestas palavras.

  Convêm também lembrar que nesses anos em que o Paulo venceu e convenceu em Arraiolos e, no distrito se houve alguém a tenter lutar contra a maré e que lhe deu alguma "luta " fui eu já em sociedade com o Rui Antas, é certo em velocidade e principalmente meio fundo  mas, esta luta era , eu sabia-o ,em termos relativos e reduzidos. ( vidé distritais da zona norte de 2004). Penso que até foi o ano em que o Paulo se lembrou um dia, de fazer duas equipas dizendo apenas aos directores da época para lhe dividirem os pombos por pares e ímpares na terminação e, qualquer dessas equipas ganhou tudo .

  O escrever sobre este columbófilo é apenas o completar e o descrever da " história da Arraiolense" e, o reconhecimento ao mérito de uma pessoa que, não quero que a voragem dos tempos se esqueça ou, ainda pior, que a " maldizência " o faça passar de "bestial"  a" besta" e que pelo contrário, os critícos, com o passar dos anos ,ganhem terreno e que o passar do tempo não reconheça a capacidade e o esforço de quem o teve.

   É pelos finais dos anos noventa que o Paulo Franco vem viver para Arraiolos/ Ilhas e penso que em 2001 é ja ele o capitão da "nau"  dos ilhéus. Nos anos anteriores esta equipa já era dificil de bater agora com esta "nova gerência " vai-se transformar e tornar-se ímbativel tanto a nível da Arraiolense , como a nível regional ,no campeonato de fundo do Alto Alentejo , como até nos diversos campeonatos distritais tendo depois a coroação, com uma prestação de quatro pombos fantásticos, nas clases sport na exposição Nacional e Olimpíca no Porto.

  Conheci este columbófilo ainda menino e moço quando, junto com o seu pai veio uma, ou duas vezes aos meus pombais em Arraiolos para falarmos de pombos ( atenção com o seu pai), que queria arranjar pombos para concorrer em Lisboa. Na companhia do pai visitam alguns columbófilos do distrito de Évora , lembro-me perfeitamente de irem ao Redondo, à dos irmãos Cabeça ,e por meu intermédio vão pela primeira vez à do António Prates a Vendas Novas. É o Helder Pequito quem me dá o número de telefone do Prates e rapidamente se acerta uma visita na qual eu apenas vou como acompanhante e mais " conhecido " do pai do Paulo. O Prates já tinha na época uma coleção de pombos fantástica onde imperavam, os Catrysses, os Fabrys, os Stichelbaut, os Vanbruanes e os famosos e conhecidos , hoje de todos, os Janssens (estes pombos e principalmente os seus progenitores eram já na época únicos no país, talvez alguma   semelhanças só com , com Alexandre M. Gordo ).

  Que pombos levaram para Lisboa não posso dizer porque não foram contas do" meu rosário". Fui sabendo que em Lisboa começaram, passados um dois anos, a marcar bem e constatava que, quando ofereciam pombos para o Zé Pulga nas ilhas  estes eram quase sempre muito bons.

  Dá-se em Arraiolos nova" revolução" columbófila . A primeira tinha sido originada pelo Ti Manolo mas, esta segunda é motivada pelo querer e empenho do P. Franco. O tempo e o modo são completamente diferentes por isso as consequências têm de ser também muito diferentes. Este columbófilo alé de ser uma pessoa com elevados conhecimentos de pombos, era um entendendido em métodos e motivações de pombos, e sabia muito bem tirar rendimentos elevados das linhas de pombos que possuía.Se os pombos dos ilhéus eram bons, nestes anos os pombos que o Paulo voou tornavam-se quase imbatíveis. A dedicação, o trabalho, os treinos que fazia aos seus pombos e aos borrachos tudo era diferente e mais profissionalizado. Até aos outros columbófilos ele contagia por isso , eu próprio, O Ant. B. Paulo, o Manolo, o Mamede e o mano José Luis também em fundo, a dupla Peniche e Espingardeiro ,temos nesta época das melhores prestações.

  Os resultados por ele obtidos em nada me surpreenderam !

 Na época estava como dirigente na Arraiolense e como Presidente da A.C.D.Évora e tinha vagar e disponibilidade para analisar as marcações dos pombos. O Paulo era um jogador nato e um profundo conhecedor de pombos.

Contactei em Évora com outro columbófilo, meu amigo, o Luis Pepe, também um profundo  conhecedor de pombos, um ótimo  tratador e jogador, dotado de uma inteligência elevada  e de uma fibra extraordinária como columbófilo. Mas na época, em que o Pepe dominava em Évora(e foram muitos anos) os contextos e os alicerces eram diferentes, e o enquadramento em que  tinham os pombos e praticava a columbofilia eram também diferentes. Por isso mesmo nunca poderia  ir tão longe no distrito e a nível nacional.

 Assisto também hoje a marcações extraordinárias do Sol Nascente, também já ,com prestações excelentes a nível nacional, e da equipa do Paulo (da Supra) mas estou " longe" de as poder contextualizar porque o conhecimento que tenho das mesmas não é tão profundo. È certo que não pretendo aqui  de modo algum fazer comparações .  Qualquer destes quatro nomes teriam, sempre, de estar no " guiness" do nosso desporto.

Os seus reprodutores assentavam nos seguintes pombos : 2391094/03 Pata Colada ( era janssen da linha do Merckx ); 2396478/93 NL- Holandesa Velha também da linha do merckx; 929248/89 belga do Xico e pai do 19; 1278519/91 que foi 1º nacional sport de Meio fundo na Exp. Nacional em Évora (era jansem X belga do Xico); 1503642/90 uma azul e branca 8belga do Xico); 8750263/98 pai do 50 ( janssem X belga do Xico. A nivel do fundo baseava-se nos  Van Spitael 3260508/93 e 2156677/92.

 Logo no primeiro ano (2001), quase tudo borrachos vence, sem espinhos, em Arraiolos... mas, a nível do distrito é apenas e só o Vice campeão Geral !

Em 2002 tudo se repete mas no distrito ( até já os incrédulos começam a acreditar) consegue o título máximo de Campeão geral e, com um pombo faz um sexto lugar de Barcelona. Nesta campanha, numa célebre prova de fundo ,faz só a nível distrital,  do primeiro ao quinto.

 Em 2003 , Campeão Distrital  de Velocidade e Meio Fundo da Zona Norte, Campeão Distrital de Fundo geral  , Campeão do Clube de Fundo ,é Vice Campeão Nacional de Meio Fundo, 1º pombos ás nacional de meio fundo e 1º pombo ás nacional de velocidade.

Em 2004 ,a receita é igual e, até parece fácil.... Campeão Distrital de Velocidade e Meio Fundo da zona norte, Campeão Distrital de Fundo Geral, 4º classificado Nacional de Velocidade, 6º classificado Nacional de Meio Fundo, 7º classificado no Nacional de Fundo e 1º pombo ás nacional de fundo.

 Em 2005 na Nacional Olimpica do Porto a coroação de 4 pombos extraordinários :

1256050/01 primeiro nacional  sport de Meio Fundo e 10º Olimpico ;

1256010/01 segundo sport nacional Absoluto e 14º Olimpico ;

1256119/01, 3º nacional sport absoluto e 15º Olimpico

 440070/00, primeiro nacional sport de velocidade e 3º olimpico sport velocidade.

Além destes pombos há outros que importa referir porque foram extraordinários. Todos tem as mesmas caracteristicas , voaram apenas  dois anos e foram  vendidos. Não há em nenhum destes pombos classificações em duplicado (local e distrital). Assim:

1255575/01 ,fez 22 classificações e entre elas, 9 nos dez primeiros e,  5 no fundo com Vinaroz incluída.

1255978/01, dezoito classificações com 6 nos dez primeiros e com duas classificações também em fundo.

1255994/01, com 20 classificações sendo sete nos dez primeiros e com seis classificações em fundo.

1256010/01 ( o 2º sport absoluto nacional), fez 28 classificações , com treze  nos dez primeiros e com uma também em fundo.

1256014/01, com 21 classificação, com 4 nos dez primeiros  e entre elas 3 no fundo.

1256037/01 com 25 classificações com oito nos dez primeiros e também marcou no fundo.

1256049/01 fez 23 classificações , com 4 nos dez primeiros e com marcações no fundo. 

1256050/01  ( 1º sport nacinal de Meio fundo ) fez 24 classificações com 8 nos cinco primeiros, também com duas no fundo.

Já o afirmei, foi o melhor columbófilo , que passou na Arraiolense e na minha opinião, o melhor no distrito de Évora!

Tal como todos tinha, defeitos e virtudes. A partir de determinado momento o columbóflo  deu lugar ao vendedor/ comerciante. As marcações, as prestações desportivas a isso levaram, era natural que o Paulo aproveitasse. Mas , quando se vende e,  nomeadamente pombos, para quem vende todos os que tem são bons e, importa é vender a maior quantidade e com o melhor preço possivel.

Para quem compra as expectativas são logo á partida, de uma melhoria significativa do potencial que o próprio já possui e como tal qualquer compra representa sempre o sonhar com prestações elevadas.

Temos aqui dois contextos dificeis de conciliar e de acertar. Há uma dicotomia que na maioria das vezes não bate certo. Quem vende não tem tudo bom. Quem compra muitas e muitas vezes nada melhora com essas compras, bem pelo contrário . Este foi um aspecto que contribuiu de um modo negativo para a " lenda " do Paulo Franco e para criar em muitos o não reconhecimento por tudo o que de positivo fez nos pombos. Concerteza que vendeu alguns que deram bons resultados mas de certeza absoluta que vendeu muitos mais que nada deram.