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Curiosidades. . . 09/11/2018

Curiosidades

 

 

 

Quando, normalmente penso em voz alta , tento sempre enquadrar esses meus pensamentos em referências científicas, nomeadamente geográficas / meteorológicas   ( a minha área de formação ) , históricas ou até de outro âmbito.

Cresci e vivo em Évora, onde é natural que a perspetiva  histórica esteja sempre nos meus pensamentos porque nesta cidade qualquer “ pedra”, rua , janela, arco, muralhas , monumentos , têm um significado e um passado que nos diz sempre quem por aqui passou e, viveu antes de nós.

Por outro lado tive a sorte de trabalhar de perto com um historiador, com obra publicada acerca desta cidade e, hoje já falecido ( Dr. Afonso de Carvalho) . Para completar este gosto pela história contatei quando da realização da Exposição Nacional em Évora com o Dr. Manuel Branco , vereador da cultura da C. M. de Évora com quem criei amizade e, o próprio, outro “ expert” em termos históricos de Évora.

Todos sabemos que árabes e romanos aqui deixaram muitas e muitas marcas mas, há também momentos em que a coroa portuguesa aqui assenta durante alguns anos. D. Manuel esteve por aqui em diversos períodos do seu reinado e, deixou essas marcas nesta cidade.

- Quem conhece o Jardim público, consegue ainda ver parte do Palácio de D. Manuel ( a área das Aias ) porque o resto desapareceu com um incêndio. Mas para vos dar ideia toda a área da igreja de S. francisco e prédios adjacentes eram onde se instalava o rei e os seus acompanhantes.

Há um facto curioso : D. Manuel, recebe nesta cidade, quando se encontrava no convento do espinheiro a conversar com os frades da época, um mensageiro que lhe transmite a “ nova” da chegada de Vasco da Gama á India. ( hoje  este convento foi restaurado e é um hotel de cinco estrelas desta cidade ).

Outra curiosidade foi-me transmitida um dia destes pelo Dr. Manuel Branco quando, nos encontrámos por acaso numa loja de fotocópias . Como sempre cumprimentou-me e perguntou pelos pombos . Respondi-lhe que tinham tido problemas respiratórios e, nunca mais tinham sido os mesmos a voar.

Olhou muito sério para min, fez acerca do problema duas ou três perguntas e disse-me “ sabe temos no arquivo da biblioteca publica,  um documento original, assinado por D. João III a conceder o ar da rua, ao falcoeiro mor do reino que era D. Jorge Henriques.

O falcoeiro vivia junto ao que é hoje o largo dos Penedos mas, tinha enormes problemas com doenças do foro respiratório dos falcões e, pedia mais espaço ao rei. Este não lhe deu nem mais casas, nem mais quintal porque ele já tinha . Deu-lhe apenas o ar da rua. … ( isto por volta 1550).

Com esta concessão , o falcoeiro fez em madeira um passadiço da casa dele para o quintal ( que pegava com as muralhas , onde hoje há um casario e construiu  nesse passadiço janelas mais abertas para os falcões, apanharem mais sol e mais ar. Mais tarde este passadiço deu origem ao arco monumental que está junto ao largo dos penedos e com as janelas.

Repare-se já em 1550 as doenças respiratórias afetavam os falcões . Hoje somos fortemente atingidas por elas e cada vez mais há necessidade de tratarmos com mais antibióticos, o que leva a menores resistências dos pombos.

Repare-se que as novas tendências veterinárias belgas e holandesas já indicam que  para o tratamento eficaz da ornitose é necessário aplicar antibióticos durante 20 a 30 dias consecutivos. Tudo o que for tratamentos de 5/ 6 dias nada cura.

Foram em suma algumas palavras curiosas ….