Nuno Rafael Matos H. Silva

 
 
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OS ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E O VOO DO POMBO CORREIO 03/12/2011

OS ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E O VOO DO POMBO CORREIO

Durante o ano de 2003 a Federação Portuguesa de Columbofilia, colocou ao dispor das Associações Distritais um novo apoio. O apoio Meteorológico directo e personalizado, em que os coordenadores tiveram, dentro do que era possível para uma primeira experiência, o apoio diário às soltas, tendo sido fornecido, quer a informação meteorológica disponível dos diversos locais da Península Ibérica quer a previsão, local a local e em rota. E digo possível porque a grande maioria da informação meteorológica só se obtém, cerca das sete horas e quinze minutos locais, durante o Verão e cerca das seis e quinze na hora de Inverno. Além disso é muito dispersa, pelo que só a experiência e o conhecimento cientifico podem ajudar a extrapolação dos diversos elementos meteorológicos. Para uma experiência deste tipo, o ano de 2003 e a columbofilia Nacional ficaram efectivamente marcados pelo pioneirismo a nível Mundial.

Antecedeu todo este projecto uma primeira abordagem à meteorologia onde se efectuaram diversas acções de formação. Tentou-se fazer uma aproximação à meteorologia, sob o ponto de vista columbófilo, ensinando, aprendendo e trocando experiências, de modo a compreender a interacção dos elementos meteorológicos e o voo do Pombo correio.

Todo o trabalho efectuado deu forma a um conhecimento que agora se coloca sob a forma de escrita, continuando essa vontade de transmitir saberes que consigam, em cada dia, levar mais alto o nosso desporto quer a nível nacional quer a nível internacional.

Trago neste artigo, os elementos meteorológicos que influenciam e o modo como é benéfico ou prejudicial ao voo do Pombo correio. Para isso foram integrados o conhecimento meteorológico, a experiência e registos de vários columbófilos o conhecimento adquirido, com a experiência do apoio meteorológico efectuado à columbofilia em 2003, as informações e pareceres de vários coordenadores e delegados de solta. 

 

O VENTO.

O vento é sem qualquer dúvida, o primeiro factor que determina a velocidade do regresso dos pombos a casa. A velocidade do regresso ao pombal resulta da soma vectorial da sua velocidade e da velocidade do vento. Os melhores pombos compensam o arrastamento provocado pelo vento fazendo uma rota próxima da linha recta entre o local de solta e o pombal, compensando a “deriva” do vento, ou seja o empurrar para fora dessa linha recta. Assim, aqueles que voam obliquamente em relação à direcção do vento, seguem uma trajectória que é a linha recta que liga o ponto de partida (local da largada) ao pombal. Daí que por vezes se diga “que vem da linha” ou por outro lado “que se passou”. Estes são termos usualmente utilizados para diferenciar os que fazem a compensação à intensidade e direcção do vento e os que não a fazem e se deixam arrastar.

A velocidade de um Pombo correio, sem vento, varia sensivelmente, entre os 70 e os 80 km/h. Assim, qualquer intensidade de vento aumenta ou reduz esta velocidade, dependendo apenas do seu sentido.

A direcção e a velocidade do vento diferem com a altitude. Regra geral, a velocidade do vento aumenta com a altitude, – desde que o ar arrefeça na vertical – mas esse aumento é muito variável.

Por vezes a diferença é mínima, mas a velocidade do vento pode igualmente duplicar logo que se atinja os 300 metros de altura. Os Pombos correio que voam acima de 300 metros são raros; a maior parte do tempo voam mais baixo. Mas aqueles que, no momento certo, ganham altitude encontram no vento de “rabo” uma enorme vantagem. Esta pode ser uma explicação para os grandes avanços que certos vencedores têm em relação aos seus concorrentes. Normalmente quanto mais baixa é a altitude, mais fraca é a velocidade do vento. Isto deve-se à fricção entre o ar em movimento e a superfície do solo. Com o vento contrário, o pombo “abriga-se” e aproveita as variações da intensidade do vento voando junto ao solo, por vezes a menos de um metro do chão, aproveitando deste modo o impulso ascendente favorável provocado pelo remoinho resultante do escoamento laminar do vento. Isto é perigoso por causa dos obstáculos: antenas, fios eléctricos e vedações, etc., e é necessário que o pombo possua uma grande perícia e uma grande preparação para este tipo de voo, uma aptidão excepcional em girar e reflexos rápidos. Nem todos os pombos o podem ou conseguem fazer ao mesmo nível.

Os ventos cruzados exigem mais compensação do desvio. Há estudos em que os melhores pombos adaptam efectivamente a sua “cabeça” para reentrar em linha recta, da maneira mais eficaz. Um vento cruzado juntamente com a chuva torna a navegação mais difícil. Há menos pombos a navegar correctamente e a duração do voo é prolongada. Um vento cruzado tem uma influência mais nefasta nos borrachos que nos “velhos”. A eficácia da navegação é nestes casos inversamente proporcional à idade do pombo. 

Mesmo a uma altitude muito baixa, com menos vento cruzado ou contrário, os melhores pombos compensam o desvio do vento.
Quando existe vento de “bico” o voo torna-se mais lento, mas não resulta necessariamente num mau voo. O vento não deve ser duma força tal que as dificuldades em ultrapassa-lo, ultrapassem as possibilidades físicas do pombo. Um vento de frente com mais de 50 km/h com rajadas ainda mais fortes, age não só no abrandamento, mas também desmoraliza o pombo. Só por si este elemento com estes valores é a razão de muitas percas. Vento de frente de 20 a 30 Km/h ou mais, no fim do voo, não só é extremamente fatigante, mas é também muito desmoralizante. Por conseguinte, muitos pombos abandonam o voo directo, pousam e regressam no final do dia ou nos dias seguintes.

Os ventos de “rabo” aumentam a velocidade e são sempre uma influência favorável. Há apenas que ter em conta que os pombos jovens passam mais facilmente, por vezes com outros, ao largo do seu pombal. Saliente-se ainda que ventos de “rabo” cruzado com mais de 60/70 km/h podem ser causadores de muitas percas devido à deriva, pois passado o pombal têm que voltar para trás com vento de “bico”, o que além de desmoralizante é extremamente fatigante. 

Os ventos fracos e variáveis tornam o voo mais lento mas não resultam num mau voo. Aparentemente eles tornam a navegação mais difícil. A influência negativa desses ventos é mais elevada sobre os borrachos. Em certos casos estima-se que haja uma diminuição na velocidade de regresso na ordem dos 10%. O abrandamento é ainda mais pronunciado quando um vento fraco variável está associado a altas temperaturas de 30 a 35º C.
   Um abrandamento significativo observa-se logo que o vento fraco variável é seguido, por exemplo, de um vento cruzado com um pouco de chuva. Assim num concurso de fundo com estas condições, os melhores pombos chegam no limite das suas forças. 


Pode-se dizer que:

  1. Os ventos de “Rabo” são sempre favoráveis. Saliente-se que ventos fortes com mais de 60 km/h poderão causar arrastamentos preocupantes; 

  2. Os ventos com componente de frente, abrandam sempre o voo em função da sua velocidade e do seu ângulo de incidência. Uma velocidade elevada do vento pode ultrapassar as possibilidades físicas dos pombos. Velocidades de vento de “bico” acima de 60 km/h são muito difíceis para os pombos e tornam-se desastrosas se acompanhadas de rajadas;

  3. Os ventos cruzados causam desvios, o que dá origem a que os pombos adoptem uma rota de regresso ao seu pombal seguindo uma trajectória mais ou menos arqueada. Só os melhores pombos a navegar chegam em linha recta, compensando, deste modo, o desvio do vento; 

  4. Os ventos fracos e variáveis têm influência negativa na navegação pelo que abrandam o voo. 



NUVENS E PRECIPITAÇÃO.

As nuvens são partículas de água em suspensão na atmosfera, pelo que podem afectar o voo. Como foi referido o voo dos pombos raramente excede os trezentos metros de altura. Assim sendo, voam normalmente por baixo das nuvens. As nuvens baixas que mais dificultam o regresso dos pombos são os cumulonimbos (cb) e os estratos (st). Os estratos trazem problemas em serem transpostos porque reduzem a visibilidade e dificultam o voo com a humidade que transmitem às penas através da precipitação do tipo chuvisco, vulgo chuva molha tolos. Os Cumulonimbos dificultam o voo pela carga electromagnética envolvente, pela escuridão que apresentam, pela precipitação que lhe normalmente está associada e pelas variações bruscas quer na direcção quer na intensidade do vento. A este tipo de nuvens se deve o fenómeno de trovoada e a precipitação na forma de Aguaceiro e Granizo. 

Quanto mais longa for a prova e mais perto do local de partida se verificar qualquer destes fenómenos, mais gravoso se torna o regresso dos pombos a casa, porque normalmente despendem muitas energias para o contornar ou ultrapassar.
A chuva, independentemente da sua forma, retarda sempre o voo, o que faz com que um voo debaixo de chuva resulte ou não, é a direcção e força do vento. 

Excluindo o factor vento, pode-se dizer que a velocidade dos pombos diminuirá de mais ou menos 75 km/h até mais ou menos 60 km/h logo que os pombos encontrem chuva. A precipitação aumenta a gravidade na influência negativa no voo dos pombos quando se trata de grandes distâncias. Em Portugal a existência de chuva é quase sempre prejudicial para os distritos que voam para Sul e SW, porque normalmente existe vento contrário ao voo. Do mesmo modo os distritos que voam para NW e N regra geral não têm problemas porque as dificuldades são compensadas com o vento favorável. Saliente-se que os Distritos a Norte habitualmente têm problemas em Junho devido aos estratos baixos com chuvisco associado, que se formam entre Coimbra, Viseu e Aveiro e que impedem os pombos de passar para norte tendo que contornar o fenómeno por Espanha ou pelo mar. Os distritos que voam para Oeste têm forçosamente que analisar, prova a prova a vantagem ou desvantagem do vento aquando a existência de chuva. A chuva incessante, combinada com humidade relativa elevada durante o segundo dia de um voo de fundo difícil, pode ser desastrosa. O Granizo e/ou Saraiva pode por vezes levar as aves ao solo e podem mesmo matá-las. (Hochbaun 1955; Roth, 1976). É evidente que o Granizo pode ferir os pombos e por consequência, é preciso evitar fazê-los voar durante estas tempestades. Em espacial as tempestades que são acompanhadas por fortes aguaceiros. Em geral os pombos contornam as tempestades locais (pequena dimensão), mas zonas extensas, como as das imagens, são difíceis de contornar pelo que se tornam perigosas, ou mesmo desastrosas .

Pode-se então dizer que:

  1. A chuva, só por si, causa sempre diminuição da velocidade; 

  2. O tempo em que se efectua a classificação aumenta; 

  3. A chuva combinada com vento de “rabo” maior ou igual a 20 km/h pode permitir um resultado favorável mesmo que a humidade relativa seja elevada e a precipitação for fraca;

  4. A chuva combinada com vento cruzado de frente e humidade relativa elevada é muito prejudicial;

  5. A chuva combinada com vento de frente superior a 50 Km/h é desastrosa;

  6. A chuva é desastrosa para os pombos fatigados, especialmente para provas de segundo dia;

  7. Sabe-se que a chuva sob as mais diversas formas é prejudicial. No entanto, nunca é demais realçar que a precipitação associada a células cumuliformes de grande extensão são extremamente prejudiciais ao voo. Daí ser importante a localização das tempestades porque elas podem ser fonte de rajadas de vento, de linhas de tempo muito activas e de Granizo;

  8. A Neve deve ser evitada pelas mais diversas razões; 

  9. Não se deve soltar pombos imediatamente à paragem da chuva. Deve-se aguardar 20 a 30 minutos para que a humidade relativa baixe e certificarmo-nos da não continuação da precipitação.

TEMPERATURA E HUMIDADE.

Estes dois factores, normalmente são inversamente proporcionais. Ou seja quando um aumenta o outro diminui. No entanto em certas circunstâncias a conjugação destes dois valores muito elevados pode ser causa de situações desastrosas, quer no transporte quer mesmo em prova. Observando um índice de conforto para os seres humanos poderemos tirar algumas conclusões.

Os pombos criados em Portugal, devido ao seu habitat, conseguem suportar temperaturas mais elevadas que os seus congéneres dos países do centro da Europa.

Os valores indicados na Tabela, são valores meramente indicativos, pois a prova começa efectivamente com o encestamento e não com a solta. Quero dizer que se no dia da prova a temperatura for elevada mas no dia do encestamento e transporte até ao local for baixa, estes valores perdem por completo qualquer significado. O mesmo acontece com o inverso do exemplo apresentado. Ou seja, estes valores valem pela continuidade e não pela variação.


Tem-se verificado que:

  1. As temperaturas entre 5º C e 15º C, nos meses de Janeiro a Março podem trazer alguns problemas pela dificuldade que provocam ao voo. O ar é normalmente mais ”pesado” nestes meses. Esta situação deve ser compensada com soltas com sol alto. Ou seja, deve-se aguardar pelo aumento da temperatura implicando quer a “diminuição da densidade do ar” quer a “diminuição da humidade”;

  2. As temperaturas entre 15º C e 27º C são temperaturas óptimas para o voo;

  3. As temperaturas entre 28º C e 35º C são as temperaturas que exigem maior atenção pois podem trazer problemas ao voo dos pombos. Qualquer pequena variação pode alterar os valores. Ou seja, excesso de lotação, viajar e carregar cestos nos períodos da temperatura máxima com valores acima de 30º C, viajar mais de 8/10 horas consecutivas sem abeberar e renovação de ar insuficiente. Situações deste tipo podem fazer desidratar os pombos antes de entrarem em competição. Estas temperaturas são habituais entre finais de Abril e princípios de Julho, daí ser de extrema importância a conjugação encestamento / transporte / abeberamento;

  4. Experiências efectuadas por alguns distritos nos últimos anos, levam a concluir que encestamentos rápidos, transportes efectuados durante a noite e abeberamentos sempre que o transporte se preveja superior a 8 horas, salvaguarda os perigos atrás descritos. Este mesmo distritos adiantam a importância do transporte de água nos camiões, pois não existe derrame de água desde o local do abeberamento até ao local de solta. O que se revela de extrema importância na pernoita durante as provas de Fundo e Grande Fundo, que normalmente se efectuam em Junho e Julho;

  5. As temperaturas acima de 36/37º C são muito nefastas, podendo mesmo provocar a morte dos pombos. Só pombos muito descansados bem alimentados e com as vias respiratórias em excelentes condições superam estas dificuldades;

  6. Temperatura máxima acima de 40º C é imprópria para o voo de Pombos correio; 

  7. Se relacionarmos a temperatura com o vento, o factor negativo em relação ao voo pode aumentar ou diminuir. Assim, mesmo sendo a temperatura elevada (acima de 30ºC) causadora de redução de tempo de voo, se associada a vento de “rabo” torna a viagem mais rápida mas a distância entre pombos na chegada é muito grande fazendo com que as classificações demorem muito a fechar, pois muitos pombos fazem reabastecimento de água pelo caminho de modo a não desidratarem. Se o vento for contra, então estamos perante um desastre completo; 

  8. A primeira prova efectuada com calor é normalmente a que provoca mais baixas pela falta de adaptação do pombo ao meio que o rodeia;

  9. A humidade relativa tem pouca importância para temperaturas até 26/27º C. Para valores de temperatura superiores a 28º C, humidade relativa acima dos 80% pode ser perigosa, quer no transporte quer no voo. 


VISIBILIDADE.

Tem-se verificado que valores de visibilidade superiores a 5/6 km durante o voo não são tão perigosos como se pensava, desde que os pombos venham “orientados”. Ou seja, tenham saído bem do local de solta. Aparentemente o perigo na visibilidade está na saída e não em rota, para valores superiores a 5/6 km. Assim, é de extrema importância que a visibilidade no momento da largada tenha valores acima de 5/6 km de visibilidade horizontal. 

A existência de nevoeiro (obrigatoriamente com visibilidade inferior a 1 km) ou de bancos de nevoeiro tornam-se extremamente complicados à saída e nas montanhas que os pombos tenham que transpor. Os pombos têm que contornar estas áreas, separando-se, aumentando, logicamente o tempo de duração da classificação e, por ventura, o número de percas. 

Se a visibilidade for inferior a 3/4 km associada a precipitação e em zonas montanhosas, em que as nuvens estão quase junto ao solo, torna-se para o pombo uma situação difícil de ultrapassar.

Assim, verifica-se que:

  1. A Visibilidade deve ser sempre acima de 5/6 Km aquando da Solta;

  2. A observação das nuvens e visibilidade nas montanhas imediatamente a seguir ao local de solta e em rota é de extrema importância pois tem-se verificado que os pombos demoram muito à saída quando as serras à sua frente estão “tapadas”;

  3. A existência de “nevoeiro/neblina sem nuvens” é menos prejudicial do que o “nevoeiro/neblina com nuvens”, devido às condições meteorológicas adjacentes;

 

A causa de voos desastrosos normalmente não se deve só a um fenómeno, mas sim à conjugação de dois ou mais fenómenos. Perante este cenário, as regras são extremamente difíceis de estabelecer numérica ou qualitativamente, pois tem-se verificado que analisando só um elemento, por vezes os pombos superam as expectativas e viajam muito mais rápido do que se espera. Isto acontece porque existem factores positivos (favoráveis ao voo) e negativos (contrários ao voo). Trata-se de um jogo de forças em que é necessário em cada momento analisar matematicamente a interacção entre elas. 

Assim com base nos "incidentes ou acidentes"  pode-se exprimir  as dificuldades que os pombos têm em efectuar o regresso a casa, representando elas a gravidade e a intensidade com que os elementos meteorológicos afectam o voo em cada dia. Como os elementos meteorológicos variam no espaço e no tempo, deve-se ligar a observação meteorológica dos locais por onde os pombos provavelmente irão passar com a previsão para esses mesmos locais. 

Nesta tabela que se apresenta não deve ser dissociado a recolha e o transporte dos pombos, porque fazem parte de todos os preparativos para a prova, pelo que qualquer factor prejudicial no dia do encestamento ou no dia antes da largada pode funcionar como duplicador das dificuldades que os pombos irão encontrar no regresso a casa.

Nesta primeira aproximação seria utópico querer referenciar todas as situações gravosas bem como o grau com que afectam o voo do Pombo correio. Representa-se, assim e a título de exemplo algumas das situações características em que já se observou dificuldade ou não no voo de regresso a casa.


PRETO
Não há condições para efectuar a solta. Há um elemento que só por si é impeditivo da realização do voo. Esta deve ser adiada. 
Aqui impera o bom censo e a experiência, pois a conjugação dos factores é de maior relevância.

Vento de “bico” superior a 60 km/h com rajadas; 

  • Temperatura máxima prevista acima de 38º C;

  • Vento de “Bico” superior a 40 km/h e chuva; 

  • Aguaceiros fortes e/ou chuva no primeiro terço da prova;

  • Células de nuvens de desenvolvimento vertical na linha de voo, cuja área seja difícil de contornar; 

  • Trovoadas na área envolvente ao local de solta;

  • Visibilidade inferior a 3 km;

  • Neve na área do local de solta.

 



VERMELHO
Os elementos analisados individualmente parecem relevantes e a interacção entre eles é ou pode ser nefasta para o voo. 
O conhecimento da rota, do local de solta e a comparação com situações anteriores é de extrema importância. Medidas as vantagens e desvantagens poderá ser efectuada a prova. É de crucial importância o cruzamento da informação dos diversos elementos meteorológicos para o sucesso da prova. Espera-se uma prova de extrema dificuldade, se for uma prova de Fundo, uma prova muito difícil se for Meio-Fundo e uma prova difícil se for Velocidade.

  • Chuva e vento com componente de “bico”;
           

  • Vento de “bico” superior a 50 km/h;

  • Vento de “bico” superior a 40 km/h com rajadas;

  • Vento cruzado de “rabo” superior a 70 km/h;

  • Visibilidade inferior a 5 km com ausência de vento favorável;

  • Chuva fraca com visibilidade inferior a 5/6 km sem vento favorável;

  • Temperatura máxima superior a 35º C.

 



LARANJA
As circunstâncias descritas individualmente não parecem relevantes e a interacção entre elas poderá complicar o voo. Aguarda-se uma prova com elevado grau de dificuldade em que todos os elementos estão a ser controlados. Os pombos bem preparados superam a prova com normalidade.

  • Vento de “bico” inferior a 40 km/h;

  • Vento de “bico” inferior a 25/30 km/h com chuva à chegada;

  • Temperatura máxima entre 30 e 35º C; ou Temperatura durante a prova inferior a 10º C

 



AMARELO
Os elementos meteorológicos podem ou não influenciar o voo

  • Nevoeiro ou estratos nas serras em rota, com céu limpo;

  • Bancos de Nevoeiro, com céu limpo;

  • Temperatura máxima inferior a 30º C.



VERDE
As condições meteorológicas são extremamente favoráveis.

  • Vento de “rabo” inferior a 60 km/h e sem precipitação;

  • Ausência de vento e boa visibilidade;

  • Visibilidade superior a 10 km;

  • Ar relativamente seco.

 


Toda a classificação será mais gravosa quanto maior for a distância a percorrer durante a prova. Assim uma situação Laranja para uma prova de velocidade é uma situação Vermelha  para uma prova de fundo; Uma situação Preta em termos térmicos para uma prova de fundo, pode-se traduzir numa prova laranja para uma prova de velocidade no mesmo dia. Nestas circunstâncias tem que imperar o bom senso e não ter medo de tomar decisões, desde que tomadas de acordo com a ciência e a experiência adquirida ao longo dos anos pelos Delegados e Coordenadores de Solta.



De uma forma simples e sintetizada pode-se definir duas situações: A situação em que não se deve soltar pombos e a situação mais favorável para efectuar uma solta.


Condições em que não se deve soltar Pombos:

  • Visibilidade horizontal inferior a 5 Km;

  • Precipitação no local de solta;

  • As montanhas imediatamente à frente do local de solta “tapadas”;

  • Quando existe uma inversão Térmica muito intensa;

  • Vento de “Bico Superior a 50/60 Km/H;

  • Temperatura superior a 38º C.;

  • Vento forte com componente contra e chuva;

  • Quando houver grandes perturbações no campo magnético da Terra;

  • Células de “trovoadas” de grande extensão horizontal na primeira metade da prova;

  • Quando, os pombos no interior dos cestos estiverem muito quietos e apáticos: Algo de errado se está a passar - nós não detectamos, mas eles estão a sentir;

  • Quando as previsões meteorológicas indicarem várias zonas de precipitação e vento de bico superior a 20 Km/h, em especial nas provas de Meio-Fundo Longas e Fundo;

  • Quando não houve descanso suficiente no local de solta;

  • Antes do Sol “Nascer”.


As condições mais favoráveis para soltar pombos:

  • Vento de “rabo”, não superior a 60 Km/h;

  • Temperatura entre 15 e 28º C;

  • Tempo seco;

  • Visibilidade horizontal superior a 20 km;

  • Céu limpo ou pouco nublado;

  • Soltar 30 a 60 minutos depois do sol “nascer”.


Estudo elaborado por: CAP/TOMET Fernando Garrido, com a colaboração dos coordenadores  e delegados de solta no anos de 2003, 2004 e 2005