História


 

 

 

 

Jose Carlos Vieira (14 anos) 

 

 

Chamo-me José Carlos Vieira, nascido em 1950 na cidade de Barcelos, onde cresci e sempre vivi. Filho de um antigo columbófilo, já falecido, sem grande palmares, que desistiu da pratica columbófila tinha eu três anos de idade.

Portanto pouca influência teve tal facto, para a minha adesão á columbofilia.

Contudo, já nos longínquos idos de 1962 dei comigo a contactar com estas aves, que penso não seriam anilhados nem correios.

Tinha 3 casais como puro entretimento de criança.

Porem dai a lidar e a conviver com amadores columbófilos e a assistir a chegadas de provas desportivas de pombos-correios, foi rápido.

 

 

                                            

                                                                 Um dos Primeiros pombais de Jose Carlos Vieira (1966)

 

 

No ano de 1964, travei conhecimento por intermédio do meu Pai, com o Sr. Cândido Arantes actual sócio nº 1 da Sociedade Columbófila Barcelense, começando a frequentar o seu pombal, que se situava nas aguas furtadas da sua residência.

Ai começou verdadeiramente o meu contacto com o pombo-correio, colaborando nas lides do pombal e levando muitas vezes pombos para o encestamento, acerto e fecho do constatador.

Os primeiros pombos-correios que tive, foram-me ofertados por este columbófilo, grande amador, que ainda hoje com 78 anos pratica a columbofilia, com razoáveis marcações.

Deste columbófilo, que muito respeito, vieram com anilha de 1964 . a azul “Pena Branca”  a “Trabuqueta” e com anilha de 1962 o macho “Azul de Espanha”.

Destes dois últimos fiz um casal, pais do meu  “Trabuqueta de 1966” pombo terrível em Velocidade e Meio-Fundo. Num ano em 12 encestamentos ganhou 10 prémios, sendo 8 deles na dezena, entre eles um 1º. Esse foi também o primeiro 1º prémio que ganhei, tinha 16 anos de idade.

Nesse primeiro ano de concorrente venci o campeonato dos novos, que nessa época era atribuído aos novos sócios concorrentes que se iniciavam.

 

 

                               Ano de 1966. Os pombos no viveiro a tomar banho

 

 

O vício da columbofilia alastrava em mim, com justificadas expectativas e sonhos de mais altos voos, dai a parceria feita no ano seguinte com o meu amigo António Amaral, também ele um viciado no nosso desporto. Juntamos os pombos e voamos juntos, no ano seguinte.

Adquiri na época de 1966, o “Preto Pena Branca” ao Sr. Manuel Correia da Silva mais conhecido por Magalhães por 100 escudos, este pombo era filho do “Preto Pélé” Bi- Anilha de Ouro da Sociedade Columbófila Barcelense, única colectividade que havia nessa altura em Barcelos. Actualmente existem 3 colectividades em Barcelos.

No segundo ano de concorrente, ganho o 1º Distrital de Faro (505 kms) ás 13h16m. Ainda neste ano venço mais 2 primeiros.

No final dessa campanha a dupla com o António Amaral desfaz-se e cada um irá voar no ano seguinte individualmente.

Esta separação não foi muito pacífica, pois já havia casais de reprodutores formados a dar bons resultados, em que os machos eram de um e as fêmeas de outro.

Recordo o casal “Preto Pena Branca” x “Azul Brava” esta de raça Fialho, filha do “Golias” pombo campeão em Famalicão, que produziram um macho Pinto “O Bravo” que no seu ano de borracho fez 11 prémios, uma vez 1º, e se entrasse bem ganhava 3 distritais. Este crack perdeu-se no ano seguinte num sábado dia do 1º encestamento ao treinar a volta do pombal.

Curiosidades e lembranças de tempos antigos.

Posteriormente, passado pouco tempo, as relações normalizaram, e hoje em dia somos bons amigos, até porque nos conhecemos á 55 anos.

 

 

 

 

Depois desta separação havia que reforçar a colónia. Em 1969 adquiri por compra uma fêmea com penas de ninho, a escura Fabry, ao Sr. Barbosa Sapateiro de Barcelos por 500 escudos. Recordo que o meu vencimento mensal como praticante de empregado de escritório na altura era também 500 escudos. Calculem o que deve ter custado fazer esta aquisição.

Esta fêmea veio a dar bons resultados, especialmente os seus netos.

De 1969 a 1973 não concursei. No primeiro ano 1969 resolvi parar por incompatibilidade com um director e por expectativa de entrada na vida militar. Nos anos seguintes porque cumpria serviço militar em Moçambique de 1971 a 1974 (30 meses) de onde regresso em 28 de Fevereiro de 1974, 2 dias antes do encestamento para o primeiro concurso.   

Neste ano já participei pois os meus pais durante todo este tempo trataram todos os pombos com a ajuda de dois vizinhos (Manuel Lourenço e Carlos P.).

A colónia que recebi estava minimamente tratada e não era muito forte, mas mesmo assim fui á luta. Este ano marcou o regresso á competição columbófila que até ao dia de hoje não mais foi interrompida por motivo nenhum.

Durante todas estas campanhas desportivas nunca deixei de encestar pombos do primeiro ao último concurso, nunca falhei uma prova.

 

 

             

 Interior do pombal de femeas (Curiosidade - forrado a caixas de cartão usado) - 1966

 

 

 

A partir de 1975, foi sempre a subir nas classificações com altos e baixos mas felizmente com muitos mais sucessos que desilusões. Nesse ano de 1975 venço logo o campeonato geral da Sociedade Columbófila Barcelense. Nos anos seguintes disputo sempre para vencer o campeonato.

Fiz 27 épocas na Sociedade Columbófila Barcelense, venci 12 campeonatos gerais, 8 vezes vice-campeão da geral e 4 vezes fico no 4º lugar da geral.

Ao longo dos mais de 40 anos de columbófilo já competi em várias colectividades, em todas elas fui campeão diversas vezes.

Na Sociedade Columbófila de Famalicão em 5 épocas fui campeão da geral 4 vezes e outra fiquei em 4º lugar. No grupo columbófilo Ninense em 7 épocas venci 5 campeonatos gerais.

Na Sociedade Columbófila do Souto (Barcelos) em 3 épocas venci 2 campeonatos gerais e no outro ano fui vice-campeão da geral. Nesta colectividade nos anos de 2005 e 2006 venci o total de 18 primeiros prémios.

 

 

                                               

 

                                                Em primeiro plano o "Preto Bravo" filho do "Preto Pena Branca 64" x "Azul Brava 62"

 

 

Durante estes anos de columbófilo fui igualmente Director, ocupei diversos lugares de direcção na Sociedade Columbófila Barcelense, em vários mandatos. Igualmente fiz parte da direcção da Associação Columbófila do Distrito de Braga, como vice-presidente da direcção. Participo e colaboro com oferta de borrachos para leilões de colectividades, procuro incentivar os jovens e novos columbófilos com oferta de ovos e pombos. Procuro transmitir os meus conhecimentos embora nem sempre seja bem sucedido nem reconhecido.

Sou columbófilo a tempo inteiro, durante todo o ano e ao longo de 4 décadas.

Logicamente que para obter os resultados relatados, tive que fazer investimentos e introduzir novos pombos na colónia durante todos estes anos. Uns por oferta outros por compra.

Entre as ofertas recebo entre 1973 e 1974 alguns exemplares do meu grande amigo José António Correia colega de infância e de pratica columbófila. Pessoa de uma lealdade e correcção exemplares, grande colaborador durante dezenas de anos na Sociedade Columbófila Barcelense.

Deste amigo vieram em especial uma fêmea “Portalegre/Puga” e um macho “Portalegre” o “Fanado” irmão de bons pombos mas fraco voador, que se revelou um bom reprodutor.

A fêmea igualmente se revelou boa reprodutora, mesmo só o tendo sido durante 2 anos pois esbarrou-se e morreu.

Vindo de Moçambique em 1974 adquiro por compra um macho de 1967 o Famoso “600” ao Sr. Armando Ramião, columbófilo infelizmente já falecido, pela quantia de 1000 escudos e uma fêmea ao sempre jovem columbófilo Cândido Arantes a “Pinta Clara” do ano de 1969 esta pela quantia de 750 escudos.

Estes dois pombos juntos dariam origem a vários bons pombos, sendo de realçar a fêmea de 1974  a “Azul Casinhas” assim denominada e baptizada na época da passagem na televisão portuguesa da telenovela “O Casarão”.

Esta fêmea não foi grande, foi enorme como reprodutora pois nunca voou. Deu origem a mais de 20 anilhas de ouro entre filhos e netos, 17 dos quais no meu pombal e os restantes nos cedidos a outros amadores.

Ainda hoje este sangue corre nas veias da maior parte dos  meus pombos, cruzado com as aquisições que vão sendo feitas periodicamente. À 6ª geração, em 2006, o pombo Às Nacional de Velocidade 830/04 e em 2007 a fêmea 773/04 vencedora do dia da associação na prova de Algoz grupo II entre mais de 6000 pombos, são seus descendentes já cruzados.

Outras introduções de pombos na minha colónia, tiveram origem no columbófilo que faz o favor de ser meu amigo e que retribuo Sr. Nelson Azevedo de Famalicão.

Deste grande columbófilo recebi por empréstimo a sua campeã Nacional “A Azul do Tanque” voadora extraordinária que com a idade de 9 anos ainda se classificou 2 vezes na primeira dezena em provas de velocidade na Sociedade Columbófila Barcelense.

Esta fêmea cruzada com o meu crack “Gravata” 4599976/81 produziram o 241934/85, o “48” com 48 encestamentos e 44 prémios (4 x 1º ) que por sua vez é Pai do “152” 6129152/96 e do “700” 9214700/99 este anilha de ouro do Distrito Geral e Anilha de Ouro de Fundo dois anos depois na Sociedade Columbófila Barcelense.

Todos estes pombos foram cruzados sem consanguinidade.

Actualmente o "152" 6129152/96 é pai, avô e bisavô dos pombos mais premiados da colonia.

 O “Gravata” avô destes pombos, ao 5º ano foi anilha de ouro na Barcelense, Grupo Columbófilo Ninense e Sociedade Columbófila de Famalicão. Anilha de Ouro no Distrito de Braga e pombo Olímpico em Dusseldorf 1987.

 

                                                     

                                                                        O Gravata - Pombo Olimpico Dusseldorf 1987

 

Era um filho da “Casinhas”. Actualmente o “152” e o “700” são dois dos meus melhores reprodutores com filhos e netos com 1ºs prémios.

O Pombo Às Nacional de Velocidade 2006 (4496830/04) já é neto do “152”.

Em 2001 deste amador Sr. Nelson Azevedo recebi por empréstimo uma fêmea raça Janssen que cruzada com o “152” deu origem a novo tipo de pombo vencedor.

Não posso também esquecer uns pombos cedidos pelo amador Barcelense entretanto afastado da columbofilia Sr. Alberto Coelho que cruzaram bem com os meus pombos, assim como uma fêmea de 1995 oferta do Sr. Mário Pimenta Lopes que cruzou bem com o meu pombo 3322009/93,onde produziram vários pombos de qualidade. Curiosamente esta fêmea só cruzou bem com este macho.

Outro bom pombo entrado na minha colónia, foi um macho Azul Janssen, oferecido pelo amador de Viana do Castelo Sr. David, o qual com uma filha do “152” produziu do melhor que se pode desejar em pombos de corrida.

Do meu bom amigo Sr. Antonio Pereira de Ribeirão e grande campeão, tenho dois pombos de grande qualidade. O "Russo" e o "Pigarço".

Pombos que cruzados com a minha linha de pombos, produzem grandes voadores.

A todos estes amadores que contribuíram de forma significativa para o fortalecimento da minha colónia um bem aja pela colaboração.

Estas são aquisições que fortaleceram a minha colónia, outras nada acrescentaram, bem pelo contrário, mas dessas não falo.

Pontualmente faço aquisições de pombos estranjeiros: Gaby, Janssen, Herbots, Van Poel, Marta Van Geel, Eijerkamp-Poderosa, etc…

 

 

 

     1986 a 1998 - O Pombal situado já na sua residência - Em cima os voadores em baixo borrachos e reprodutores

 

 

 

Até ao ano de 1998 sempre competi em nome individual, embora tenha sido ajudado sempre desde 1975 pelo Sr. João Baptista Pereira “Pantanas”(na foto em cima), pessoa que muito estimo e que foi meu grande colaborador durante mais de 20 anos. Pessoa de feitio difícil, mas de uma lealdade e honestidade impares. A ele também o meu sincero agradecimento.

A partir de 1999 passou a vigorar o nome Vieira & Torres com a chegada do meu amigo e colaborador Sr. Manuel Torres, pessoa que tem ajudado a fortalecer a colónia com a sua ajuda na gestão da mesma auxiliando principalmente nos treinos, encestamentos, transporte de pombos e gestão informática.

Recebo também a colaboração do meu filho Bruno Miguel Vieira (28 anos), o qual ajuda no treino da colónia, encestamentos, escolha da equipa a enviar ás provas,  formação dos casais de reprodutores e que está sempre em busca de novos pombos que possam interessar para reforço da nossa colónia.

Conversamos muito e trocamos opiniões acerca da envolvência columbófila.

Mesmo quando não estamos de acordo, acerca de algum assunto, é sempre benéfica e salutar esta forma de estar na columbofilia.

Também recebo a colaboração do meu velho amigo António Amaral, que no início da época, faz o favor de soltar e treinar as fêmeas, quando os dias escurecem mais cedo.

 

 

 

 

Ao longo destes 40 anos de columbófilo não destaco adversários. A todos respeitei e respeito. Talvez seja este o segredo relativo ao sucesso que temos acumulado.

Assim iremos continuar a proceder, pois todos temos altos e baixos e ninguém é invencível.

È bom ganhar, mesmo muito bom, mas saber perder com dignidade e respeito tem muito mais valor.

Assim chegamos a 2007 !

Para 2008 podem contar com a nossa colónia na máxima força. Iremos competir na Sociedade Columbófila Barcelense e no Grupo Columbófilo Ninense.

Boa Sorte para todos e obrigado pela visita ao nosso “site”.