ArtigosVisitas: Contador de Visitas 
O Longo e Quente Verão 07/08/2008

 

 O Longo e Quente Verão

 

Jos visita-me.

Ele não é um qualquer, é mundialmente famoso. Dado que era um dia de calor, a conversa terminou, discutindo sobre o tempo e os pombos.

“As aves devem sofrer com o calor” disse olhando para os pombais. Ainda que não me tenha sentido confortável, ensinando um tipo com tanta experiência, atrevi-me a reagir.

“ Isso é não é mau, você sabe. Quando estão 30ºC no exterior, o pombal é muito mais fresco”.

Olhou para mim interrogando-me.

Deveria saber que o meu pombal está orientado para sul, mas uma tira larga de telhas foi substituída por de plástico, para obter mais luz e calor na Primavera.

No Verão pode ser efectivamente mais quente, mas preocupa-me mais a falta de oxigénio que o calor.

Que fiz? Instalei umas pranchas de madeira móveis para assim poder cobrir as telhas plásticas desde o interior.

 

Qual é a diferença?

 

Estive com Jos dentro do pombal. Quando girei as tábuas que cobriam o plástico e num minuto o calor tornou-se rapidamente suportável.  

Você pode comparar isto abrindo as cortinas de uma janela num dia claro e quente. Só o efeito é menor porque a luz cai com um ângulo de 90º, tal como um telhado inclinado virado a sul.

Um monte de vidros no teto do pombal e uma pobre ventilação pode ser mortal para a condição no verão, quando está extremamente quente e o céu está claro. Pode comparar isto com um carro estacionado ao sol. No seu interior o ambiente é insuportável.

Uma dos meus princípios é: “ Os campeões no nosso desporto devem ter o circuito e parte do circuito no pombal”.

A temperatura, oxigénio, claridade, ventilação e o desenho, devem ser óptimas para que os pombos se sintam confortáveis e possam colocar-se em boa forma facilmente.

Um grande problema no nosso país é as mudanças de clima e cada um deve encontrar um caminho para lidar com isto.

 

Boas Sensações

 

Os meus pombais estão longe ser luminosos, eu mesmo o construí com madeira velha e através dos anos foi sendo alterado.

- Mais vidro no tecto, menos, nenhum;

- Mais ventilação, menos ventilação;

- E assim sucessivamente.

 

Todos estes esforços foram feitos para finalmente fazer um pombal no qual as condições climatéricas não tenham muita influencia.,

 

Controlo

 

Por agora tenho as coisas sob controlo.

- Quando está muito calor cubro as telhas de plástico do telhado.

- Quando está húmido posso aquecer um pouco.

- Posso abrir os vidros e colocar chaminés para que o sol e o oxigénio entrem sempre que necessário.

- Posso também cobrir a frente das janelas.

 

Bastantes vidros no solo mudaram o interior do pombal no Verão, também é mau na primavera. Devia tocar os vidros durante a noite e verá o quanto estão frios.

Todas estas coisas lógicas que nós temos consciência na vida diária. Na vida diária todos nós abrimos e fechemos janelas, tal como ventilamos ou aquecemos espaços para nos sentirmos bem. Os pombos não podem abrir ou fechar os seus pombais, eles estão literalmente prisioneiros, pelo que necessitam da nossa ajuda se for necessário. A última coisa sobre os vidros, se tiver que escolher entre bastante ou pouco, eu prefiro pouco. A vantagem de pouco vidro é que também permite manter a temperatura do dia ao longo da noite.

 

O Sol

 

Para além de uma luz sensível na Primavera, é totalmente diferente do sol abrasador de um dia tropical. Na Primavera o sol joga um rol maior para pôr a aves em boa forma. Então abro as janelas e deixo que a luz do sol entre.

Pode ver o efeito nas aves de seguida.

È também importante reconhecer o ângulo de chegada dos raios solares, o que é totalmente diferente na Primavera e no Verão.

No Verão o sol é mais alto o que faz com que os raios solares entrem no pombal com um ângulo de 90º, motivo pelo qual tenho as placas deslizantes.

 

“Outro tempo, outros pombos ganhadores”, houve-se dizer as pessoas.

 

Você mesmo poderia perguntar-se se não é o tempo antes das competições que determina os ganhadores, mais que o tempo no dia da competição.

Simplesmente porque alguns pombos se colocam em forma ou não devido ás alterações climatéricas do pombal.

 

Falando no sol e no calor faz-me pensar no banho.

 

 

O Banho

 

Alguns columbófilos alegam que nunca dão banho aos seus pombos. Se é assim? Porque mentirão? Porque esses pombos tomam por casualidade com a água da chuva.

Podem estar certos que um banho regular é necessário, especialmente no período de muda. No passado eu não levava isto tão a sério, até que um veterinário, que também compete com os seus próprios pombos me falou sobre a importância de os pombos tomarem regularmente banho.

Pessoalmente admiro veterinários que competem com os seus pombos. Eles metem-se na sua própria pele. Se competem bem é porque sabem o que dar ás suas aves. Se os resultados são maus “não percebem nada de pombos” gozam os seus parceiros columbófilos.

Nunca esquecerei o que um “excelente veterinário” me disse um dia: “Deverias dar banho aos teus pombos” disse.

Não me perguntou se eu nunca dava banho, justamente viu que não. Se você pode ver que um pombo nunca toma banho há só uma conclusão.

Um banho é parte da manipulação. As aves entusiasmam-se para saltar para dentro da banheira logo que começa a verter a água. Algumas vezes colocam-se à frente dos bebedouros e gostavam de entrar dentro deles. As aves estúpidas, que não têm cabeça fazem movimentos similares aos de tomar banho quando estão perto dos bebedouros.

Muitas vezes você ouve “quanto mais pó na água melhor”. Pode ser certo mas nunca é seguro….

 

Seguramente não

 

Algumas vezes eu duvidava se devia encestar pombos que se recusassem a tomar banho, mesmo que actuassem bem na prova seguinte. O contrário também é certo.

Se os pombos tomam ou não banho não depende só da sua condição, mas sim do tempo.

Durante o calor, quando nós humanos gostamos de tomar banho, os pombos não. Por outro lado, por vezes no inverno você tem que tirar o gelo da banheira, porque vê que os pombos querem tomar banho.

Alguns columbófilos, inclusive campeões, obrigam os seus pombos a tomar banho depois de uma prova.

Eu não penso que isto tenha sentido.

À parte das patas e da zona à volta do externo, à água não entrará na pele, isto só ocorre quando as aves estendem as asas, fazem-no quando batem as asas e não quando você os mete dentro de água.

Se está convencido que o banho obrigado é uma mais valia continue a faze-lo, mas pessoalmente considero uma falta de tempo.

 

 

 

© Ad Schaerlaekens

(Traduzido para Português por Rui Vilalva)