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Pombos Correio – Tradição, história, formação e informação sobre a columbofilia 20/01/2011

Pombos Correio – Tradição, história, formação e informação sobre a columbofilia

                         

O desporto com Pombos Correio tem uma longa história e envolve essencialmente soltas de pombos correio, que são levados até ao ponto de libertação, situado a determinada distância da sua casa, para que consigam regressar. O pombo vencedor é aquele que cumpre percurso de forma mais rápida. Para determinar o vencedor é necessário calcular a média, dividindo a distância percorrida pelo tempo gasto durante o percurso.

O vencedor da prova é o pombo mais veloz, ou seja, a distância percorrida pelo tempo necessário.  As provas são frequentes e bastante renhidas, sendo por vezes decididas ao segundo, para controlar esta situação têm sido desenvolvidos diversos aparelhos controladores de tempo.

O método tradicional envolve um relógio especialmente concebido, onde são colocados dedais metálicos com as anilhas de borracha transportadas pelos pombos, sempre que um deles chega ao pombal. Nesse momento é dada uma constação, ficando a hora de chegada registada num rolo de papel existente no interior do relógio.

No método mais desenvolvido, os pombos são portadores de chip’s electrónicos, sempre que chegam ao pombal, a sua hora de chegada é automaticamente registada.

 

Os pombos correios conseguem superar distâncias bastante elevadas, não estado provado qual o seu limite máximo.

Em meados do século XIX a Columbofilia atingiu uma grande popularidade na Bélgica. Esta modalidade atingiu uma grande importância neste país, ao ponto de os vários Columbófilos começarem a desenvolver raças de pombos para determinadas distâncias, a que deram o nome de Voyageurs.  Foi na Bélgica que esta actividade se desenvolveu, tendo-se espalhado para muitas outras partes do mundo.

Depois de muita popularidade, a Columbofilia tem experimentado nos últimos anos uma redução do número de participantes, possivelmente devido ao aumento do custo de vida e envelhecimento dos praticantes.

 

Uma recente inovação na columbofilia são as “One loft race” onde os pombos são todos colocados no mesmo pombal, para competirem entre si com o mesmo método de treino. O objectivo destas provas é testar a qualidade dos pombos e não do treinador.

 

História

Os pombos foram domesticados à milhares de anos. Os antecessores dos nossos atletas foram criados pela sua qualidade de regressar a caso, tendo como principal função o transporte de mensagens. “Pigeons Posts” foram estabelecidos em todo o mundo, e principalmente usados no serviço militar, estando alguns ainda activos nos dias de hoje. O pombo moderno originou as corridas na Bélgica em meados do século XIX.

 

Columbofilia

Resumindo, os pombos correio são retirados dos seus pombais para participarem nas provas. O tempo gasto e a distância são registados, sendo a ave mais rápida a vencedora. As provas são habitualmente disputadas entre 100 km e 100 km de distância, no entanto nos Estados Unidos há registos de provas de 1800 km.

A partir dos 6 meses de idade estão aptos a competir, podendo a carreira prolongar-se até aos 10 anos de idade, no entanto essas façanhas são raras, pois há bastantes riscos associados às provas. A carreira média de um pombo é de 3 anos.

Para poder competir, aos 5 dias de idade deve ser colocada uma anilha oficial numerada em cada jovem. Para a realização das provas os pombos devem ser levados para a colectividade, onde são encestados e registados para a prova. Daí seguem para o local de solta onde serão libertados numa hora e distância pré determinados. A distância entre o local de solta e os pombais é meticulosamente medida pelo GPS e o tempo gasto durante o percurso é registado pelos vários modelos de constatação. Em algumas   colectividades existem vários campeonatos, uns para as aves jovens e outros para as aves adultas.

 

Método Tradicional

 

 

Interior de um relógio antigo

 

 

 

Dedais de marcação

 

O método tradicional envolve anilhas de borracha de numeração única e um relógio especialmente concebido para provas de pombos. A anilha de borracha é colocada na pata do pombo antes de ser enviado para a prova e o número de série é registado. O relógio está acertado e selado. Quando os pombos regressam da prova, o columbófilo retira as anilhas de borracha dos pombos e coloca-as nos buracos do relógio. O tempo oficial gasto pelos pombos é registado quando a anilha de borracha é colocada no interior do relógio, sendo assim possível determinar a velocidade média e consequentemente o vencedor.

Apesar de servir o seu propósito, este método tornou-se problemático por alguns motivos:

1-      o “Horário oficial” não é a hora real a que o pombo chegou, uma vez que após a chegada o pombo tem que ser apanhado, para que se retire a anilha e coloque no relógio. Este processo demora alguns segundos que podem ser vitais.

2-      Pombos Correios excepcionais podem chegar a casa em primeiro lugar várias vezes, no entanto como sabem que têm que ser apanhados para que lhes seja retirada a anilha, sendo esta uma situação desconfortável, ficam relutantes em entrara no pombal, perdendo demasiado tempo.

 

Método de constatação electrónico

 

O mais recente desenvolvimento e método preferido para a constatação de pombos correio é o sistema electrónico. A chegada do pombo é registada automaticamente, não sendo necessária a presença do Columbófilo no pombal, para que a hora de chegada fique registada. As aves estão equipadas com um pequeno chip que permite o registo da sua hora de chegada a casa, através de uma placa electrónica instalada no pombal. Sempre que a placa detecta o número de série de cada um dos chips, a sua hora de chegada fica registada.

Em Fevereiro de 2008 os membros da Sociedade Penygraog Pigeon Racing Club, no país de Gales ganhou um prémio para financiar a dispositivos electrónicos para todos os membros. O Secretário do clube John Wiliams disse” Com o sistema electrónico será certamente mais fácil para nós”.

 

One Lof Race

 

Nesta modalidade, são colocados no mesmo pombal, pombos jovens criados por diversos Columbófilos, com o mesmo treinador e o mesmo método, ao contrário do que ocorre nos diversos pombais, onde cada um tem o seu método. É considerada a forma mais justa de provar qual a melhor linhagem de pombos, sem influência do seu tratador. Estas provas têm prémios bastante aliciantes e o registo da chegada dos pombos é efectuado pelo sistema electrónico, uma vez que o vencedor pode ser decidido ao segundo. Os pombos são soltos de um determinado local e aquele que entrar no pombal em primeiro lugar é o vencedor.

Este tipo de prova está a ganhar adeptos, porque muitos columbófilos consideram este tipo de competição a forma mais justa de testar as suas linhagens.

 

Formação dos pombos de competição

 

Os pombos correio são colocados num pombal especialmente concebido, onde habitam desde as 5 semanas até ao final da sua carreira desportiva. É a este pombal de competição que os pombos têm que regressar sempre que são enviados a provas.

Os pombos jovens são treinados de forma progressiva durante cerca de 6 meses, altura em que começam a participar nas competições oficiais. A formação inicial dos pombos correio envolve a familiarização com o pombal e o espaço exterior de treino para que possam explorar os vários recursos da sua casa (ex: pontos de entrada). É também nesta fase que os pombos assimilam os comandos do treinador (ex: assobio para entrar no pombal).

Após algumas semanas de ambientação ao pombal, os pombos têm autorização para sair a primeira vez do pombal. Nesta fase os pombos não devem ter força para voar grandes distâncias, de forma a evitar que possam levantar voo e afastar-se demasiado da sua casa, pois podem não conseguir encontrar o caminho de regresso. Com o passar do tempo tornam-se mais fortes e inteligentes, então começam a voar em redor do pombal em pequenos bandos, de forma a familiarizarem-se com o espaço aéreo envolvente do seu pombal.

 

Após esta fase têm inicio os treinos em linha, onde os pombos são deixados progressivamente mais longe do seu pombal para que encontrem o caminho de regresso. Após esta fase começam as provas, até ao final das suas carreiras.

Os métodos de treino são tão variados quanto as corridas de pombos. Alguns criadores acreditam que o seu sistema é o segredo do seu sucesso, como tal guardam-no sigilosamente. Alguns criadores explicam a sua explicam a sua estratégia básica, mas a maioria torna-se relutante em falar sobre os métodos utilizados e a chave do sucesso. Um dos sistemas mais utilizados em pombos de competição é viuvez. Este sistema utiliza a motivação para tentar que o pombo tenha um sentido de urgência durante a prova. Neste sistema os sexos dos pombos são separados durante a semana, e apenas são autorizados a juntarem-se nos dias das provas.

 

Perigos

 

 

O falcão peregrino é um grande predador de pombos correio. Desde que começam a cruzar os céus, os pombos correm grandes riscos de serem capturados pelas aves de rapina. Muitos dos pombos que não conseguem regressar a casa são vítimas de ataques de aves de rapina.

Acredita-se que os pombos utilizam o campo magnético da terra para se orientarem na sua navegação, assim surgem algumas teorias de que as Atenas de telemóveis poderão estar a dificultar a sua orientação. Esta teoria não foi ainda comprovada nem estudada.

 

Reprodução de Pombos Correio

 

 

Dois jovens com 9 dias de idade

 

Os pombos são sexualmente maduros a partir dos 6 meses de idade, no entanto os amadores esperam, habitualmente, mais alguns meses até acasalarem o pombo. A fêmea põe 2 ovos num intervalo de 36 horas. O primeiro ovo não é normalmente chocado até à postura do segundo ovo de forma a garantir que ambos os filhotes nasçam ao mesmo tempo. O período de incubação é de 18 dias. Os criadores de pombos de competição são bastante selectivos na criação dos seus atletas, assim fazem cruzamentos de forma a obter as melhores linhagens possíveis. São esses cruzamentos selectivos que possibilitaram que hoje existam pombos capazes de encontrar o caminho de casa a mais de 1600 km e voar a velocidades superiores a 130 km/h.

As fêmeas são capazes de colocar 12 ovos por ano e os seus filhotes deixam o ninho entre as 4 e 6 semanas de idade.

 

Por Região

 

Ásia

As corridas de pombos estão a cada vez a tornar-se mais populares na Ásia , onde milhos de dólares são apostados tal como nas corridas de cavalos.

 

Oceânia – Austrália

A organização das maiores corridas na Austrália é a Central Cumberland Federação.

Na Austrália as velocidades são registadas em metros por minuto. O estado de Queensland, também tem um número de clubes tem um grande número de clubes e organizações Columbófilas, sendo o maior deles o QLD Columbofilia Federação Inc (QRPF). Localizado em Brisbane, o QRPF tem uma longa história que remonta à 2ª Guerra Mundial. Anualmente organiza várias provas para as suas centenas de membros. Estas provas têm início com distâncias de 145 km e vão aumentando gradualmente até distâncias de 1000 km. Os pombos são transportados para as provas por um transporte especializado que permite que aves sejam alimentadas e abeberadas, em massa, a horas previamente estabelecidas, antes do regresso a casa. Muitos milhares de pombos competem todos os fins-de-semana durante os meses de Inverno.

O “one loft race” clássico da Austrália é o Mallee, realizada em Ballart Victória, sendo o único evento capaz de atrair o reconhecimento internacional e patrocinadores, como o “ Best Western Hotel” e “Marine World JV”, o maior show room de barco do hemisfério sul.

A columbofilia tem vindo a diminuir á volta de Sydney, com a morte dos sócios mais velhos e com ausência de novos sócios jovens. O alto custo dos alimentos e dos combustíveis também contribuíram para o declínio.

 

Europa

 

Reino Unido

As primeiras raças de pombos correio começaram a ser desenvolvidas na Grã Bretanha em 1881. A família real Britânica começou a envolver-se em corridas de pombos em 1886, quando o Rei Leopoldo II da Bélgica lhes doou alguns exemplares. A tradição continua até aos dias de hoje, tendo uma ave da rainha Elisabeth II vencido uma prova em 1990.

O Nacional Flying Club é o British Racing Club, aberto a qualquer pessoa na Inglaterra e País de Gales. 

 

 

No Reino Unido a Columbofilia é organizada por 6 organizações independentes:

- União Homing Irlandesa (IHU)

- União Homing do Norte de Inglaterra (NEHU)

- União Homing Norte Oeste ( NWHU)

- Real Associação de Columbofilia (RPRA)

- União Homing Escocesa (SHU)

- União Homing de Gales (WPHU)

 

Bélgica

 

Os Irmãos Janssen (Louis, Charel, Arjaan, Sjef) são uma muito conhecida e bem sucedida famila de pombos, situada em Arendonk, Bélgica.

Descendentes dos seus pombos podem ser encontrados em todo o mundo.

 

Roménia

 

É um dos pontos quentes da Europa neste desporto. Muitos novos criadores de pombos estão a aderir á Associação Nacional todos os anos, gerando mais e mais desafios competitivos. Outro aspecto importante foi a mudança da imagem que existia em relação à Columbofilia, já que hoje é considerada uma das mais belas artes nacionais, com prémios elevados e apostas. È observado um grande intercambio com alguns dos grandes columbófilos Belgas, Holandeses, e Alemães.

 

Turquia

 

Este desporto é bastante popular neste país. Em Maio de 2008 foi organizada uma prova com 1150 km, entre as cidades de Manisa e Erzurum, na qual participaram várias Associações de pombos espalhadas por todo o país.

 

EUA

 

A Columbofilia foi introduzida nos Estados Unidos cerca de 1875, apesar da Columbofilia regular ter começado em 1878.  Este desporto está a crescer nos Estados Unidos. Segundo a American Racing Pigeons Union, uma das duas maiores organizações de pombos nos Estados unidos, existirão cerca de 15.000 pombais no País, A prática deste desporto é proibida em Chicago.

 

África do Sul

 

A mais importante “one loft race” é disputada neste país, O Sun City Million Dóllar Race Pigeon envolve nada menos que 4300 pombos de 25 países que competem para a sua parte do prémio em dinheiro, US 1,3 $ milhões. Enquanto o vencedor pode descontar nos EUA US $ 200.000, o vice campeão pode ganhar carros ou outros utilitários.

Os pombos que participam nesta prova, são recebidos na África do Sul Quando ainda têm meses de idade, sobre a forma de equipas. São treinados progressivamente para um mesmo pombal. No dia da prova todos os pombos são libertados a 550 km, fora do estepe Sul Africano para que regressem a casa.

 

 

 

 

 

Retirado de http://www.pigeonvitality.com/

Traduzido por Rui Vilalva